Entre os anos de 1986 e 1989 uma série de mortes cruéis ocorreram e apavoraram a cidade de São Paulo, dentre os falecidos estavam um decorador, um psiquiatra, um diretor de teatro e um professor. Todos tinham entre 30 e 60 anos, moravam sozinhos, tinham uma boa vida financeira e eram homossexuais, além disso todos foram brutalmente assassinados. O primeiro assassinado foi o psiquiatra, encontrado apenas no dia seguinte por sua empregada. Ele estava com os pés e braços amarrados na cama com uma meia na boca e facadas no pescoço, tórax e abdômen. Segundo sua autópsia, havia uma altíssima dose de álcool no sangue. Sua casa foi revirada, o que demonstra que o assassino havia o assaltado também.
Depois disso outras 12 mortes ocorreram de maneira extremamente semelhante, porém como o preconceito contra homossexuais na época era gigantesco e as famílias não aceitavam a opção de seus filhos, muito foi varrido para debaixo do tapete na tentativa de ocultar que a sociedade soubesse que os falecidos eram gays. As mortes só tiveram fim quando o serial killer cometeu um erro, desesperado por dinheiro o assassino começou a chantagear um jovem que, caso não lhe desse grandes quantias de dinheiro teria revelada sua orientação sexual. Apavorado e sem ter mais como pagar as exigências do homem, este jovem buscou pela polícia que traçou a conexão entre os assassinatos e estas chantagens, assim armando uma emboscada.
O rapaz utilizou uma escuta e foi colocado em posição de isca, as ordens era que ele dissesse que não iria mais dar dinheiro ao assassino. Quando Fortunato Botton Neto chegou e ouviu o que o jovem tinha a dizer, imediatamente partiu para o ataque na tentativa de fazer mais uma vítima quando a polícia interveio e prendeu finalmente o serial killer. Assim foi revelada a personalidade cruel de Fortunato, em depoimento ele contou nasceu na capital paulista e logo fugiu de casa. Viveu nas ruas por muitos anos e alegou ter sido estuprado aos 8 anos por um caminhoneiro, assim iniciando sua incontrolável raiva por homens mais fortes que ele.
Sem conseguir melhorar de vida, o assassino começou a trabalhar como garoto de programa, atuando no Parque Trianon que dá nome ao caso. Ele começou a se envolver com drogas, pegou AIDS e sofria muito com a homofobia, foi neste período que ele se viu com sérios problemas financeiros e tramou seu plano. Mas não se engane com sua história triste, Fortunato diz em um dos seus depoimentos que “Matar é como tomar sorvete: quando acaba o primeiro, dá vontade de tomar mais, e a coisa não para nunca”. Ele confessou ter assassinado 7 pessoas, porém foi condenado apenas por três deles. Após cumprir alguns anos de pena, Fortunato desenvolveu uma broncopneumonia decorrente da Aids e faleceu em fevereiro de 1997.