Na manhã de 30 de junho de 1908 acontecia uma massiva explosão em uma remota floresta na Sibéria, perto do Rio Podkamennaya Tunguska. A explosão foi tão poderosa que derrubou mais de 80 milhões de árvores em uma área de 2150 quilômetros quadrados. Estimativas posteriores concluíram que a força equivalia a um terremoto de 5 graus na escala Richter e se comparava a uma explosão a 1.000 bombas atômicas, como a lançada sobre Hiroshima na Segunda Guerra Mundial.
Moradores a cerca de 64 quilômetros do local relataram ter visto uma bola de fogo tão brilhante quanto o sol, seguida por um calor abrasador. Os efeitos da explosão foram sentidos até mesmo na longínqua Grã-Bretanha, mas devido às confusões políticas na Rússia na época (o país estava estava passando “apenas” por duas revoluções e uma guerra mundial), o evento de Tunguska não foi investigado até quase duas décadas depois, quando uma equipe científica liderou uma expedição à área em 1927.
E o mais incrível de tudo é que agora, mais de um século depois, ainda restam dúvidas a respeito do acontecido. A explosão de Tunguska foi tão incomum que as teorias sobre o que a causou são abundantes. Alguns acham que foi um cometa ou meteorito que explodiu antes do impacto, enquanto outros acreditam até mesmo que foi Agda, o deus do trovão que desencadeou a explosão porque ele estava descontente com o povo Evenki da Sibéria. Um escritor chegou a sugerir que uma espaçonave alienígena tentava chegar ao Lago Baikal, perto dali, para buscar água fresca quando explodiu pouco antes de aterrissar. No entanto, não foram encontrados restos de qualquer tipo de espaçonave na área, minando essa teoria até mesmo para os crentes mais fervorosos.
Em 1973, dois cientistas supuseram que um buraco negro em miniatura de alguma forma colidiu com a Terra, causando uma explosão de antimatéria. Mas nenhuma dano similar jamais foi percebido ou relatado, tornando fácil a rejeição dessa teoria. A teoria mais popular afirma que se tratava de um “evento de impacto”, que nada mais é do que a colisão de um meteorito, cometa ou asteroide com a Terra. O único problema? Não há cratera na região de Tunguska; a única evidência física da explosão eram as árvores achatadas. Como poderia haver um impacto de um meteoro que não deixa a sua “marca” do impacto?
Em 2007, cientistas italianos propuseram uma hipótese de que talvez o pequeno Lago Cheko, nas proximidades, fosse a cratera, e que o asteroide estivesse no fundo, esperando para ser descoberto, mas outros dizem que suas evidências não são convincentes o suficiente.
Nos últimos anos, ganhou força uma tese de que um cometa, composto principalmente de gelo, explodiu no ar devido ao estresse atmosférico e seus fragmentos evaporaram. Ou talvez um meteorito tenha explodido e se transformado em um pó fino e se instalado no solo macio e turvo. Mas ainda restam dúvidas se realmente isso seria possível.
Seja lá o que realmente aconteceu, o Evento de Tunguska continua sem uma resposta concreta, com uma história pra lá de fascinante e cheia de teorias. E é por isso que ele merece fazer parte da nossa sessão de mistérios aqui no TriCurioso.
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