Já pensou como seria legal respirar debaixo d’água? As possibilidades parecem infinitas. Nós poderíamos simplesmente nadar e apreciar os recifes de corais bem de pertinho, poderíamos brincar com golfinhos sem nos afogar. Mas, por mais divertidas que fossem as aventuras submarinas, como ter guelras realmente afetaria o nosso dia a dia?
Surpreendentemente pouco. Infelizmente, os primatas não são realmente adequados para a vida aquática. O problema não é apenas a nossa limitada respiração na água. Os nossos membros são ineficientes na hora de nadar. Não temos pelos corporais e gordura subcutânea suficientes para passar muito tempo na água antes de ficarmos desidratados e com uma grave hipotermia. Ou seja, apenas a adição de guelras ao nosso corpo não resolveria todos os nossos problemas.
Além disso, a maioria dos lagos e rios não é clara o suficiente para nos permitir ver debaixo d’água. Nadar em águas claras e rasas no oceano é divertido, mas para a maioria dos habitantes do interior não haveria muito o que fazer além de sentar no fundo do rio lamacento esperando que uma tartaruga interessante passasse.
Viver debaixo d’água em águas rasas sem algum espaço pressurizado também não seria uma opção. Como nossos olhos e ouvidos se desenvolveram para trabalhar no ar, a comunicação subaquática seria difícil. Economize um pouco de ar em seus pulmões e você ainda poderá falar, mas depois de um tempo irá ficar sem nada que você possa usar para fazer suas cordas vocais vibrarem e produzirem som.
E se você já deixou o celular cair no banheiro, provavelmente sabe que os eletrônicos não funcionam bem debaixo d’água, salvo algumas exceções de modelos e marcas. A comunicação provavelmente iria se restringir aos sinais manuais, que novamente se tornariam bastante difíceis de lidar em águas turvas. Doenças transmitidas pela água também seriam um problema, afinal precisaríamos de água limpa, filtrada e clorada para vivermos de forma saudável. Tentar comer debaixo d’água seria a pior parte. Você já tentou comer um sanduíche no fundo de um lago?
Ainda assim, apesar de todos os desafios, ser capaz de viver e respirar debaixo d’água poderia mudar a forma como vivemos de maneiras interessantes. Por um lado, isso nos libertaria de nos preocuparmos com todas as maneiras pelas quais estar debaixo d’água poderia nos matar. Ninguém se afogaria em inundações. Veneza, na Itália, que atualmente está literalmente afundando no Mar Adriático, poderia ser estabilizada. Poderíamos até, quem sabe, transformar o nosso sistema de transporte público em um gigantesco tobogã aquático, que tal?
Em resumo. Ser capaz de respirar debaixo d’água provavelmente teria um impacto bastante positivo em nosso estilo de vida. Nadaríamos mais, comeríamos mais peixes e seríamos muito mais cuidadosos sobre o tratamento e uso da água em nossas vidas diárias. Porém, só a capacidade de respirar não seria suficiente para compensar as nossas outras limitações corporais. Sendo assim, o ideal seria passar mais tempo nos lagos, rios e mares por aí, mas tendo em mente que o nosso lar sempre foi a terra firme.
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