O cemitério de Wadi Al-Salaam, localizado em Najaf, no Iraque, é o maior do mundo. Medindo mais de 1400 hectares, o cemitério abriga aproximadamente cinco milhões de corpos e continua a receber milhares todos os anos, boa parte deles sendo resultado das guerras da região.
Najaf em si é uma das maiores cidades do Iraque, com uma população de quase 600.000 habitantes. Mas já chegou a ter uma população muito maior durante épocas mais pacíficas. O cemitério de Wadi Al-Salam possui mais de 1.400 anos e continua ativamente com o processo de sepultamento até os dias atuais.
Wadi Al-Salaam, que significa “vale da paz” em árabe, contém os restos mortais de algumas das mais importantes figuras islâmicas, líderes religiosos, clérigos e líderes políticos. Na crença xiita, é dito que as almas de todos os homens e mulheres fiéis devem ser levados para lá, não importa onde seus corpos tenham sido enterrados, mas apesar de possuir algumas das mais antigas sepulturas muçulmanas conhecidas, Wadi Al-Salaam é um cemitério para todos. Seja rico ou pobre, o cemitério guarda os restos mortais de pessoas de todas as origens e classes sociais.
De fato, alguns amigos e parentes podem pagar uma quantia e garantir espaços de enterro “melhores” para seus entes queridos. Até mesmo pessoas de outros países como a Índia e o Líbano já enterraram seu povo no cemitério por muitos anos.
Algumas das sepulturas são feitas de tijolos e gesso e se elevam em diferentes níveis, podendo chegar a até dez metros de altura. Também existem abóbadas subterrâneas que são acessíveis apenas por meio de escadas. Até hoje, diversas sepulturas estão surgindo ao lado das antigas, tornando o cemitério em uma fonte rica de cultura, o que representa muito bem boa parte da história árabe.
Durante a invasão do Iraque em 2003, combatentes fortemente armados da milícia iraquiana usavam frequentemente Wadi Al-Salaam para se esconder e emboscar unidades inimigas que se aproximavam. Os americanos não conseguiam se locomover com sucesso na área, já que ela possui várias ruelas sinuosas e mausoléus subterrâneos. Até hoje, é possível localizar alguns túmulos destruídos por causa de ataques que ocorreram lá nos últimos anos.
Desde 2011, Wadi al-Salam figura na lista da UNESCO para receber um registro e ser considerado um patrimônio do mundo. E cá entre nós, o lugar merece. Apesar de se tratar de uma necrópole, Wadi al-Salam conseguiu ao longo de mais de mil anos reunir um grande acervo da cultura árabe e esses registros históricos certamente merecem ser compartilhados para se entender a memória local.
O cemitério é realmente enorme, não é mesmo? Deixe seu comentário!
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