A percepção de espaço de pessoas que nasceram cegas possui uma lógica muito diferente de pessoas que enxergam, ou mesmo de pessoas que já enxergavam, porém perderam a visão um tempo depois. Para eles, a interação que tem com este mundo é algo normal, mas sempre acho muito curioso… fico pasmo ao ver deficientes visuais tirando de letra atividades que pelos meus preconceitos, acreditava que seriam impossíveis de serem desempenhadas por uma pessoa que não vê (sou leigo no assunto, então, por favor, me perdoem se algum termo que eu use for inadequado, sugiram nos comentários 🙂 ).
Quando se trata de cores, estamos falando de pigmentos presentes na natureza que tiveram seus nomes determinados de acordo com convenções sociais e, mesmo assim, pessoas com uma boa visão também podem ter problemas para determinar algumas cores, como, por exemplo, pessoas daltônicas.
Porém, no caso de uma pessoa que nunca enxergou, ou mesmo, daltônica, fica difícil definir como seria algo que ela nunca viu. Ela sentiria falta de algo que nunca fez parte da maneira como ela interage com o ambiente, as pessoas, animais e objetos, o mundo? Veremos algumas ideias para descrever cores para pessoas cegas a seguir. Saca só!
Podemos começar usando outros estímulos com uma pessoa deficiente visual, seja por meio de gostos, cheiros, pelo tato, pelo som ou mesmo sentimentos. Por exemplo, por não possuírem a visão, provavelmente estes outros sentidos da pessoa devem ser muito mais apurados. Pode-se dar um morango para a pessoa, pedir que ela sinta a textura (tato) pelo toque e comê-lo (paladar, ou gosto), explicando que morangos são vermelhos, ou descascar uma goiaba, fazendo o mesmo procedimento e explicando que, por fora, sua casca é verde (às vezes, amarelada) e, por dentro, vermelha. Com uma laranja também, com a grama… E para coisas transparentes? Dê um copo para a pessoa segurar, o próprio ar que respiramos e a água que bebemos também são boas dicas.
Posso estar errado, mas a impressão que tenho é que para um deficiente visual, sua percepção sobre o mundo seja mais tridimensional, mais palpável (às vezes até acho que não aproveitamos tanto nossos sentidos, nós que somos “completos”…). Apresentando diferentes itens para o cego e estimulando seus sentidos, ele conseguirá, aos poucos, assimilar as cores de maneira que ele forme uma ideia básica sobre estas.
Quanto à audição, podemos dar um exemplo clássico do “alerta vermelho“, citando como exemplo, sirenes que alertam em locais, quando há algum risco de perigo. O vermelho, geralmente, é uma cor ardente, quente, e também pode sugerir a sensação de paixão, ou mesmo raiva. É uma cor bem intensa, em geral.
Algumas informações tirei do canal de YouTube de Marcos Lima, o Histórias de Cego. Quer saber mais outras curiosidades? Confere o canal dele! Sobre a matéria de hoje, confira outras informações nas próprias palavras dele no vídeo a seguir:
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