O Fusca é um grande clássico da indústria automobilística. Seus primeiros projetos foram feitos no começo dos anos 30, na garagem do projetista Ferdinand Porsche, em Stuttgard, Alemanha, a pedido de Adolf Hitler (sim, você não leu errado, apesar de que há muitos indícios de seu projeto inicial ter sido desenvolvido pelo engenheiro judeu Josef Ganz). O fato é que o besourinho de quatro rodas tem um carisma inigualável e inclusive já foi homenageado em forma de selos para cartas no passado.
Os primeiros projetos do Fusca foram desenvolvidos a partir da ideia de Hitler querer produzir um carro barato e popular. A Alemanha estava ainda se reconstruindo das perdas da Primeira Guerra Mundial e a indústria automobilística era muito pouco expressiva, apenas construindo carros de luxo para classes mais abastadas. Logo, a necessidade que se via era de um veículo para o qual as pessoas não tivessem tantos problemas em adquirir e manter.
O primeiro projeto do Fusca, com refrigeração a ar e motor de dois cilindros, tinha um rendimento muito ruim. A ideia da refrigeração a ar era boa, pois em terras alemãs carros refrigerados a água demoravam para pegar, pois a água chegava a congelar. Foi desenvolvido um projeto de motor com quatro cilindros, dois a dois opostos entre si, o chamando de Boxter, também usando refrigeração a ar, suspensão dianteira independente, funcionando por meio de barras de torção. Foi de ousadia revolucionária, uma vez que os automóveis da época eram construídos com motores de refrigeração a água, e suspensão com molas helicoidais ou feixe de molas (como as usadas em caminhões).
Com lançamento oficial em 1935 por Ferdinand Porsche, projetista alemão escolhido para a empreitada, o Volkswagen já podia ser adquirido por boa parte dos alemães, custando 990 marcos. Vinha equipado com um motor de refrigeração a ar, câmbio seco com quatro marchas (pois no dado momento, só eram fabricadas caixas de 3 marchas) e sistema elétrico de seis volts. Depois da aceitação e sucesso do projeto, as evoluções não pararam: Sistema de freagem a tambor, caixa de direção “rosca sem fim”, mudanças estéticas como, lado abertura da porta (no início a porta abria do lado oposto), quebra vento, estribo, saída única do escapamento, e por aí vai…
No ano de 1936, o Fusca foi reformulado, com várias características parecidas às do Fusca atual. Vinha com duas janelas pequenas em sua traseira. Já em 1937, 30 novos modelos eram testados pelos alemães. E a depois de 1938, começaram a construção de uma fábrica para a Volkswagen, na cidade de Hanover, o que possibilitava a fabricação em série. No ano de 1939, por conta da Segunda Guerra Mundial e seus conflitos, o Volkswagen teve de ser usado como veículo militar: jipes (e mesmo um modelo anfíbio, o Shwinwagen, do qual existem somente 3 no mundo atualmente, um deles no Brasil). A mecânica também mudou: Motor de 995 cc.e 19cv passando para 1.131 cc. e 26 cv, virabrequim, válvulas, pistões… Aproximadamente 70 mil unidades militares foram construídas neste tempo. Porém, ao término da Segunda Guerra Mundial, a fábrica de Hanover teve boa parte de suas instalações destruídas.
Ninguém tinha notícias dos projetistas da Volkswagen e as versões militares caíram em ostracismo, quase levando o nome da marca junto. Um tempo depois, um major inglês redescobriu o Volkswagen, seu nome era Ivan Hirst, e resolveu “adotar” os velhos Volkswagen, passando entre os escombros e restos da antiga fábrica da marca, reaproveitando a versão original do VW. Retomando a fabricação, os carros da Volkswagen passaram a ser utilizados para serviços de primeira necessidade, que eram escassos na época: Correio, ambulância, entre outros.
No ano de 1946, já se calculava por volta de 10 mil Volkswagen sedans circulando novamente e em 1948, 25 mil, considerando 4400 unidades para exportação, e no ano de 1949, o Fusca já construía seu caminho para o próprio mercado nos Estados Unidos. O Fusca só teve mudanças em seu projeto mecânico após 1956, mas em questão de estética, teve várias transformações: Em 1951, tinha duas janelas divididas na traseira. Em 1953, surgia com um novo “quebra-ventos”, porém nas janelas laterais, e após a segunda série do mesmo ano, as janelas traseiras passaram a ser uma única, num formato oval. Foi também no mesmo ano que o carro passou a ser montado no Brasil.
Em 1959 o Fusca teve sua produção iniciada no Brasil. o velho “beetle”, ao início de sua história, havia sido nomeado como Volkswagen (“Carro do Povo“, traduzido do alemão). Depois, como “Volkswagen Sedan“ e no Brasil, teve o apelido “FUSCA“ levado ao nível de ser oficializado.
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