Marte é frequentemente chamado de Planeta Vermelho devido à sua cor característica que esbanja imponência em nosso sistema solar. Sua coloração sempre chamou a atenção dos povos que gostavam de observar a imensidão do céu noturno. Tanto é que os antigos gregos e romanos lhe deram o mesmo nome de seu deus da guerra. Hoje, graças aos avanços da ciência e ao desenvolvimento de sondas espaciais, podemos saber os motivos que levam Marte a possuir essa aparência peculiar.
Quando um metal encontra oxigênio, seja no ar ou na água, ele fica sujeito à formação de uma camada com a composição desgastada. Esse processo é chamado de corrosão e, quando acontece com o ferro, costumamos chamar popularmente de “ferrugem”. Certamente, todo mundo já está familiarizado com esse fenômeno e sabe que essa camada vermelha indesejável acaba deixando muitos objetos inoperáveis e sem valor.
Basicamente, Marte é vermelho porque também está impregnado de ferrugem. Isso acontece porque uma grande quantidade de seu regolito, (a camada de material que cobre sua superfície) contém óxido de ferro. Fortes tempestades de poeira ajudam a levar esse pó vermelho para a atmosfera, de modo que o planeta acaba adquirindo a sua coloração característica. No entanto, isso levanta algumas questões interessantes, como por exemplo: de onde veio toda essa enorme quantidade de ferro em Marte?
Bem, o nosso sistema solar foi formado a partir dos restos de uma estrela morta. Uma estrela morre quando a matéria em seu núcleo é incapaz de produzir energia para neutralizar a sua compressão gravitacional. Uma estrela deriva essa energia do calor gerado pela fusão nuclear de átomos de hidrogênio em seu núcleo que forma átomos de hélio. No entanto, eventualmente, todos os átomos de hidrogênio se fundem para formar átomos de hélio, que também se fundem para formar átomos de carbono e assim por diante até que o ferro seja finalmente sintetizado.
Achou complicado de entender? Bem, isso tudo foi para explicar que o ferro, a esse ponto, “se recusa” a se fundir. Como não há mais energia para neutralizar a compressão da gravidade, a estrela se deforma sob sua própria massa. Essa estrela, por sua vez, finalmente morre, explodindo e “vomitando” sua matéria por toda parte.
Os materiais constituintes de uma dessas estrelas falecidas uniram-se para formar o Sol e os planetas. O ferro se uniu para formar o núcleo dos primeiros quatro planetas, que são chamados de planetas telúricos. No entanto, enquanto a Terra era enorme o suficiente para comprimir e “afundar” a maior parte do ferro em seu núcleo jovem e quente, Marte, segundo menor planeta do sistema solar e mais frio que o nosso, não conseguiu realizar o mesmo feito.
Vale lembrar que o núcleo de Marte também contém ferro, mas os cientistas da NASA acreditam que foi a fraca gravidade do planeta que permitiu a abundância de ferro nas camadas superiores.
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