Se você gosta de assistir séries de comédia (as chamadas sitcoms), já deve ter reparado que os episódios sempre trazem algumas risadas de fundo, até mesmo naquelas cenas em que não achamos tanta graça assim. Mas qual o real objetivo dessas gargalhadas? Afinal, se elas estão presentes é porque existe algum motivo por trás, não é mesmo?
As trilhas de risadas, como são chamadas, são largamente utilizadas pelos estúdios de televisão para induzir uma resposta positiva no público. Até mesmo estudos científicos já comprovaram que os seres humanos costumam se sentir melhor quando riem em conjunto. Ou seja, quando escutam as risadas, as pessoas acabam se sentindo mais confortáveis em responder com altas gargalhadas, ainda que estejam sozinhas e simplesmente sentadas no sofá da sala assistindo TV.
Embora a arte de fazer o uso desse artifício tenha variado em popularidade nos últimos 60 anos, o crédito por sua criação e uso contínuo se deve ao engenheiro de som Charles Douglass. Douglass foi o primeiro a desenvolver, em 1953, uma máquina que basicamente era uma caixa capaz de produzir “risadas falsas”, que eram disparadas ao apertar um botão ou puxar uma alavanca.
Aparelho similar ao que Charles Douglass usava para produzir as risadas.
A inspiração para a criação desse mecanismo veio dos antigos programas que eram produzidos pelas emissoras. Eles eram geralmente gravados na frente de uma plateia ao vivo e acabavam se beneficiando em ter aquele público rindo o tempo todo. No entanto, Douglass percebeu que as séries pré-gravadas pareciam mais “vazias”, de modo que não conseguiam cativar o publico da mesma maneira que as gravadas ao vivo. Com isso, Douglass analisou horas e horas de programação, categorizando a grande variedade de risadas. Com a riqueza de detalhes dos risos, ele resolveu criar o dispositivo que lhe permitia controlar cada explosão de risadas com uma precisão exata. Deu tão certo que essa técnica é usada até os dias atuais.
Embora algumas audiências televisivas possam discordar do valor do riso, o som alegre e repetitivo ocupa um lugar permanente na história das comédias televisivas, sendo que isso virou uma grande tradição, ainda marcando presença principalmente nas sitcoms americanas.
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