Nosso mundo é um lugar maravilhosamente diverso e bonito, já que mesmo pertencendo a uma única espécie, todos nós temos algumas peculiaridades. Seja na linguagem, na cultura e até mesmo na tonalidade de cor da pele, os seres humanos têm muitas características que fazem com que cada um de nós sejamos únicos. Mas se todos nós pertencemos à mesma espécie, a cor básica de nossa pele não deveria ser a mesma? Na verdade a nossa pele até poderia ter uma cor uniforme se não fosse um pequeno detalhe: a melanina.
A melanina é o pigmento responsável por determinar a coloração de nossa pele, olhos e cabelos. Apesar de estar presente em todos os seres humanos, ela apresenta diferentes formas e proporções de pessoa para pessoa. Existem duas classes principais de melanina que são chamadas de eumelanina e feomelanina. A eumelanina geralmente confere tons de marrom e preto, enquanto a feomelanina fornece tons vermelhos e amarelos. Todas elas são produzidas por um grupo de células especializadas que são chamadas de melanócitos. Uma pessoa com pele muito escura produz principalmente a eumelanina, enquanto os indivíduos de pele clara produzem feomelanina em maior quantidade.
A melanina é vantajosa em muitos aspectos. Ela serve como uma barreira contra os efeitos dos raios ultravioletas do sol. Na exposição à luz solar, por exemplo, a epiderme humana sofre um bronzeamento gradual como resultado de um aumento na produção de melanina. Isso serve como um mecanismo para a absorção de calor da luz solar, uma função que é especialmente importante para os animais de sangue frio. Outra vantagem da melanina é a sua capacidade de limitar a incidência de feixes de luz que penetram diretamente no olho, absorvendo a luz dispersa no globo ocular e permitindo uma maior clareza de visão.
Mas a existência da melanina nem sempre foi totalmente compreendida. Quando os europeus invadiram terras africanas na antiguidade, eles acreditavam que a pele negra dos africanos fosse resultado de alguma “sujeira biológica” por não compreender a real função da melanina no corpo humano. Esse foi, inclusive, um dos principais motivos que levaram a Etiópia a ter esse nome, pois ele deriva de uma antiga palavra Grega que significa “terra dos caras queimadas”.
Apenas com o avanço da ciência em meados do século XX as pessoas finalmente descobriram que a “sujeira” era na verdade a melanina, o que contribuiu para o progresso no combate ao racismo pelo mundo.
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