Napoleão Bonaparte é um dos nomes mais importantes da história da Europa e suas conquistas o fizeram se tornar personagem presente no dia a dia de muitas pessoas. Na França, até hoje é proibido batizar um porco com nome Napoleão em repeito ao imperador. Mas, quem imaginaria que esse personagem histórico poderia ter feito parte da história do Brasil? Ele não fez, mas por muito pouco e, inclusive, ele mesmo estava querendo isso.
No século 19, os brasileiros estavam vivendo uma verdadeira utopia política. Durante um momento bem conturbado da história, conspiradores brasileiros estavam considerando e chegaram a planejar o rapto de Napoleão Bonaparte, imperador francês que estava preso pelos ingleses na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul. Ele estava lá desde sua derrota na Batalha de Waterloo, em 1815. A ideia dos conspiradores era levá-lo para a América do Sul para que pudesse reinar sob um território de antigas colônias espanholas e portuguesas.
A ideia que hoje parece ser uma verdadeira loucura estava sendo discutida de forma séria, tinha um orçamento milionário e foi analisada com cautela por várias vezes. Até o próprio Napoleão estava gostando da ideia de se imaginar imperando sobre um continente tão grande. Mas como todos já sabemos, o projeto deu errado por conta da impossibilidade de se concretizar de fato. Napoleão chegou a governar cerca de 60 milhões de pessoas em seu auge de poder. Seu império em 1808 contava com a Bélgica, Holanda, Alemanha, Itália, tentou incluir a Rússia e invadiu o Egito.
Por ser um homem de grande ambição, governar a América do Sul para ele não seria algo impossível. Vários revolucionários na América do Sul gostavam de Napoleão porque ele havia posto fim em regimes antigos de monarquia absoluta. Os líderes da Revolução Pernambucana estavam entre os que defendiam o francês. Em 1817, Antônio Gonçalves Cruz, conhecido como Cabugá foi enviado para a Filadélfia, capital dos Estados Unidos na época, para comprar armas a fim de combater os homens de dom João VI, convencer o governo dos EUA a apoiar a criação do de uma república independente no nordeste brasileiro e recrutar antigos revolucionários franceses para libertar Napoleão.
Cabugá foi enviado com incríveis US$ 800 mil em sua bagagem, um valor exorbitante para a época. Mesmo que parecesse impossível a conquista de Cabugá, ele conseguiu recrutar quatro veteranos do exército de Napoleão. Acontece que, enquanto ele estava nos Estados Unidos, os revolucionários pernambucanos já haviam sido rendidos pelas tropas de dom João VI. Cabugá e os veteranos foram presos antes de desembarcarem no Brasil.
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