Em 16 de setembro de 1922 dois jovens adolescentes passeavam tranquilamente por uma área rural de Somerset, New Jersey, quando de repente descobriram os corpos de um homem e uma mulher deitados debaixo de uma macieira. Os corpos foram posteriormente identificados como o reverendo Edward Wheeler Hall e uma mulher chamada Eleanor Reinhardt Mills. Edward tinha sido baleado na cabeça, mais precisamente na região da orelha direita. Já Eleanor tinha recebido três tiros: um sob o olho direito, um sobre a têmpora direita e outro na orelha direita. Esse caso ficou conhecido pela imprensa americana como os assassinatos de Hall e Mills.
A situação ficou mais sinistra quando os investigadores começaram a analisar a cena onde ocorreram os assassinatos. Os pés do homem e da mulher apontavam diretamente para a macieira, sendo que a mão do padre estava enroscado no pescoço da mulher. Um cartão telefônico do reverendo Hall estava encostado no pé dele. Um chapéu escondia a sua cabeça e um lenço estava enrolado no pescoço da mulher. Mais tarde foi descoberto que a língua de Eleanor havia sido cortada. Mas o que mais chamou a atenção dos oficiais foi a quantidade de cartas de amor rasgadas que estavam espalhadas ao redor deles.
As cartas comprovavam que Hall e Mills tinham sido amantes, mas o caso deles era extremamente complicado. Eleanor Mills era casada com o zelador da igreja e Edward Hall era casado com uma mulher rica chamada Frances Stevens Hall, que viria a se tornar a principal suspeita dos assassinatos.
O grande problema das investigações era o fato de que a cena do crime havia sido bagunçada por pessoas que queriam supostamente saquear alguns pertences de Hall e Mills. Desse modo, a polícia não conseguiu obter nenhuma evidência sólida, até que uma mulher chamada Jane Gibson decidiu se apresentar à delegacia polícia. Jane era mais conhecida como “a mulher dos porcos”, pois era uma fazendeira que costumava criar animais do tipo. Jane morava nas proximidades da cena do crime e segundo ela, na noite de 14 de setembro, ela viu quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, em seu milharal. Ao se aproximar do grupo lentamente e montada em sua mula, Jane ouviu barulho de tiros e escutou uma mulher gritar a frase: “Explique essas cartas”. Ela também disse ter ouvido uma mulher gritar o nome “Henry!”, depois dos disparos.
O “Henry” da história poderia ser Henry de la Bruyere Carpender, primo da esposa do reverendo Edward Hall. A promotoria do caso acreditava que ele, juntamente com outras pessoas, teria participado do crime a mando de Frances Stevens Hall. Mas apesar das informações, o caso foi arquivado e ninguém foi acusado. Quatro anos depois, uma criada que havia trabalhado anteriormente na casa dos Halls confessou que o reverendo queria acabar com o seu casamento e fugir com Eleanor Mills.
Com o surgimento desses novos fatos, os detetives chamaram Jane Gibson para prestar depoimento mais uma vez, mas ela pareceu ser muito imprecisa e contraditória em seus relatos, o que acabou não ajudando na solução do caso. Por isso, Frances Stevens Hall, seus irmãos e Henry, que eram os principais suspeitos dos assassinatos de Hall e Mills, acabaram sendo absolvidos. O caso não recebeu novas pistas ao longo dos anos e por isso permanece até hoje como um caso não solucionado.
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