Como praticamente tudo nos dias atuais gira em torno do mundo digital, é bem provável que a Internet seria o primeiro lugar a visitar caso você precisasse de algum tipo de mapa, afinal, basta uma simples pesquisa no Google para que uma tonelada de dados relacionados apareça na tela. Mas durante muito tempo, as pessoas costumavam recorrer a um livro chamado “Atlas” quando queriam encontrar alguma informação cartográfica de uma determinada região. Mas por que essa coletânea tem um nome tão estranho?
Em 20 de maio de 1570, o cartógrafo flamengo Abraham Ortelius publicou um livro chamado “Theatrum Orbis Terrarum” (“Teatro do Globo Terrestre” em tradução livre). Este livro inovador contava com 53 folhas totalmente preenchidas de mapas que praticamente cobriam o mundo inteiro e que é considerado por muitos o primeiro livro de mapas da história, pois foi o primeiro a conseguir compilar os mapas disponíveis da época em um formato compacto.
O livro foi um sucesso comercial imediato, mas o termo “Atlas” nunca foi mencionado na obra-prima de Ortelius. Na verdade, o termo viria a aparecer de 25 anos depois, através do livro “Atlas sive cosmographicae meditationes de fabrica mundi et fabricati figura” (“Atlas ou meditações cosmográficas sobre a criação do universo e do universo como foi criado”) de Gerard Mercator e publicado em 1595. Na página de título do livro, Mercator incluiu a figura de um homem com um globo entre as mãos e um deitado no chão.
Durante um bom tempo, muita gente acreditou que o Atlas retratado por Mercartor seria um dos Titãs que, segundo a mitologia grega, teria sido ordenado por Zeus a sustentar os céus para sempre. Só que o Atlas de Mercartor não se parecia nada como o mitológico, afinal, este último deveria segurar o globo em seus ombros e não entre as mãos.
Então, quem era o homem no livro, já que não se trata do Titã grego? Bem, o Atlas que Mercator tinha em mente era o lendário rei da Mauritânia, que havia sido matemático, filósofo e astrônomo responsável pela invenção do primeiro globo. Essa é a razão pela qual o Atlas no livro de Mercator não parece segurar o globo em seus ombros, mas projetando o mundo.
Ou seja, os livros de mapas são chamados de Atlas por causa das antigas compilações cartográficas que tinham uma imagem do Titã da mitologia grega segurando o mundo, mas na verdade o primeiro a associar o termo a uma coleção de mapas não estava pensando nesse Atlas, mas no mítico rei da Mauritânia.
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