O Monte Kali é um ponto turístico bastante incomum da pequena cidade de Heringer, no estado de Hesse, na Alemanha. Essa montanha se tornou famosa por se tratar de um gigante amontoado de restos de cloreto de sódio (sal de cozinha), que por sua vez é um subproduto da mineração de potássio. Por mais de cem anos, a mineração de potássio tem sido um dos pilares mais importantes da economia da região. Tudo começou com a inauguração das fábricas de potássio da multinacional Wintershall, que começou a minerar em 1903 e atualmente possui o status de maior mina de potássio do mundo, com uma área operacional do tamanho da região metropolitana de Munique.
A mineração de potássio produz uma mistura de cloreto de potássio e sódio, com teor de potássio entre 20% e 35%. Desse modo, para cada tonelada de potássio recuperada, várias toneladas de cloreto de sódio são produzidas. Por isso, esses restos são despejados na região, sendo que os despejos contam com até 96% do popular sal de cozinha.
O Monte Kali começou a crescer de uma forma mais avassaladora em 1973. Diariamente, a empresa química K+S passou a despejar cloreto de sódio no tereno, de modo que o monte já conta com mais de 200 metros de altura e em janeiro de 2014 já cobria uma área de 93 hectares. Acredita-se que ele tenha aproximadamente 188 milhões de toneladas de sal, sendo que mais de 900 toneladas são adicionadas a cada hora, o que corresponde a 6,4 milhões de toneladas por ano!
Ao longo dos anos, o Monte Kali se tornou uma atração bastante popular na região. Os moradores locais se referem a ele como “Kalimanjaro” um trocadilho de palavras entre Kali (abreviação de “Kalisalz”, que é o termo alemão para “potássio”) e o famoso pico vulcânico do Monte Kilimanjaro. Estatísticas dão conta de que aproximadamente 10.000 visitantes escalam a montanha artificial todos os anos.
Mas é importante destacar que Monte Kali e outras montanhas de entulho presentes na região são potencialmente perigosas ao meio ambiente. Isso se dá pelo fato de que uma enorme quantidade de sal acaba se infiltrando no chão, poluindo o solo, rios e lençóis freáticos. Para se ter uma ideia, o solo circundante tornou-se praticamente estéril, sendo que apenas algumas plantas halófitas resistentes ao sal conseguem crescer por lá. O rio Werra também se tornou inóspito para organismos de água doce, o que tem gerado debates entre organizações de proteção ao ambiente e os governantes da região sobre a inclusão de medidas de prevenção no local.
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