A floresta amazônica é o lar de muitas criaturas bizarras, como anacondas gigantes e piranhas devoradoras de carne. Mas ao que tudo indica, existe uma nova criatura esperando para ser adicionada à essa lista: uma espécie de vespa que deposita seus ovos no abdômen de aranhas e que depois “sequestra” o cérebro delas, basicamente transformando-as em “zumbis”.
A vespa anteriormente desconhecida do gênero Zatypota, foi descoberta por pesquisadores canadenses da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), enquanto realizavam trabalhos de pesquisa na bacia amazônica equatoriana. Eles documentaram a relação simbiótica de uma espécie das chamadas “aranhas sociais” e publicaram recentemente algumas descobertas bastante interessantes na revista científica “Ecological Entomology”.
Tudo começa quando a vespa deposita seus ovos no abdômen de uma aranha da espécie Animimius eximius. Após um tempo, a larva choca e se fixa no corpo do aracnídeo, enquanto se alimenta da hemolinfa do hospedeiro (que seria o equivalente ao sangue dos vertebrados). Conforme a larva vai ficando maior, a aranha acaba ficando “mumificada, de modo que ela sai de seu habitat e cria um casulo para a larva. Depois de um tempo, a larva curiosamente come a própria aranha de dentro pra fora, entrando posteriormente no casulo, de onde emergirá completamente formada em um espaço de nove a onze dias depois. Os cientistas acreditam que isso acontece porque essa vespa recém-descoberta é aparentemente capaz de “sequestrar” o sistema nervoso de seu hospedeiro.
Segundo os pesquisadores, as vespas que manipulam o comportamento das aranhas já foram observadas anteriormente, mas não em um nível tão complexo quanto este. De fato, é exatamente isso o que torna essa nova espécie de vespa diferente dos outros membros do gênero Zatypota e da maioria dos outros insetos parasitoides.
Os cientistas acreditam que as vespas atacam esses tipos de aranhas sociais porque elas garantem o fornecimento de uma grande quantidade de alimento e um ambiente estável como uma colônia hospedeira. Os pesquisadores esperam voltar para o Equador em busca de mais informações a respeito dessa nova espécie, que pode dar uma nova perspectiva ao que já se sabe sobre as criaturas parasitárias.
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