Montanhas de areia e ventos fortes são bastante comuns no cenário desértico da Península Arábica. Apesar de ser uma região com características adversas, ainda é possível testemunhar nesses locais a presença de pessoas pastoreando suas ovelhas, bem longe das trilhas turísticas que os visitantes conhecem. Essas pessoas são chamadas de “beduínos”, que carregam consigo algumas das tradições mais antigas do povo árabe.
Os beduínos são um grupo de árabes nômades que habitam os desertos da Península Arábica e do Norte da África. A palavra “beduíno” é derivada da palavra árabe “badawī”, que se traduz como “habitante do deserto”. Os beduínos são geralmente divididos em clãs ou tribos, mas costumam compartilhar muitas tradições, como o pastoreio de cabras e camelos e a conversão à religião islâmica. Acredita-se que existam mais de 9 milhões de pessoas de origem beduína no mundo, sendo que a maior parte delas vivem espalhadas pela Arábia Saudita, Jordânia, Egito, Israel, Argélia, Iraque e Palestina. No entanto, apenas 3 milhões são considerados “beduínos originais”.
Ao longo do tempo, muitos beduínos abandonaram suas tradições tribais e a vida nômade por um estilo de vida mais urbano, mas muitos ainda conservam as tradições da sua música, poesia e das estruturas de clãs. A seca síria entre 1958 a 1961 foi um dos principais fatores que forçaram milhares de beduínos a trocar os desertos pelas cidades, principalmente em busca de empregos regulares. Além disso, a modificação de políticas governamentais em partes da Ásia, Egito, Jordânia e Líbia também afetaram a cultura tradicional dos beduínos. Aqueles que vivem em ambientes urbanos ocasionalmente organizam festivais culturais pelo menos uma vez por ano, nos quais se reúnem para aprender mais sobre as suas tradições, que vão desde danças de espadas a receitas tradicionais.
A pecuária e o pastoreio, principalmente de cabras e camelos dromedários, sempre foram os principais meios de subsistência dos beduínos tradicionais. Estes animais passaram a ser utilizados como fonte tanto na alimentação quanto na obtenção de produtos lácteos e lã. A maioria dos alimentos básicos que compõem a dieta dos beduínos são laticínios. Os camelos, em particular, sempre tiveram vários usos culturais e funcionais, sendo comumente considerados um “presente de Deus”, pois são o meio de transporte mais comum.
Boa parte dos historiadores da cultura árabe considera o povo beduíno como os “árabes originais”, devido à pureza de sua sociedade e estilo de vida com tradições antigas. De fato, os beduínos não interagiam com outras sociedades até o passado recente, por isso o casamento entre primos era comum e aceitável na comunidade. Três gerações da mesma família costumavam residir em um mesmo local, compartilhando refeições, tarefas e outras coisas.
É importante destacar que as populações beduínas não possuem estatísticas oficiais, o que dificulta a determinação de um número exato de beduínos nômades que vivem no Oriente Médio. No entanto, acredita-se que eles constituem apenas uma pequena fração da população total nos países em que estão presentes.
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