Apesar de ser algo bastante contraditório, as páginas completamente brancas e sem nenhum caractere são tão comuns nos livros que raramente paramos para pensar sobre a razão pela qual elas estão lá. Basta selecionar praticamente qualquer título de capa dura ou brochura e você verá pelo menos uma ou duas páginas em branco, seja no início do livro, na parte de atrás ou em ambos. Mas afinal, por que os livros contam com essas páginas?
Na verdade, essas páginas brancas são uma espécie de “sobra” dos grupos de páginas que as impressoras dobram e recortam durante o processo de montagem de um livro. Se você observar bem, verá que a maioria dos livros são formados por vários conjuntos ou agrupamento de páginas, de modo que um único agrupamento desse pode contar com até 64 folhas juntas, sendo todas elas unidas por grampos fixados na dobra do livro. Caso o livro tenha um 200 páginas, por exemplo, esses agrupamentos se encaixam perfeitamente, já que se trata de um número arredondado. No entanto, se um livro conta com um número “quebrado”, como 203 páginas, isso significa que provavelmente haverá uma página restante, que na maioria das vezes permanece totalmente limpa de caracteres.
Para compensar a despesa, muitas editoras aproveitam esse espaço de sobra para ajustar o espaçamento entre os caracteres. Reduzir ou aumentar o espaço entre os caracteres específicos ao longo de um livro pode, eventualmente, “salvar” uma página inteira. Além disso, para evitar pagar por um papel que não é utilizado, algumas editoras optam por preencher o espaço extra com ilustrações, outros trabalhos do autor, trechos de outros livros ou até mesmo os próximos lançamentos da empresa. Curiosamente, alguns livros didáticos e outras publicações de nicho também podem imprimir uma frase do tipo “esta página foi intencionalmente deixada em branco”, para que o leitor não fique preocupado com a falta de informações.
Por incrível que pareça, as páginas em branco se tornaram uma parte tão rotineira da experiência de leitura que muitas editoras recebem solicitações de alguns autores para inseri-las de propósito em seus projetos. Alguns pedem isso apenas por “tradição”, enquanto outros acham que esse espaço pode ser utilizado para a inclusão de autógrafos e dedicatórias.
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