Quando pensamos em Mitologia Grega, acabamos pensando em heróis e tragédias. Mas os gregos também criaram histórias e ensinamentos para levar para o resto da vida. Entre eles, está o Mito da Hospitalidade.
O mito da hospitalidade conta a história de Baucis e Filemon. Certo dia Zeus, o deus dos deuses, decidiu testar a hospitalidade dos mortais. Convidou seu filho Hermes, o deus dos viajantes, da comunicação, das rotas e comércio, para lhe acompanhar. Ambos deixaram sua divindade para trás: iam caminhar no mundo dos mortais como homens. Disfarçados de viajantes humildes e pobres, os dois perambularam pela Terra. Batendo de porta em porta, foram despachados por muitas pessoas. Dizendo ser pobres viajantes, que só queriam um pouco de água e comida, tiveram várias portas batidas em suas caras. Nenhum morador demonstrou compaixão, taxaram ambos de mendigos. Das mil casas que passaram tentando abrigo, as mil lhe negaram.
Muitos dias passaram caminhando, desprovidos de seus poderes, sentiram na pele a fome, a sede e o cansaço dos mortais. Os deuses estavam muito tristes pelo comportamento mesquinho e egoísta dos mortais. Zeus, conhecido pelo gênio forte, ficava cada vez mais furioso com os humanos.
Muitos dias depois, chegaram a uma vila isolada, que parecia inóspita, chamada Frígia. Seguiram batendo de porta em porta, e seguiram sendo menosprezados. Até que chegaram em uma casa muito simples, feita de palha. Nela vivia Baucis, uma gentil senhora e Filemon, seu esposo, também idoso. O casal estava há muito tempo juntos, suportando os fardos da vida, mas sempre contentes e sem se envergonhar do modo como viviam.
Baucis e Filemon
Logo ao bater na frente da casa, Filemon convidou os deuses a entrar. Diferentemente das outras moradas por onde passaram, a casa era simples e sem serventes, vivam apenas o casal. O homem arrumou um banco para os deuses e ordenou que se sentassem, pois estavam com aparência exausta.O casal muito simples, preparou para os deuses uma cama com a melhor cortina que possuíam, que era usada apenas em dias santos, mesmo sendo velha e barata, assim finalmente Zeus e Hermes puderam descansar.
Baucis já havia passado a preparar uma refeição para todos. Preparou a carne do único ganso que possuíam. Arrumou a mesa com frutas queijos e vinho. Além de comida, o casal ofereceu bondade e zelo sem fim aos viajantes desconhecidos. Filemon abriu sua única garrafa de vinho, mas ele não bebeu, o que chamou a atenção de Zeus. O casal percebeu que quando chegava ao fim, jarra de vinho se enchia novamente. Então se deram por conta que não haviam abrigado simples viajantes. Fizeram então uma oração, pedindo perdão aos deuses.
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Zeus resolveu se pronunciar, e contou sua história de caminhada sem receber abrigo em nenhuma morada. Disse-lhes que a vizinhança seria castigada por seu egoísmo e mesquinhez. Mas o casal seria poupado, e deveria seguir com eles até o topo da montanha. O casal obedeceu, e chegando ao topo da montanha Zeus liberou uma enorme enchente, que inundou a vila. O casal imaginou ter perdido a casa e tudo que possuíam no mundo. Mas ao adentrar a habitação, ela se transformou em um enorme templo com colunas de mármore e teto de ouro.
Assim, Zeus lhes concedeu um pedido, o casal lhes disse que gostariam de servirem aos deuses no templo e cuidar do lugar. O pedido lhes foi concedido. Hermes também lhes deu um pedido, que era o de morrerem juntos, pois haviam passado toda a vida juntos. Isso lhes foi concedido também.
Que fim levou
Muito tempo depois, o casal ainda mais velho se recordando do dia que hospedaram os deuses, passa a se transformar em duas árvores. Atendendo ao pedido do casal, de morrerem e permanecerem juntos, Hermes transformou Filemon em um Carvalho e sua esposa Baucis em uma Tília. Assim ambos ficaram juntos por toda eternidade.
Ainda hoje se conta esse mito, para lembrar as pessoas de não negar ajuda a um próximo mais necessitado, pois nunca se sabe se ele não pode ser um deus disfarçado.
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