Nas ilhas de Praslin e Curieuse, nas Seychelles, existe uma espécie de palmeira que consegue se destacar dentre todas as outras. Conhecida popularmente como “coco-do-mar” e tendo o nome científico Lodoicea maldivica, essa árvore possui um aglomerado folhas em sua coroa que se se estendem por quase cinco metros de diâmetro, o que chama a atenção para o seu tamanho imponente. No entanto, a característica mais renomada dessa árvore são as suas enormes sementes, que por sua vez são as maiores e as mais pesadas do mundo.
Para se ter uma ideia, uma única semente desse tipo pode ter mais de 40 cm de comprimento, 90 cm de circunferência e pode pesar até 20 kg! A semente do coco-do-mar pode levar de 6 a 7 anos para amadurecer e mais dois anos para germinar, mas é importante destacar que a semente só é produzida depois que a árvore atinge a maturidade, o que pode ser algo extremamente demorado. No solo pobre em nutrientes, essa “maioridade reprodutiva” pode demorar de 80 a 100 anos, de modo que só após esse período uma dessas palmeiras pode produzir a sua primeira semente. Ao longo de uma vida de centenas de anos, uma palmeira desse tipo só pode produzir cerca de 100 sementes, o que é pouco, se comparado a outras espécies semelhantes.
Curiosamente, o coco-do-mar sempre esteve envolvido em vários mistérios e lendas, talvez mais do que qualquer outra árvore no mundo. Séculos atrás, antes que as Seychelles fossem descobertas e colonizadas, as suas sementes eram regularmente levadas para praias distantes, como as Maldivas, onde a árvore era desconhecida até então. Quando a semente chegava nessas regiões, ela era vista como um objeto fascinante com poderosas qualidades afrodisíacas, muito por conta de sua forma e tamanho incomuns. Por incrível que pareça, acredita-se que todo esse misticismo envolvendo os supostos poderes afrodisíacos da semente tenham relação com o fato de que ela possui uma grande semelhança com um bumbum feminino.
O seu nome também tem uma origem curiosa. Quando a semente dessa árvore cai no mar, ela não pode flutuar devido ao seu imenso peso e densidade, o que a faz afundar. Depois de passar por um período de tempo considerável no leito do mar, a casca enfraquece e se “descola”. Então, os gases que se formam no interior da semente a tornam flutuante, fazendo com que ela suba até a superfície. Muitos marinheiros que observavam a semente emergir do fundo do mar acreditavam que aquilo se tratava do fruto de árvores submersas, no que poderia ser algum tipo de floresta no fundo do Oceano Índico. Essa crença deu à árvore o seu nome, “coco de mer”, que em francês significa coco-do-mar.
Vale destacar que, no passado, as sementes do coco-do-mar tinham um grande valor. Por isso, todas as que eram encontradas no oceano ou nas praias logo se tornavam propriedades do rei, que as vendia a um preço muito alto ou as transformavam em presentes preciosos. Príncipes do Oriente Médio e até mesmo o Sacro Imperador Romano, Rodolfo II, costumavam oferecer fortunas de dinheiro para obter esses “tesouros raros”.
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