Na remota cidade de Lalibela e encravadas nas montanhas no coração da Etiópia, a cerca de 645 km da capital Adis Abeba, estão localizadas onze igrejas monolíticas medievais esculpidas na rocha. As igrejas foram comissionadas pelo rei Lalibela, que tentou recriar uma nova Jerusalém no século XII, depois que as conquistas muçulmanas interromperam as peregrinações cristãs à Terra Santa.
As igrejas em Lalibela estão agrupadas em dois grandes grupos, um representando a “Jerusalém terrestre” e o outro representando a “Jerusalém celestial”. Localizada diretamente entre eles existe uma trincheira que representa o rio Jordão. Curiosamente, também há uma pequena piscina batismal fora da área das igrejas, que fica em uma outra trincheira artificial.
Mas o que mais chama a atenção é o fato de que essas igrejas não foram construídas com o uso de tijolos ou blocos como a maioria das construções que estamos acostumados a ver. Em vez disso, elas foram esculpidas em um único bloco de rocha sólida. Posteriormente, estes blocos foram moldados de um forma ainda mais detalhada para formar portas, janelas, colunas, pisos e telhados específicos. Este gigantesco trabalho foi completado com o auxílio de um extenso sistema de valas de drenagem, trincheiras e passagens cerimoniais, algumas com aberturas para cavernas eremitas e catacumbas.
A mais espetacular das igrejas de Lalibela é a Bet Giyorgis (Igreja de São Jorge). Esse templo é um cubo perfeito, talhada em forma de cruz e que encontra-se num buraco com cerca de 15m de profundidade, tendo o seu telhado construído ao nível do solo. Acredita-se que a igreja Biete Medhani Alem, com seus cinco corredores, seja o maior templo monolítico do mundo.
Acredita-se que muitas dessas construções foram usadas como igrejas desde o início, mas a Biete Qeddus Mercoreus e a Biete Gabriel-Rufael podem ter sido usadas como residências reais, devido ao fato de que vários dos seus interiores estão decorados com pinturas murais.
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