Se você já comeu alguma comida japonesa do jeito tradicional, é bem provável que já tenha passado por algum tipo de situação embaraçosa relacionada ao uso dos hashi. Conhecidos popularmente como “palitinhos” ou “pauzinhos”, os hashi são as varetas utilizadas como talheres na culinária de vários países asiáticos. Mas afinal como eles surgiram? E por que eles passaram a ser tão utilizados na culinária oriental?
Curiosamente, os hashi surgiram como o resultado da junção entre a conservação do combustível usado no cozimento de alimentos e a própria filosofia oriental. Por volta de 5000 anos atrás, os ancestrais dos pauzinhos eram provavelmente simples bastões que eram usados para manusear a comida no fogo. Muitos anos mais tarde, mais especificamente durante a dinastia Zhou (1046-256 aC), grandes áreas de floresta passaram a ser devastadas em prol do desenvolvimento econômico, o que fez com que o combustível mais popular da época, a lenha, ficasse escassa. Como cozer e ferver os alimentos levava muito tempo, a culinária local teve que evoluir em resposta à escassez de madeira. Então, a comida passou a ser cortada em pequenos pedaços para que pudesse ser cozida mais rapidamente, o que consequentemente economizaria lenha.
No entanto, a maioria dos pratos daquela época envolvia algum tipo de molho, por isso usar os dedos era algo impraticável. Por conta disso, os hashi surgiram como a solução perfeita, já que poderia pegar pedaços de carne, legumes e arroz ao mesmo tempo em que permitia o mergulho dos alimentos nos molhos. Além disso, o seu uso passou a ser reforçado ainda mais através dos ensinamentos de Confúcio, um famoso filósofo e pensador chinês, que era vegetariano e achava inadequado ter uma faca na mesa. Sua filosofia passou a ser bastante difundida não só na China, mas em vários outros países asiáticos, o que ajudou a manter a tradição de usar os hashi.
No entanto, você ainda pode estar se perguntando: “afinal, se a madeira nessa época era tão escassa, por que eles a gastavam fazendo hashis?” Bem, a resposta está no fato de que, naquela época, os hashi eram tradicionalmente feitos de bambu, marfim, bronze ou osso, e não necessariamente da madeira usada como lenha ou como matéria-prima para construções.
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