Você se considera uma pessoa com boa memória? Em 2017, o chinês Zou Lujian quebrou um recorde mundial ao memorizar um baralho de cartas em apenas 13,96 segundos. Isso é impressionante, considerando que muita gente não consegue nem mesmo se lembrar do que comeu no café da manhã. Mas apesar de alguns de nós contarem com a capacidade de lembrar de eventos de cinco anos atrás, enquanto outros não conseguem se lembrar do que aconteceu ontem, os especialistas dizem que todos os nossos cérebros armazenam memórias da mesma maneira. Mas afinal, quanta informação o cérebro humano pode armazenar?
Dentro do nosso cérebro existem bilhões de células chamadas “neurônios”. Essas células se unem para armazenar as nossas memórias. Cada cérebro contém cerca de 100 trilhões de links de neurônios, o que faz com que o nosso cérebro tenha a incrível capacidade de armazenar 2,5 petabytes de informação, que por sua vez seria o equivalente a 1.000 terabytes. Para se ter uma ideia, isso significa que o cérebro humano pode armazenar 4,7 bilhões de livros, ou se pensarmos nele como uma espécie de HD externo, poderíamos gravar dados nele por 300 anos e ainda ter espaço de armazenamento!
Mas se o cérebro tem toda essa capacidade, por que não nos lembramos de tudo que fazemos? Bem, isso acontece porque os nossos cérebros armazenam apenas conhecimentos que eles consideram valer a pena lembrar. Por exemplo, nós somos mais propensos a lembrar de coisas repetidas, já que a repetição é uma das maneiras pelas quais os nossos cérebros identificam como informações importantes. É por isso que temos o costume de ler e reler anotações importantes antes de fazer uma prova, por exemplo. Como o cérebro humano percebe que as anotações se repetem, ele acaba considerando-as importantes, posteriormente armazenando-as em nossas memórias.
Curiosamente, alguns especialistas acreditam que a Internet mudou a forma como armazenamos memórias. Um estudo de 2011 analisou como os estudantes universitários memorizavam informações e descobriu que temos uma probabilidade bem menor de nos lembrarmos de coisas que lemos online. Isso provavelmente acontece porque os nossos cérebros não acham que tal informação vale a pena ser armazenada, já que ela pode ser encontrada online mais tarde. Ou seja, na prática, seria como se usássemos a Internet como um espaço extra de memória. Grupos de cientistas esperam fazer novos experimentos nessa área no futuro como uma forma de entender a evolução do cérebro humano diante dos avanços tecnológicos.
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