Há exatos 42 anos atrás acontecia o pior desastre aéreo da história. No dia 27 de março de 1977 dois Boeing 747 se envolveriam em um terrível acidente no aeroporto de Los Rodeos (atual Tenerife Norte) que fica na Ilha de Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha. Nele os aviões da KLM Royal Dutch Airlines vindo de Amsterdan e outro da Pan American vindo de Los Angeles se chocaram e causaram a morte de 583 pessoas.
Tudo começou com a explosão de uma bomba no aeroporto de Gran Canária seguido da ameaça de uma segunda. Este acontecimento fez com que grande parte dos aviões com destino a este aeroporto fossem desviados para Tenerife, dentre eles o voo KLM 4805 e o Pan Am 1736. Já no aeroporto de Los Rodeos os controladores de voo tiveram que lidar com o grande tráfego de aeronaves, as orientando para estacionar nas taxiways que então seriam bloqueadas. Junto com o aguardo da liberação do aeroporto de Gran Canaria, uma névoa extremamente densa começou a surgir na pista de Tenerife, assim reduzindo bastante a visibilidade.
Então, finalmente o Gran Canaria reabriu e as aeronaves foram liberadas para decolagem gradativamente e como a taxiways estavam bloqueadas, todos os aviões deveriam taxiar até o final da pista única do aeroporto e de lá girar 180º antes de decolar. Devido a densa nevoa, nenhum avião conseguia estabelecer contato com os controladores. Na época o local ainda não possuía radar de solo e só era possível se guiar de acordo com os relatos de localização dados pelos pilotos. Então chegou a vez da KLM taxiar e fazer o giro e neste momento, o Pan Am foi autorizado a também taxiar e ficar logo atrás do KLM para decolagem. O KLM girou e iniciou a decolagem e aqui ocorreu o absurdo.
O Pan Am ainda estava taxiando pela pista e quando avistou as luzes de decolagem do KLM, já era tarde demais. Não havia tempo para desviar, então o KLM também vendo a situação tentou decolar antecipadamente e acabou sofrendo o chamado tailstrike (quando a extremidade traseira da aeronave atinge a pista) e entrou em estol, assim se chocando com o Pan Am que se despedaçou na pista. Em função de sua localização, a Espanha foi responsabilizada pela investigação do acidente que envolveu as aeronaves dos Estados Unidos e dos Países Baixos que também auxiliaram na investigação.
Com o resultado do inquérito, descobriu-se que o erro ocorreu devido ao capitão do voo da KLM ter decolado antes de receber autorização dos controladores de voo. Infelizmente, ele não compreendeu a pronúncia em inglês dos profissionais e acreditou ter sido autorizado a decolar. Investigadores holandeses acusaram a KLM de prestar um péssimo treinamento a tripulação, porém voltaram atrás e culparam o controle de tráfego pela falta de conhecimento da língua inglesa. As consequências do acidente foram gravíssimas. Além do absurdo número de mortes, a fraseologia padrão da aviação precisou ser mudada drasticamente para reduzir a chance de mal-entendidos. Também foi construído o aeroporto de Tenerife Sul para evitar os nevoeiros, assim sendo feito a nível do mar.
Na aeronave Boeing 747-121 da Pan America haviam 380 passageiros e 16 tripulantes, houveram 61 sobreviventes no choque. Já o Boeing 747-206B da KLM possuia 234 passageiros, 14 tripulantes e nenhum sobreviveu a queda.
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