Nós geralmente tendemos a imaginar o Deserto do Saara como um vasto trecho de paisagem arenosa, seca e sem vida, com apenas algumas tribos nômades dispersas vagando por essa imensidão de areia. No entanto, o Saara reserva muito mais vida do que normalmente imaginamos, de modo que existe uma boa quantidade de animais que chamam essa região de lar. Que tal conhecer um pouco sobre a vida dessas criaturas nesse ambiente tão hostil?
Sem muitas surpresas, o ambiente do Saara exige que a vida selvagem local se adapte a condições incrivelmente áridas, ventos fortes, calor intenso e grandes variações de temperatura. No coração do Saara, por exemplo, a maioria dos mamíferos possui tamanhos relativamente pequenos. Eles geralmente satisfazem suas necessidades de água através da sua própria alimentação e costumam se refugiar em tocas durante o dia e caçar principalmente à noite, quando as temperaturas são mais baixas. Eles também desenvolveram adaptações anatômicas específicas, como as orelhas grandes da raposa feneco, que ajudam a dissipar o calor. Além disso, essas raposas possuem solas peludas, que protegem os seus pés.
Ao todo, o Saara abriga cerca de 70 espécies de mamíferos, 90 espécies de aves, 100 espécies de répteis e várias espécies de artrópodes (invertebrados que articularam membros, corpos segmentados e esqueletos externos). Alguns exemplos de mamíferos que vivem nesse deserto incluem, ovelhas de Barbary, oryx, babuíno-anubis, hiena-malhada, gazela dama, chacal-dourado e raposa-da-areia. Os pássaros incluem avestruzes, abetardas e várias aves de rapina. Os répteis mais encontrados nessa região são cobras, camaleões e lagartos. Os artrópodes locais se resumem a numerosas formigas, escaravelhos e escorpiões. A vida selvagem geralmente fica concentrada ao longo das margens norte e sul (com clima menos severo) e perto das fontes de água do deserto.
No entanto, o animal mais famoso do Saara é o dromedário, que costuma ser confundido com o seu primo, o camelo. Domesticado há milhares de anos, o dromedário é usado há muito tempo pelos nômades do deserto. Por contar com uma corcova gordurosa e outras adaptações fisiológicas, o dromedário pode viajar por dias sem consumir comida ou água.
Além disso, com seus lábios grandes e grossos, os dromedários podem se alimentar de plantas espinhosas, vegetação carregada de sal e ervas secas. Suas patas almofadadas o ajudam a se locomover sobre o terreno rochoso e arenoso, enquanto que as suas narinas cortadas e suas sobrancelhas pesadas protegem o nariz e os olhos de fortes tempestades de areia. Ou seja, se existe um animal preparado para sobreviver no Saara, esse animal certamente é o dromedário. Daí a sua popularidade nessa região.
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