Se você já cortou a grama do seu jardim ou já se deparou com alguém exercendo essa função, já deve ter percebido que a grama fresca possui um cheiro surpreendentemente agradável. Quando esse aroma entra nas narinas, de alguma forma logo conseguimos identificá-lo como proveniente de alguma “coisa verde”. Mas o que estamos realmente cheirando quando inalamos aquele aroma de grama recém-cortada? E por que isso é tão agradável?
Quimicamente falando, esse cheiro clássico da grama é uma mistura aerotransportada de compostos à base de carbono chamados “voláteis de folhas verdes” ou “voláteis de plantas”. As plantas geralmente liberam essas moléculas quando são danificadas por insetos, infecções ou forças mecânicas, como no caso de um cortador de grama. As plantas fabricam formas ligeiramente diferentes desses voláteis, a depender do que está acontecendo com elas. De fato, em um estudo de 2010 publicado na revista Science, membros da Universidade de Amsterdã, descobriram que folhas de tabaco perfuradas e esfregadas com saliva de insetos liberavam um tipo diferente de compostos voláteis do que folhas que haviam sido picadas e escovadas com água.
Os voláteis de plantas são pequenos o suficiente para serem levados pelo ar e flutuar em nossas narinas. Em alguns casos, eles podem ser detectados a mais de uma milha de distância de onde foram originados. Outras espécies, como insetos que comem plantas, são extremamente sensíveis a diferentes aromas desse tipo. Por exemplo, o mesmo estudo descobriu que os insetos predadores do gênero Geocoris são atraídos pelos voláteis liberados por plantas mastigadas por uma praga do tabaco chamada “manduca sexta”. Em outras palavras, o cheiro específico das plantas indica aos predadores que um lanche “está bem próximo”.
Curiosamente, as próprias plantas também podem reconhecer e responder a esses aromas no ar. Se o conjunto de voláteis indicar que plantas vizinhas estão perdendo seus topos floridos, por exemplo, uma planta pode transportar açúcar e outros recursos para suas raízes e para longe de suas flores. Isso minimiza as perdas potenciais da planta e pode ajudá-la a crescer mais tarde.
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