Muito provavelmente você já deve saber que o desfecho de uma tourada espanhola é quase sempre o mesmo: o matador (ou toureiro) enfia a sua espada entre os ombros do touro, perfurando o coração do animal e tirando a sua vida. Em seguida, uma equipe de mulas ou cavalos arrasta o animal morto para fora do ringue. Em algumas raras ocasiões, quando um touro mostra uma habilidade excepcional, o animal é perdoado e, em vez de ser morto, vive o resto da sua vida no rancho onde foi criado. Mas o fato é que a maioria desses animais realmente perde a vida nesse tipo de evento. E, por falar nisso, você já parou para pensar no que acontece com o touro morto após uma dessas touradas?
Na maioria dos casos, o touro morto costuma ser levado para um matadouro para ter a sua carne aproveitada. Segundo Martin DeSuisse, fundador da organização sem fins lucrativos Aficionados Internacional, que procura explicar ao público anglófono as questões relacionadas à tourada espanhola, boa parte da carne desses animais é vendida para consumo humano logo após ser tratada. No passado, a carne de touros era muito usada para a preparação de comida de cachorro ou ração animal, mas hoje esse tipo de carne está sendo redescoberto como parte de toda a “popularidade orgânica” observada em vários lugares. Isso porque esses animais crescem quase que semi-selvagens, embora ainda sejam, por definição, animais domesticados. Desse modo, eles crescem com muito pouca intervenção humana, o que de certa forma torna a sua carne “a mais orgânica possível”.
Os touros usados nas touradas são criados em fazendas especializadas. No início de suas vidas, o criador determina quais touros lutarão, quais serão selecionados para reproduzir e quais serão abatidos. Na maioria dos casos, até a genética da família do touro em questão é levada em conta para tentar adivinhar o seu potencial de combate. Isso acontece porque os fazendeiros hesitam em testar fisicamente as habilidades de luta dos touros, já que eles só podem lutar uma vez. Depois que um touro luta, ele retém “memórias instintivas” do combate, de modo que o seu comportamento muda e prejudica o seu futuro nas touradas.
No entanto, vale destacar que nem toda a carne de touro morto acaba na mesa de jantar de alguém. Algumas partes do touro podem ser dadas aos matadores como “troféus” para celebrar “performances excepcionais”. Por exemplo, se o juiz que avalia o desempenho do matador acenar com um lenço branco, ele está indicando aos “mulilleros” (as pessoas que comandam as mulas ou cavalos que arrastam o touro) para cortar uma das orelhas ou outra parte do corpo para apresentá-la ao matador.
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