Ao longo de toda a história humana, as fronteiras que dividem os países sempre estiveram sujeitas a diversas mudanças, muitas vezes dando origem a novas nações. Para se ter uma ideia, dados mais recentes sugerem que existem aproximadamente 200 países ao redor do globo, o que é um número bastante considerável. No entanto, já existiram muitos outros países que sequer sobreviveram por muito tempo, sendo varridos da face da Terra por diversas razões. Mas mesmo com o fim melancólico dessas nações, vale a pena relembrarmos as suas lutas em busca da independência, tanto do ponto de vista político quanto histórico, afinal muitas delas são totalmente desconhecidas pelo grande público. Confira a seguir a lista com 6 países que existiram apenas por um curto período de tempo!
Em decorrência dos acontecimentos da Primeira Guerra Sino-Japonesa e do Tratado de Shimonoseki, o Japão recebeu o controle de Taiwan pelos chineses, o que enfureceu os habitantes da ilha. Assim, em maio de 1895, eles declararam a sua independência, denominando seu novo país de “República de Formosa”. No entanto, o apoio internacional nunca chegou a ser grande e os formosinos foram derrotados pelos militares japoneses em questão de meses. Desse modo, os combatentes logo desistiram de todas as armas e deram as “boas-vindas” aos japoneses na cidade, marcando o fim da República de Formosa.
No final da Guerra Boshin em 1868 (na qual o xogunato Tokugawa foi derrotado), uma parte do exército recusou-se a se render e fugiu para a ilha japonesa de Ezo, hoje conhecida como Hokkaido. Então, os samurais da região resolveram declarar a ilha como uma nação soberana de pessoas devotadas aos seus ideais. Apesar de eles até conseguirem receber uma espécie de reconhecimento diplomático pela Grã-Bretanha e pela França, o país recém-formado costumava ser militarmente derrotado pelo governo Meiji do Japão, de modo que a nação recém-formada foi rapidamente eliminada pelas forças imperiais. No entanto, Enomoto Takeaki, o líder da rebelião, impressionou tanto o governo japonês durante os combates que acabou sendo poupado de uma execução e só chegou a cumprir quatro anos de prisão. Após a sua libertação, ele até se juntou ao governo Meiji, servindo em vários cargos, incluindo como embaixador na Rússia.
Embora a sua independência nunca tenha sido oficialmente reconhecida por outro país, o povo do norte do Mali, um país do noroeste da África, se rebelou contra o governo e declarou sua terra como uma nação soberana em 6 de abril de 2012. Com o objetivo de criar uma nação islâmica devotada à sharia (lei islâmica), os rebeldes se prepararam muito bem antes de colocar o plano em prática. De fato, eles chegaram a derrotar as forças do governo nas primeiras batalhas da revolução. No entanto, os rebeldes foram cada vez mais perdendo forças, de modo que meses depois eles apenas dominavam a cidade de Ansongo. Desde então, os rebeldes, popularmente conhecidos por sua sigla francesa MLNA, concordaram em respeitar a integridade nacional do Mali e estão conversando com o próprio governo até hoje sobre a possibilidade de uma independência mais “amistosa”. No entanto, tal independência ainda parece improvável, já que, além do governo de Mali, a grande maioria da comunidade internacional nega a sua reivindicação.
Depois de ser derrotado pelo exército turco na Guerra Turco-Armênia, o governo da Armênia foi forçado a concordar em se juntar aos soviéticos, que prometeram proteção contra seus invasores. No entanto, os soviéticos também decidiram ceder partes da Armênia ao Azerbaijão, o que irritou os moradores da região. No início de 1921, eles se revoltaram contra os soviéticos, declarando sua independência em 26 de abril. No entanto, o sucesso deles não durou muito, já que o exército soviético era bem superior e conseguiu facilmente derrotar os rebeldes. O mais curioso é que a revolução dos rebeldes até foi parcialmente bem-sucedida, já que os soviéticos prometeram que o território permaneceria sob controle armênio, ainda que ele tecnicamente fizesse parte da URSS.
A guerra civil teve início no Iêmen entre os estados do norte e do sul quando Ali Salim al-Beidh, ex-vice-presidente da República do Iêmen, fugiu para a cidade de Aden, no sul, em agosto de 1993, com uma lista de queixas que desejava resolver. Depois que uma batalha de tanques começou em abril de 1994, cujo suposto instigador é até hoje oficialmente desconhecido, os representantes dos estados do sul se separaram, declarando a formação da República Democrática do Iêmen poucos dias depois. Temendo um conflito de grande escala, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo e uma janela de tempo para investigar a situação, mas isso não foi suficiente para impedir novos combates. A guerra civil durou pouco mais de um mês, de modo que as forças do norte esmagaram a resistência do sul, capturando Aden em 7 de julho de 1994, e efetivamente acabando com a rebelião e consequentemente dizimando o país recém-formado.
Formada a partir da ponta sudoeste da Ucrânia, a República de Cárpato-Ucrânia declarou sua independência em 15 de março de 1939. Em um grande ato simbólico, o governo do político Avgustyn Voloshyn criou a nação apenas um dia após a Eslováquia declarar sua independência (embora este evento fosse apenas uma armação para que a Alemanha Nazista pudesse invadir e dominar o país). Rápidos na ação, os governantes desse “país” logo conseguiram projetar uma bandeira e um brasão de armas, assim como escrever um hino nacional em um único dia. O curioso é que, de forma parecida com as práticas de Hitler e os nazistas, os líderes da Hungria, vizinhos da Cárpato-Ucrânia, tiveram suas mentes voltadas para a tal criação da nova nação e resolveram invadir o recém-formado país apenas um dia depois da declaração da independência. Temendo por suas vidas, os membros do governo da Cárpato-Ucrânia logo fugiram do país que haviam criado há apenas 24 horas. A região foi tomada pelos soviéticos após a Segunda Guerra Mundial e posteriormente virou parte da Ucrânia.
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