Embora o yoga tenha ganhado uma fama considerável no Ocidente apenas nas últimas décadas, você provavelmente já deve estar ciente de que esse sistema de exercícios leves e meditação tem raízes muito mais antigas. O que você pode não saber é o quão antigos são alguns dos principais aspectos da yoga, ou o quanto o yoga tem mudado ao longo dos milênios, sendo que algumas das mudanças mais significativas ocorreram nos últimos cem anos.
Ao longo desse post, nós vamos explorar as origens do yoga. Você vai perceber que esse conjunto de tradicionais disciplinas físicas e mentais é, de certo modo, um conto fascinante que se estende pela maior parte da história humana, com muitas reviravoltas no meio do caminho.
Ninguém sabe exatamente quando o yoga foi praticado pela primeira vez. Alguns historiadores acreditam que práticas desse tipos têm raízes na Idade da Pedra, principalmente se fazermos comparações com práticas similares dessa época que supostamente buscavam trazer harmonia para as comunidades dos nossos ancestrais. No entanto, não há provas concretas disso. Tanto é que as primeiras evidências confirmadas de alguma prática relativamente semelhante ao yoga como conhecemos datam de mais de cinco mil anos, até o terceiro milênio aC. Algumas esculturas em pedra da época, retratando poses meditativas semelhantes às usadas na ioga moderna, foram encontradas na região do Vale do Indo, na Índia. Embora isso possa não significar necessariamente o yoga dos tempos modernos, o fato é que essa descoberta claramente retrata uma prática ancestral com semelhanças notáveis.
O próximo grande marco na história do Yoga, de acordo com as descobertas feitas pelos historiadores, está relacionado aos Vedas, uma série de textos espirituais que datam de cerca de 2500 anos atrás. Considerados por muitas pessoas da época como algo que tinha sido escrito por seres divinos, os Vedas ajudaram a formar a base do hinduísmo e a moldar a cultura e a filosofia do sul da Ásia até os dias atuais. Os Vedas também continham alguns dos primeiros ensinamentos iogues. Por causa disso, acredita-se que o significado dos ensinamentos védicos foram responsáveis em estabelecer as bases para os princípios centrais do yoga. Mais precisamente, os Vedas ajudaram a estabelecer os ideais de harmonia física e espiritual em que o yoga é baseado.
Curiosamente, esta é uma boa oportunidade para esclarecer um pequeno equívoco sobre esse assunto. É um tanto comum ouvirmos dizer que o yoga surgiu diretamente do hinduísmo, mas isso não é muito preciso. Como mostram as descobertas do Vale do Indo, ele pode realmente ter raízes ainda mais antigas do que o hinduísmo. Como essas práticas antigas não eram necessariamente iguais às que conhecemos hoje, talvez fosse mais correto dizer que os dois sistemas evoluíram lado a lado, cada um influenciando o outro. Ou seja, a relação entre esse conjunto de técnicas meditativas e o hinduísmo é mais parecida com a de dois irmãos do que a de um pai e um filho.
O termo “yoga” só foi aparecer pela primeira vez no Katha Upanishad, um texto filosófico hindu que data de cerca de 400 aC. Lá, o termo é definido como a técnica de usar uma mente vazia e controlar os sentidos para alcançar um estado de iluminação espiritual. Várias outras “Upanishads” nos cem anos seguintes acabaram expandindo o conceito de yoga, ajudando a definir melhor a prática como uma maneira de alcançar um estado espiritual transcendente através do uso de técnicas como meditação, controle mental e respiração adequada.
É importante destacar que vários conceitos fundamentais do yoga foram registrados pela primeira vez nos Upanishads. Um exemplo é a ideia de “chakras”, que seriam centros de absorção que correspondem a locais importantes no corpo de uma pessoa. Outra é a meditação sobre “Om”, uma sílaba sânscrita sagrada usada em orações e rituais. Outro texto inicial importante foi o Bhagavad Gita, um texto espiritual hindu que expõe fortemente a prática adequada de vários ramos iogues e suas importâncias para uma vida boa e equilibrada. Os três ramos descritos no Gita eram karma yoga (uma filosofia de ação altruísta), bhakti yoga (a fé total no divino em oposição à memorização mecânica das escrituras e rituais) e jñana yoga (um caminho difícil do espiritualismo destinado a unir alguém à verdadeira realidade).
Com o passar dos séculos, a prática continuou a evoluir, ramificando-se em muitas filosofias diferentes. Por volta do século II dC, uma outra evolução marcou presença quando o Yoga Sutra, uma composição literária relacionada à esse conjunto de técnicas, foi publicada. Em contraste com a harmonia da mente e do corpo pregada anteriormente, o Sutra passava a afirmar que o espírito e a matéria deveriam ser separados para purificar a alma.
O tema central envolvido na prática do yoga durante grande parte de sua história girava em torno de questões essencialmente espirituais. Embora já existia a inclusão de algumas técnicas físicas (como posturas de meditação e métodos de respiração adequada), o yoga ainda era mais uma prática metafísica do que necessariamente física.
No entanto, isso mudou com a introdução do yoga no Ocidente, mais precisamente em meados do século XIX. O principal responsável por isso foi um professor hindu chamado Swami Vivekananda. Com a ajuda de pessoas da Europa e dos Estados Unidos, ele conseguiu reunir um grande interesse nas filosofias orientais em meio à elite intelectual da época. Os princípios de harmonia entre a mente e o corpo combinavam-se com as filosofias espirituais populares da época, bem como o interesse no condicionamento físico e no exercício físico.
De fato, foi no Ocidente que o yoga tornou-se, basicamente, um método de exercício em vez de uma uma prática espiritual. Tanto é que muitas formas bem conhecidas do yoga ocidental realmente têm suas raízes nas técnicas de ginástica europeia, ao invés de antigas tradições hindus. Por causa disso, o yoga como conhecemos hoje é na verdade uma mistura do Hatha Yoga tradicional com os regimes de treinamento físico relativamente modernos e as crenças espirituais do Ocidente. Ou seja, o yoga moderno retrata uma reunião do Oriente e do Ocidente, assim como os tempos antigos e recentes, mesclando características de ambos os pontos de vista.
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