Tente imaginar algum tipo de situação em que você acabe visitando uma colina tão alta que consiga promover uma bela visão de todo o seu entorno. Tudo parece bonito e perfeito até o momento em que você resolve olhar para baixo. É aí que você percebe que o que lhe espera lá embaixo é um grande desfiladeiro cheio de pedras e plantas espinhosas.
Se você é como a maioria das pessoas, provavelmente sentiria uma sensação um tanto desagradável caso realmente presenciasse uma situação como essa, afinal, trata-se de um local que naturalmente apresenta riscos para a sua vida. Similar a este medo natural, existem várias outras fobias que uma pessoa pode ter em situações parecidas, seja o medo de grandes alturas, insetos, água, ou até mesmo a simples ideia de ficar sozinho. Ou seja, todas essas coisas podem provocar arrepios na espinha!
No entanto, você já ouviu falar no caso de alguma pessoa que sofre um medo intenso de sentir medo? Você sabia que é possível ter uma “fobia de sentir medo”? Pois bem, ao longo desse post nós vamos explorar a curiosa fobofobia, que é, basicamente, o medo exagerado de sentir medo.
No geral, as fobias são comumente descritas como medos irracionais de efeitos intensos que surgem devido a estímulos particulares. Esse nome vem de uma palavra grega chamada “phobos”, que significa “medo” ou “fuga”. A fobofobia é o termo usado para descrever a aversão ou medo psiconeurótico a situações que envolvam algum tipo de pavor.
Essa fobia costuma estar relacionada a pessoas que sofrem com algum quadro grave de ansiedade, especialmente aquelas que geralmente sofrem com transtornos de ansiedade generalizada e ataques de pânico. Na prática, as pessoas que sofrem de fobofobia geralmente têm uma ou mais fobias existentes e, portanto, acabam adquirindo um medo exagerado de desenvolver uma outra fobia.
Como citado no fim do parágrafo anterior, a fobofobia geralmente ocorre quando o paciente em questão está aterrorizado com as suas fobias de tal maneira que acaba desenvolvendo um medo exagerado de adquirir novas fobias. Quando uma pessoa desse tipo pensa na sua “lista de fobias” e de outras coisas das quais ela tem medo, muitas vezes ela se sente ansiosa, o que pode levar a mudanças comportamentais, incluindo alterações no horário de dormir e de comer. No fim das contas, todo esse estresse histérico e irracional pode levar ao surgimento da fobofobia e até mesmo de outros distúrbios, como o transtorno do pânico.
Em outras palavras, a fobofobia ocorre quando uma pessoa pensa continuamente em um evento ou objeto particular que tende a assustá-la, com o receio de que isso desencadeie novas fobias. No entanto, vale destacar que desequilíbrios químicos no cérebro causados por uma variedade de condições médicas e lesões também podem levá-la a ter medos irracionais. Condições médicas, juntamente com as características exclusivas do paciente como personalidade, incidência de idade, variáveis fisiológicas, influência cultural dentro e fora da família e fatores bioquímicos também podem ser responsáveis por algo do tipo.
Curiosamente, um incidente casual também pode levar uma pessoa a desenvolver uma fobia. Por exemplo, se você ficar preso em um elevador escuro sozinho por muito tempo, pode acabar se tornando claustrofóbico, o que posteriormente pode fazer com que você fique com medo de utilizar elevadores sozinho a partir daquele momento. No entanto, normalmente, nada do ambiente externo provoca as fobias. Na verdade, é o processo interno de pensamento do cérebro humano que estimula esse problema.
Como dizia Franklin Roosevelt, ex-presidente dos Estados Unidos, “a única coisa que devemos temer é o próprio medo”. No caso da fobofobia isso realmente faz todo o sentido! Na prática, a fobofobia pode ter um impacto negativo em quase todas as áreas da vida social do paciente. Por isso, as atividades que uma pessoa com fobofobia antes costumava desfrutar se tornarão cada vez mais chatas, sem falar na extrema ansiedade que essas tarefas poderão desencadear.
Uma pessoa que sofre com essa condição também pode ter pensamentos constantes relacionados a situações de terror ou até mesmo de morte. O problema é que, na tentativa de evitar essa ansiedade intensa e desconfortante, a pessoa acaba se tornando ainda mais ansiosa, alimentado cada vez mais esse ciclo vicioso. Muitas vezes, é até mesmo difícil identificar o que desencadeia essas reações, já que os seus sintomas podem ocorrer a qualquer hora do dia.
Além disso, como praticamente todas as fobias causam uma ansiedade extrema, essas reações podem se tornar autodestrutivas, o que consequentemente pode acarretar no abuso de substâncias ilícitas (drogas) ou até mesmo abrir espaço para o surgimento de tendências suicidas. Desse modo, podemos concluir que, se não for tratada, a fobofobia pode deixar o paciente em grave perigo, por isso é essencial que a pessoa afetada fale com um profissional e tente lidar com esse problema o quanto antes.
Na maioria dos casos sim, mas elas precisam ser tratadas o mais rápido possível a partir dos cuidados de um profissional. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a hipnose podem ajudar algumas pessoas a se livrarem de suas fobias. A terapia cognitivo-comportamental é uma forma de psicoterapia na qual os padrões negativos de pensamentos são desafiados, sendo curados pela melhoria da regulação emocional e pelo desenvolvimento de estratégias de enfrentamento pessoal que fornecem táticas para resolver o problema.
Muitas técnicas de autoajuda também podem ajudar eficazmente na cura de fobias. Além disso, recomenda-se um diálogo aberto do paciente com alguém de sua confiança, pois isso fará com que a pessoa se sinta menos ansiosa. Técnicas de relaxamento, juntamente com yoga e meditação também podem ajudar o paciente a relaxar.
Participar de um grupo de apoio é uma outra coisa que pode ser altamente benéfica, pois isso o ajudará a se distrair e a expressar autenticamente os seus sentimentos ou emoções em um ambiente totalmente livre de julgamentos.
E você, já tinha ouvido falar nessa fobia tão estranha? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!
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