Não há dúvidas de que a ciência tem feito descobertas incríveis nos últimos 100 anos. Isto pode ser especialmente aplicado no campo da medicina e da engenharia biológica. Desde vacinas que passaram a salvar vidas a cirurgias revolucionárias, podemos concluir que a ciência realmente conseguiu melhorar a nossa qualidade de vida através do que é produzido nos laboratórios de pesquisa.
Mas o que pouca gente sabe é que o progresso exige que os pesquisadores aprimorem constantemente novas soluções para solucionar problemas antigos, de modo que por trás de cada descoberta médica, há sempre um laboratório cheio de ideias fascinantes. No entanto, em certos momentos, esses experimentos levantam questões éticas, embora na maioria das vezes, essas abordagens sejam necessárias para a solução de grandes problemas.
Pensando nisso, listamos aqui alguns itens fascinantes que você provavelmente não sabia que já chegaram a ser produzidos em laboratórios. Confira!
6. Ossos de porco
Em 2016, pesquisadores nos EUA implantaram com sucesso ossos criados em laboratório em 14 porcos adultos. O mais interessante é que nenhum dos porcos rejeitou os novos órgãos após a cirurgia, muito pelo contrário, os vasos sanguíneos dentro dos ossos cultivados em laboratório se integraram perfeitamente aos sistemas circulatórios preexistentes dos porcos.
Para iniciar o processo, os cientistas examinaram os maxilares dos porcos e mapearam suas estruturas. Eles então criaram suportes combinados com células de ossos de vaca. Essas estruturas foram injetadas com as células-tronco dos porcos e embebidas em uma solução rica em nutrientes. No fim das contas, o resultado foi totalmente funcional.
5. Membro de rato
Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts apareceram nos noticiários em 2015, quando conseguiram criar um membro inteiro de rato em seu laboratório. Na época, esse tinha sido o primeiro projeto de sucesso desse tipo no mundo. O esforço foi liderado pelo Dr. Harold Ott, que já era bastante conhecido na área de engenharia de órgãos e regeneração.
Para alcançar tal feito, o Dr. Ott e sua equipe pegaram um membro de um rato e removeram as suas células através de um processo que é conhecido como “descelularização”. Depois que todas as células vivas foram removidas, os cientistas obtiveram uma estrutura proteica para o membro. Então, eles usaram essa estrutura com células vivas para formar novos tecido musculares e células do sangue em questão de semanas.
Para testar a funcionalidade do membro desenvolvido em laboratório, a equipe resolveu aplicar pequenas cargas elétricas no tecido muscular. O resultado? Os músculos do membro contraíam exatamente como órgãos cultivados naturalmente, comprovando a sua eficácia!
4. Hambúrguer
Apelidado de “schmeat”, o primeiro hambúrguer produzido em laboratório no mundo estreou em Londres no ano de 2013. Ele foi criado por Dr. Mark Post, professor de fisiologia vascular. O Dr. Post tinha como principal objetivo produzir um “tipo de carne que não causasse sofrimento animal indevido e danos ambientais”, como acontece com as fontes tradicionais de carne.
O projeto levou cinco anos e precisou de um investimento de US $ 325 mil para ser concluído. Após seu sucesso, Post fundou a Mosa Meats, uma empresa totalmente focada na produção de carne cultivada de modo laboratorial. No entanto, outras empresas também aproveitaram a chance de produzir as suas próprias carnes em laboratórios.
A Memphis Meats, uma empresa sediada na cidade americana de São Francisco, resolveu criar almôndegas cultivadas em laboratório em 2016. A empresa também chegou a cultivar pedaços de frango, até então uma novidade no mundo. No entanto, elas não estarão disponíveis para o público até 2021. Outra empresa da Califórnia, Hampton A Creek já anunciou planos de colocar as suas carnes produzidas em laboratório nas prateleiras dos mercados nos próximos anos.
3. Embrião híbrido de porcos e humanos
Um grupo de cientistas do Salk Institute conseguiu desenvolver com sucesso células humanas dentro de um embrião de porco. O objetivo da pesquisa, liderada por Juan Carlos Izpisua Belmonte, era cultivar órgãos humanos inteiros dentro de outros animais para serem utilizados posteriormente em transplantes. Os cientistas de Salk já haviam desenvolvido vários órgãos de ratos dentro de embriões de outros ratos, mas esta pesquisa levantou algumas questões éticas por envolver seres humanos.
Na prática, tudo isso levantou preocupações sobre se os porcos ou outros animais implantados com células humanas poderiam desenvolver certas funções cerebrais originalmente humanas. No entanto, Juan Carlos Izpisua Belmonte e sua equipe garantiram que pretendiam apenas “testar maneiras de usar células humanas desenvolvidas com o auxílio de outros animais para fabricar tecidos específicos”, evitando assim qualquer tipo desenvolvimento com funções cerebrais.
2. Vaginas
O Dr. Anthony Atala e sua equipe chegaram a desenvolver vaginas humanas em seus laboratórios. Esses órgãos foram posteriormente implantados em quatro adolescentes no México que sofriam de um distúrbio que as fez nascer sem vaginas. Para construir os órgãos, a equipe de Atala utilizou uma pequena amostra de tecido de cada menina. Então, eles criaram uma estrutura biodegradável personalizada e injetaram células crescidas a partir das amostras de tecido originais.
A primeira dessas cirurgias foi concluída em 2005 e foi um grande sucesso, já que o acompanhamento com as mulheres não revelou complicações a longo prazo. De fato, todas as quatro mulheres relataram que conseguiam ter relações sexuais perfeitamente normais após as cirurgias. No entanto, apenas duas dessas mulheres têm úteros e não está claro se ambas são capazes de gerar filhos.
1. Orelhas feitas a partir de maçãs
Em 2016, o biofísico canadense Andrew Pelling e sua equipe da Universidade de Ottawa desenvolveram com sucesso um tecido humano usando maçãs. Usando uma técnica de descelularização para remover as células existentes da maçã, Pelling usou a técnica para criar a estrutura de uma orelha humana.
A motivação por trás desse experimento pra lá de curioso era criar implantes mais baratos. De acordo com Pelling, seu material produzido em laboratório também é menos problemático do que os materiais biológicos convencionais usados em implantes, pois estes são muitas vezes provenientes de animais ou cadáveres.
No entanto, vale destacar que essa técnica não é limitada a maçãs. O grupo também chegou a analisar as suas descobertas em pétalas de flores, espargos e outros vegetais.
As pesquisas feitas em laboratórios podem realmente surpreender, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!