O que vem à sua mente quando você pensa em uma guerra? Um avião soltando bombas enquanto sobrevoa o território inimigo? Soldados avançando trincheiras? Bem, se você tem lido as notícias ultimamente, provavelmente já deve ter ouvido falar sobre um tipo diferente de conflito: a guerra comercial.
Desde julho de 2018, os Estados Unidos e a China estão envolvidos em uma guerra comercial tão ferrenha que está se tornando tão devastadora quanto uma guerra real, embora de formas diferentes, obviamente. Mas, afinal de contas, o que está por trás dessa tal guerra comercial entre EUA e China? Quais são as motivações de ambos os países?
Ao longo desse post, você vai entender o que é uma guerra comercial e por que Estados Unidos e China estão travando essa batalha tão nociva aos mercados financeiros de todo o planeta.
Ao contrário da maioria das guerras, as armas empregadas em uma guerra comercial são bem diferentes. Na prática, ela afeta os alimentos que comemos, os medicamentos que usamos e até mesmo o aparelho eletrônico no qual você provavelmente está lendo esse post. Basicamente, as guerras comerciais são conflitos econômicos nos quais ambos os países envolvidos tentam prejudicar o comércio uns dos outros. Isso geralmente é feito pela imposição de tarifas, que são impostos cobrados sobre bens importados.
De certa forma, as tarifas “comuns” são um tipo de imposto essencial para proteger o comércio interno e as empresas. Por exemplo, durante a colonização da Índia, os britânicos inundaram o mercado indiano com roupas produzidas em grandes fábricas na Grã-Bretanha. Isso resultou em pessoas comprando as roupas feitas pelas máquinas britânicas, já que elas eram muito mais baratas, o que fez com que o mercado doméstico da Índia entrasse em colapso. Nesse caso, as tarifas seriam importantes para proteger o mercado interno das ações de empresas estrangeiras.
Por outro lado, quando as tarifas são usadas como uma ferramenta para punir ou retaliar um país, impondo suas próprias tarifas de forma injusta, isso pode resultar no que conhecemos como “guerra comercial”.
Existem vários fatores que podem resultar em uma guerra comercial. Elas podem estar ligadas a práticas comerciais desleais entre dois países, roubo intelectual, manipulação do comércio de qualquer forma ou até mesmo a falta de pagamentos de certos custos. A Guerra Anglo-Irlandesa foi resultante deste último. Antes de 1932, tanto a Grã-Bretanha quanto o Estado Livre Irlandês eram aliados do comércio, mas uma guerra comercial surgiu quando Éamon De Valera, o então presidente irlandês, se recusou a pagar anuidades para a Grã-Bretanha.
Com isso, os britânicos puniram a Irlanda impondo uma tarifa de 20% sobre todos os seus bens. Os irlandeses reagiram impondo tarifas sobre os bens da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte. Valera sabia que haveria consequências financeiras, mas acreditava que a guerra fortaleceria o mercado interno e estimularia os empresários a montarem suas próprias empresas de manufatura. O problema é que a guerra comercial teve efeitos desastrosos em ambos os países.
Eventualmente, a deterioração da situação política e econômica encorajou os britânicos a acabarem com a guerra comercial. Mas apesar dos efeitos negativos da guerra comercial em ambos os países, houve também alguns resultados positivos. Os irlandeses encorajaram a produção de carvão e a Irlanda do Norte, que anteriormente era altamente dependente da Irlanda, iniciou a sua própria produção de vários produtos para satisfazer as necessidades domésticas. As anuidades da terra terminaram e De Valera foi visto como um herói por desafiar os britânicos.
Em 6 de julho de 2018, essa guerra comercial tornou-se oficial quando os EUA impuseram tarifas de 34 bilhões de dólares sobre produtos chineses. Desde então, uma série de tarifas foram impostas pelos dois países. O problema é que toda essa disputa chegou a um ponto tão crítico que os EUA estão impondo tarifas sobre quase todos os produtos que a China exporta para os Estados Unidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, culpou o déficit comercial como um dos fatores para a imposição de tarifas, dado que os EUA têm um enorme déficit comercial com a China, girando em torno de US $ 500 bilhões. Trump diz que isso é ruim para os EUA e acusou a China de práticas comerciais ilegais ao longo dos anos. No entanto, o déficit comercial é apenas a ponta do iceberg.
No fundo, essa guerra também envolve questões como as práticas de comércio desleal da China ao longo de muitas décadas, as suas trapaças em termos de fabricação e a sua corrida para dominar o comércio global. Do outro lado, temos um EUA muito mais fragilizado em termos comerciais do que no passado, já que, de certo modo, o mundo caminha para ficar cada vez mais independente da sua prevalência econômica, principalmente quando levamos em consideração o fato de que a China deverá se tornar a maior economia do mundo em um futuro relativamente próximo.
Na prática, toda essa guerra pode deixar vários produtos mais caros e a economia mais instável. Para entender isso melhor, vamos usar o iPhone como exemplo. Embora essa linha de smartphones seja proveniente de uma empresa americana (Apple), praticamente todos os seus componentes e as fases de sua montagem ocorrem em fábricas chinesas, que utilizam mão de obra barata e apenas enviam os produtos já montados para os EUA. Desse modo, a guerra entre EUA e China pode encarecer substancialmente o preço do iPhone por conta das tarifas envolvidas em sua produção.
Em vários de seus comícios, Trump chegou a mencionar que a Apple deveria começar a fabricar seus produtos nos EUA, mas isso não é tão simples assim. Fabricar produtos em larga escala no território americano é muito mais caro do que produzi-los em solo chinês, o que também acabaria aumentando o seu preço no fim das contas.
Os EUA e a China têm sido parceiros comerciais há muito tempo, sendo que a China se tornou o maior parceiro comercial dos Estados Unidos. Assim, dada a complexa relação que compartilharam no passado e o tamanho de suas economias, não é de se admirar que uma guerra comercial entre ambos possa realmente desacelerar o crescimento econômico global e afetar negativamente outros países que estão praticando o livre comércio com os dois combatentes.
A situação fica ainda mais crítica porque ambos os países dominam o mercado global do comércio, sem falar que a China superou os Estados Unidos em 2013 como a maior nação comercial do mundo. A China também desempenha um papel vital no comércio internacional, pois possui acordos de livre comércio com vários outros países. Assim, China e EUA dependem uns dos outros e os chineses são os maiores detentores estrangeiros da dívida dos títulos do Tesouro dos EUA, já que a China compra a dívida dos EUA para sustentar o valor do dólar.
Por outro lado, a China é também o maior exportador para os EUA. O total das exportações para os EUA em 2018 foi de US $ 540 bilhões, o que faz dos Estados Unidos o maior consumidor do mercado chinês. Considerando esses fatores, é óbvio que os dois países dependem uns dos outros. Portanto, o ideal seria se ambos conseguissem encontrar uma maneira de trabalhar juntos.
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