Os gladiadores eram as grandes estrelas do Império Romano. No entanto, o combate entre gladiadores era um pouco diferente do que você imagina. Como o mito costuma ser mais divertido do que a realidade, pode ser difícil diferenciar fato e ficção, especialmente se levarmos em conta uma história tão distante quanto a da Roma Antiga.
Para sua sorte, aqui está uma lista de alguns fatos curiosos que explicam como o verdadeiro negócio acontecia no Coliseu. Você vai ver que muitas coisas que Hollywood nos ensinou não são necessariamente similares ao que realmente ocorria com os gladiadores na prática. Confira!
7. Eles nem sempre eram escravos
Apesar de muita gente pensar o contrário, nem todos os gladiadores eram escravos. Embora a maioria dos primeiros combatentes realmente tenha sido composta por povos e escravos que tinham cometido crimes, inscrições antigas mostram que no século I d.C. a demografia começou a mudar.
Atraídos pela emoção das batalhas e pela torcida das multidões, dezenas de homens livres começaram a assinar voluntariamente contratos com escolas de gladiadores na esperança de ganhar a glória e vários prêmios em dinheiro. Esses “gladiadores freelancers” eram frequentemente homens desesperados ou ex-soldados habilidosos em luta, mas também existiam alguns membros da classe alta, cavaleiros e até senadores dispostos a demonstrar seus talentos no combate.
6. Algumas mulheres também lutaram como gladiadoras
Pouca gente sabe, mas algumas escravas também eram condenadas à arena ao lado de seus colegas do sexo masculino. Os historiadores não sabem ao certo quando as mulheres passaram a se preparar para lutar como gladiadoras, mas no século I d.C. elas já marcavam presença constante nos jogos.
Curiosamente, essas mulheres guerreiras podem não ter sido levadas muito a sério na cultura romana patriarcal, já que o imperador Domiciano gostava de colocar as mulheres para lutar contra anões. Essas mulheres combatentes também participavam das caçadas aos animais, mas acredita-se que seu período na arena pode ter chegado ao fim por volta de 200 d.C., quando o imperador Septímio Severo proibiu a participação feminina nos jogos.
5. Eles nem sempre lutavam até a morte
Os filmes de Hollywood e as séries de TV costumam descrever as batalhas entre gladiadores como algo mortal, mas a verdade é que a maioria das lutas era realizada sob regras e regulamentos bastante rígidos. Os árbitros supervisionavam a ação e podiam parar a luta assim que um dos participantes ficava gravemente ferido. Uma partida poderia até terminar em um empate se a multidão ficasse entediada por conta de uma batalha longa, sendo que em casos raros os dois guerreiros poderiam até deixar a arena com honra se promovessem um show emocionante para a multidão.
Como os gladiadores eram caros para abrigar, alimentar e treinar, seus promotores relutavam em deixá-los morrer desnecessariamente. Alguns treinadores até ensinavam seus combatentes a apenas ferir e não a matar seus adversários. No entanto, a vida dos gladiadores era geralmente brutal e curta, de modo que a maioria só viveu até os 20 e poucos anos.
4. Alguns gladiadores se organizavam em “sindicatos”
Embora eles fossem regularmente forçados a disputar um combate de vida ou morte, os gladiadores se viam como um tipo de irmandade, de modo que alguns até se organizavam em sindicatos ou colegiados, cada um com seus próprios líderes eleitos e deidades protetoras.
Quando um guerreiro morria em batalha, esses grupos asseguravam que o camarada recebesse um funeral adequado e algum tipo de menção honrosa como uma forma de honrar suas realizações na arena. Se o falecido tivesse esposa e filhos, tais instituições também tentavam fazer com que a família recebesse uma compensação monetária pela morte do guerreiro.
3. As batalhas eram organizados em diferentes classes e tipos
Quando o Coliseu foi aberto por volta de 80 d.C., as disputas entre gladiadores já haviam evoluído das batalhas até a morte para um esporte bem organizado, embora ainda fosse sangrento. Os lutadores eram colocados em classes com base em seu registro, nível de habilidade e experiência. Os mais populares eram os “murmillones”, que lutavam com espada e escudo, mas também havia os “equites” que entravam na arena a cavalo, os “essedarii” que lutavam com carruagens e os “dimachaerus” que poderiam usar duas espadas ao mesmo tempo.
De todos os tipos populares de gladiadores, talvez o mais incomum fosse o “retiarius”, que eram armados apenas com uma rede e um tridente. Esses guerreiros tentavam prender seus oponentes com suas redes antes de partirem diretamente para a matança, mas se eles falhassem, ficariam quase totalmente indefesos.
2. Eles raramente lutavam contra animais
As lutas contra animais selvagens eram reservadas para os “venatores” e os “bestiarii”, classes especiais de guerreiros que enfrentavam tudo, desde veados e avestruzes a leões, crocodilos, ursos e até elefantes. As caçadas de animais serviam tipicamente como um evento de abertura dos jogos e não era incomum que dezenas de criaturas infelizes fossem abatidas em um único evento.
Embora a matança de animais não fosse algo comum, estima-se que 9 mil animais tenham sido mortos durante uma cerimônia de 100 dias para marcar a abertura do Coliseu, sendo que outros 11 mil podem ter sido mortos posteriormente como parte de um festival de 123 dias realizado pelo imperador Trajano no século II dC.
1. O famoso gesto do “polegar para baixo” pode não ter sido usado para sinalizar a morte do gladiador
Se um gladiador fosse gravemente ferido em uma batalha, seu destino era deixado nas mãos dos espectadores. Nas competições realizadas no Coliseu, o imperador tinha a palavra final sobre se o guerreiro cambaleante vivia ou morria, mas os governantes e os organizadores de lutas geralmente deixavam o povo tomar a decisão. Pinturas e filmes geralmente mostram as multidões fazendo um gesto de “polegar para baixo” quando eles queriam que um gladiador fosse morto, mas isso pode não ser exatamente o que acontecia.
Alguns historiadores acreditam que o “sinal da morte” pode ter sido, na verdade, o polegar para cima, enquanto que um punho fechado com dois dedos estendidos, um lenço acenado e o famoso polegar para baixo poderiam representar misericórdia. O que se sabe é que qualquer que fosse o gesto usado, o fato é que todos os sinais era acompanhados por gritos de “solte-o!” ou “mate-o!”.
E você, já conhecia esses detalhes das batalhas de gladiadores? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!