De certo modo, tudo tem um lado positivo, e isso ficou muito claro quando os Estados Unidos passaram por maus momentos no século passado. De fato, foi através de uma das piores crises econômicas dos EUA que surgiram os carros Hot Rods, que são veículos geralmente das décadas de 1910, 1920 e 1930 altamente modificados. Ao longo da história, os Hot Rods significaram coisas distintas para pessoas diferentes, mas o fato é que eles sempre foram sinônimos da cultura automobilística dos Estados Unidos e tão caseiros quanto os chamados muscle cars.
No entanto, ao contrário dos muscle cars, os Hot Rods são veículos bem mais despojados que conseguem representar muito bem o poder de customização que os mecânicos são capazes de desempenhar. Esses carros eram e ainda são bastante atrevidos para os padrões automobilísticos já estabelecidos, apresentando muita força e desempenho sob o capô, assim como seus proprietários desejam.
Pensando nisso, listamos aqui cinco fatos interessantes que você provavelmente não sabia sobre os veículos Hot Rods. Você vai ver que esses carros altamente customizados têm muita história para contar. Confira!
A década de 1920 foi um período sombrio para os Estados Unidos e outras partes do mundo, já que a sua economia sofreu um duro golpe que deixou milhares de pessoas lutando para sobreviver. Na prática, nada de novo poderia ser oferecido nessa época, de modo que, quando alguns carros começaram a desaparecer do mercado, algumas pessoas inovadoras passaram a usar ferramentas e peças obtidas em ferros-velhos para elaborar modificações que pudessem renovar seus veículos de alguma forma.
Basicamente, foi assim que os Hot Rods nasceram. Como os carros antigos contavam com motores inviáveis para manter ao longo dos anos, novos motores foram incluídos nesses veículos, enquanto a sua carroceria tradicional era mantida. Isso lhes deu uma vida nova, mais longa e mais veloz. Ou seja, o nascimento dos Hot Rods foi um produto da inovação usada com sabedoria em tempos difíceis.
Muitos dos hot-rodders (os aficionados por Hot Rods) consideram a Califórnia como o berço de tudo o que é relacionado a esses veículos. De fato, era nesse estado americano onde muitos mecânicos e funileiros brincava com a personalização de carros baratos e facilmente disponíveis em tempos de crise. O mais incrível é que, mesmo com poucos recursos, esses caras com mentes inovadoras transformaram veículos ultrapassados em carros de corrida extremamente poderosos, que nem mesmo a elite conseguia competir.
Como foi dito anteriormente, os Hot Rods até podem ter surgido através de uma grande necessidade (a de ter um carro poderoso com pouco ou nenhum dinheiro) mas o fato é que, para muitos, isso logo se transformou em um hobby, um passatempo ou uma verdadeira paixão para o resto da vida. De fato, esta é a principal razão pela qual a National Hot Rod Association nasceu, para regular e legalizar os Hot Rods, sem falar na elaboração de regras para as corridas que envolvem esse tipo de carro.
Com o objetivo de melhorar o desempenho dos seus carros, os primeiros hot-rodders descobriram que fazer o uso de pneus traseiros maiores para aumentar a relação de marchas era uma excelente forma de aumentar ainda mais a velocidade desses veículos. Grelhas ou ranhuras também foram cortadas nas laterais, na frente e na traseira do carro para melhorar o resfriamento do motor e aprimorar circulação de ar para dar um impulso adicional ao carro.
Vale destacar que, durante a década de 1930, um Hot Rod não tinha uma capacidade de aceleração que pudesse atingir facilmente os 100 km/h. No entanto, não demoraria muito para que os esforços das pessoas que transformavam esses carros estranhos em máquinas poderosas pudesse ultrapassar essa barreira da velocidade que antes era tida como algo praticamente inatingível, sem falar nas barreiras sociais que os Hot Rods ajudaram a derrubar.
A Grande Depressão até pode ter dado origem à tendência dos Hot Rods, mas a verdade é que a sua popularização massiva ocorreu em meados de 1945, quando muitos dos homens do Exército americano que haviam retornado da guerra passaram a adotar os Hot Rods como uma grande paixão. O fim de uma guerra sangrenta, juntamente com uma economia que parecia estar olhando para um futuro melhor e mais brilhante, transformou o hot-rodding em uma das tendências mais populares e duradouras pós-Segunda Guerra Mundial.
Obviamente, os Hot Rods da época eram frequentemente pintados com detalhes como estrelas e listras que lembravam a bandeira americana, sendo vistos entre boa parte do público como um gesto patriótico de suas raízes e uma interessante homenagem aos esforços dos soldados dos EUA na guerra. No entanto, eles ainda costumavam ser desaprovados pela elite da sociedade americana, que via esses carros como o fruto de uma “rebeldia juvenil” ou até mesmo como “algo imoral”.
Na década de 1970, nasciam os Streets Rods, um esforço por parte de alguns hot-rodders que queriam ser levados a sério e começaram a criar carros que eram absurdamente poderosos, mas menos barulhentos e berrantes para se fundir melhor com a cultura convencional. Dito isto, o hot-rodding ainda tem seus seguidores em várias partes do mundo, principalmente na região da costa oeste dos Estados Unidos.
Após a década de 1940, o hot-rodding ainda era considerado violento e desrespeitoso, então muitos entusiastas passaram a correr nas pistas de autódromos, especialmente depois que a NHRA (associação automobilística que organiza categorias de dragster nos Estados Unidos e no Canadá) foi formada. Além disso, o advento dos muscle cars e dos pony cars deu-lhe uma nova vida, já que, a partir disso, os fabricantes de Hot Rods passaram a ter novos carros para brincar e modificar.
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