Você se lembra da sua primeira cicatriz? Você até pode pensar que ela deve ter surgido quando você caiu de uma bicicleta e arranhou o joelho pela primeira vez ou talvez em alguma ocasião onde você estava correndo rápido demais e acabou escorregando no chão molhado. De certo modo, toda cicatriz tem uma história para contar, não é mesmo? No entanto, o que você talvez ainda não sabe é que a sua primeira cicatriz é, na verdade, o seu próprio umbigo!
Sim, você leu certo! Convenhamos que você provavelmente nunca pensou que uma cicatriz pudesse ser tão “diferente”, não é mesmo? Quando você ainda era um feto no ventre de sua mãe, toda a nutrição e o oxigênio necessários para a sua sobrevivência eram fornecidos a você através de um tubo chamado cordão umbilical, que o conectava ao corpo de sua progenitora. O cordão umbilical também ajudava a transferir sangue desoxigenado e resíduos de volta do seu corpo para o dela.
Depois que você nasceu, não era mais necessário o uso desse cordão para obter os nutrientes e oxigênio necessários, pois agora você poderia fazer isso com a boca. Então, o médico cortou o cordão a um centímetro ou dois do corpo, a fim de dar tempo ao corpo para curar e fechar o ponto em que o cordão se unia. Este pedaço do cordão deixado em sua barriga é chamado de “coto umbilical”, que depois de alguns dias, finalmente seca e cai, assim como a crosta seca que cai de uma ferida curada.
Ou seja, basicamente, seu umbigo é apenas uma cicatriz que resta após a remoção do cordão umbilical. No entanto, o que mais chama a atenção é que, depois de cicatrizado, o umbigo pode adotar formas bem distintas. De fato, muitas pessoas têm um umbigo mais fundo, enquanto outras apresentam um umbigo mais “estufadinho”. Mas por que será que isso acontece? É isso o que vamos explorar ao longo desse post!
Como foi dito anteriormente, os umbigos vêm em diferentes formas e tamanhos. Geralmente, os classificamos em dois grupos principais: “fundos” e “estufados”, dependendo se eles estão respectivamente “para dentro” ou “para fora”. Embora o fato de obter um umbigo fundo ou estufado possa ser considerado uma questão de sorte, existem alguns fatores que podem ser determinantes na formação das características umbilicais.
Algumas pessoas acreditam que o formato do umbigo depende da maneira ou da distância em que o cordão foi cortado, mas não há evidências científicas para provar que isso seja verdade. Por isso, a tese mais aceita pela comunidade científica é que o tipo de umbigo formado depende apenas da maneira pela qual o tecido cicatricial se formou. Desse modo, aqueles que sofreram algum tipo de lesão ou alteração tendem a apresentar um tecido cicatricial extra, deixando-os mais sobressaltantes e mais côncavos.
Às vezes, um surto no crescimento do umbigo também pode ser desencadeado devido a uma hérnia umbilical ou um granuloma umbilical. Por causa da complexidade dos seus nomes, essas condições podem parecer assustadoras à primeira vista, mas a verdade é que elas raramente representam uma grande ameaça ou requerem um tratamento. Ainda assim, para sanarmos certas dúvidas, vamos analisar mais de perto essas condições que podem causar lesões em recém-nascidos.
Em bebês prematuros, quando os músculos abdominais não são bem desenvolvidos, o intestino tende a empurrar esses músculos, o que consequentemente gera uma protuberância perto do umbigo. Visivelmente, isso pode aparecer mais facilmente quando o bebê chora constantemente e tensiona seus músculos. Essa hérnia geralmente fecha dentro de três a quatro anos, portanto, os cirurgiões geralmente recomendam esperar esse tempo antes de sugerir qualquer tipo de operação.
Você já viu ou ouviu falar na tal “laranja de umbigo”? Pois bem, a história da formação da laranja de umbigo é bastante semelhante. Nesse caso, uma pequena fruta secundária cresce dentro da fruta primária, o que faz com que a parte final da flor da laranja primária se assemelhe a um umbigo externo. Essa estrutura semelhante ao umbigo aumenta à medida que o fruto secundário cresce.
Por outro lado, a condição mais comum é o chamado “granuloma umbilical”, onde um pedaço de pele inchado se desenvolve no umbigo do bebê nos primeiros dias após o corte do cordão umbilical. O granuloma geralmente parece ser um pequeno nódulo vermelho e, às vezes, é coberto por uma pele de tonalidade branca ou amarela clara. Esse caroço, normalmente indolor, acaba endurecendo com o passar do tempo, transformando-se em uma pequena bola de pele dentro do umbigo do bebê, deixando-o estufado.
Também é importante destacar que certas mudanças durante a gravidez podem ser altamente determinantes nas características do umbigo da própria gestante. Por exemplo, no segundo ou no terceiro trimestre de gravidez, o útero da mamãe em questão tende a apresentar uma rápida expansão que pressiona a barriga, empurrando o seu umbigo para fora. No entanto, a pressão diminui assim que o bebê finalmente nasce, de modo que, nos próximos meses, o umbigo tende a voltar lentamente ao seu tamanho normal e protrusão.
Apesar de ser uma cicatriz tão marcante em nosso corpo, o umbigo é também o lar de muitas bactérias e, às vezes, até serve como um acumulador de fiapos de tecido, geralmente provenientes das roupas. Os umbigos mais estufados acumulam menos fiapos, uma vez que os fios não encontram um lugar tão fácil para se instalar. No entanto, os mais fundos tendem a ficar bem sujinhos se não forem lavados regularmente com água e sabão para manter uma boa higiene.
Vale destacar que produtos antibacterianos não são recomendados, uma vez que podem matar as boas bactérias que vivem no umbigo, que por sua vez o protegem de outros germes externos. Usar roupas apertadas também pode irritar o umbigo das pessoas que usam piercings e dificultar o processo de limpeza. Outro detalhe que deve ser observado é que, caso não seja cicatrizado adequadamente após sofrer uma lesão, ele pode ficar facilmente propenso a infecções.
Quem diria que o umbigo teria toda essa complexidade, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!
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