Os fogos de artifício existem há milênios. Na sociedade moderna, eles inundam o céu com rajadas brilhantes durante celebrações específicas, como na virada de ano, por exemplo. No entanto, se você observar uma queima de fogos de artifício com bastante atenção, poderá notar que a cor azul dificilmente marca presença. De fato, essa cor costuma ser “substituída” por tonalidades mais claras ou até mesmo pelo roxo.
Por causa disso, a cor azul é comumente considerada o “Santo Graal” para os especialistas em pirotecnia desde que os fogos de artifício foram inventados há mais de um milênio, pois ela é de longe a cor mais difícil de produzir a partir da explosão de fogos. Mas por que será que isso acontece?
Ao longo desse post, nós vamos explorar a composição dos fogos de artifício, ao mesmo tempo em que buscamos possíveis explicações para a escassez da cor azul nos shows pirotécnicos.
Acredita-se que os explosivos foram inventados por acaso pelos chineses em 200 a.C. No entanto, foi só mil anos depois que os alquimistas chineses desenvolveram os fogos de artifício. Curiosamente, os fogos de artifício primitivos eram, na maior parte, misturas brilhantes e barulhentas, projetadas com objetivos militares ou para supostamente assustar espíritos malignos. Ou seja, eles eram bem diferentes dos fogos que promovem as explosões coloridas e totalmente controladas que vemos hoje.
Avançando mais um milênio na cronologia histórica dos fogos de artifício, os italianos descobriram uma forma de adicionar cores a partir da introdução de vários elementos na mistura inflamável. Por exemplo, a adição do elemento estrôncio a uma mistura pirotécnica colorida produz uma chama vermelha. Já o bário, tende a promover uma explosão com tons de verde, enquanto o sódio tem a capacidade de produzir um belo show pirotécnico de tonalidade amarela.
Além disso, a quantidade exata dos produtos químicos usados também promove mudanças significativas na temperatura e, portanto, no comprimento de onda da cor vista. Desse modo, a mistura adequada de produtos químicos, quando inflamada, acaba produzindo energia suficiente para desencadear os elétrons e emitir diferentes cores de luz.
Embora toda a química envolvida na produção dessas cores não seja uma técnica nova, a geração atual ainda parece entusiasmada com as cores variadas pipocando pelo céu. Nos dias de hoje, temos uma ampla variedade de cores, que incluem vermelho, verde, amarelo, roxo e outras variações. Cada cor funciona da mesma maneira: à medida que diferentes elementos se inflamam, eles liberam diferentes comprimentos de onda de luz que se traduzem em cores diferentes. Mas e o azul?
Embora a tática de combinar elementos para criar tonalidades diferentes possa ser aplicada a qualquer dispositivo pirotécnico, o fato é que nem todas as cores dos fogos de artifício são igualmente fáceis de criar. Na prática, certas cores exigem combinações de elementos bem mais complexas, de modo que vários dos nossos colegas voltados ao campo da pesquisa e do desenvolvimento da pirotecnia costumam chegar a um consenso de que o azul é a cor mais difícil de ser produzida.
Curiosamente, isso também ocorre porque o céu tende a apresentar um tom de azul naturalmente, o que significa que a maioria das explosões azuis não costumam se destacar muito bem. Para complicar ainda mais a situação, se você tentar tornar o azul mais brilhante para contrastar com o plano de fundo, ele pode parecer mais “desbotado”. Desse modo, o equilíbrio certo de cobre e de outros produtos químicos na reação da chama e na produção da combustão é a chave para a criação de fogos de artifícios azuis. Bem, pelo menos na teoria.
Em termos mais técnicos, a principal dificuldade na criação de fogos de artifício com uma cor azul intensa é que a química envolvida não é nada simples. Ela requer uma combinação de vários produtos químicos com o cobre. Quando o cobre se inflama, os elétrons ao redor dos átomos de cobre ficam agitados e energizados na chama, de modo que quando os elétrons liberam essa energia, ela aparece para os observadores como uma luz azul.
Cada cor funciona da mesma maneira. À medida que diferentes elementos se inflamam, eles liberam diferentes comprimentos de onda de luz que se traduzem em cores diferentes. Então, quando você vê pontos de luz azuis criando um padrão no céu noturno, você está vendo, na verdade, elétrons agitados liberando energia na forma de uma luz azul. Só que, como a produção da mistura que confere a cor azul é muito complexa, os fogos que apresentam essa tonalidade acabam sendo “deixados de lado”.
Nos últimos anos, químicos, cientistas e especialistas pirotécnicos de todo o mundo têm procurado produzir fogos de artifício mais ecológicos e limpos. A principal motivação por trás dessa abordagem tem a ver com o elemento químico bário, que geralmente produz a cor verde em fogos de artifício.
O bário não é necessariamente cancerígeno, mas em doses mais altas pode afetar o sistema nervoso, causando ansiedade, depressão e tremores, além de afetar o ritmo cardíaco. De fato, esse elemento já chegou a ser considerado um veneno em certos lugares, devido ao número de mortes em que foi considerado o principal responsável. Com isso, surgiu a necessidade de encontrar um elemento alternativo mais barato de produzir, mais limpo e, é claro, mais seguro que o bário.
Inicialmente, o boro em sua forma pura foi considerado a melhor opção, mas como é um elemento de queima rápida, ele perdia a luz muito rapidamente em seu estado original. No entanto, descobriu-se que, ao adicionar carboneto de boro ao boro amorfo, era possível prolongar com sucesso o tempo de queima, ao mesmo tempo em que a cor se tornava ainda mais visível.
No fim das contas, esta foi, obviamente, uma excelente descoberta para a indústria dos fogos de artifício, pois além de ser mais seguro, o boro tende a custar muito menos que o bário.
E você, já tinha reparado que a cor azul não é costuma ser muito comum nos shows pirotécnicos? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!
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