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Por que o Sega Dreamcast fracassou?

Lançado em 27 de novembro de 1998 no Japão e em 9 de setembro de 1999 na América do Norte, o Sega Dreamcast era um console que inicialmente parecia ser promissor para a sua época, o que levou muitas pessoas a dizerem que ele poderia ser um console à frente de seu tempo. No entanto, o Dreamcast acabou se tornando um fracasso tão colossal que veio a tirar a Sega do mercado de consoles domésticos. Desse ponto em diante, esse mercado acabou ficando nas mãos de Microsoft, Sony e Nintendo.

Embora houvesse uma grande expectativa em torno do seu lançamento, o Dreamcast vendeu apenas cerca de nove milhões de unidades e foi oficialmente descontinuado em março de 2001, apenas dezessete meses após seu lançamento na América do Norte! Mas, afinal de contas, por que o Dreamcast fracassou de tal forma?

Ao longo desse post, nós vamos abordar alguns tópicos que ajudam a explicar os fatores que transformaram uma máquina aparentemente promissora em um dos maiores desastres da história dos consoles de videogame.

Os seus concorrentes eram muito mais fortes

O PlayStation 2 é o maior console de videogame da história, um fato que por si só já explica o tamanho dos problemas que os seus concorrentes tinham que lidar na época. Embora os rivais Xbox e Nintendo Gamecube até conseguissem alcançar números respeitáveis e um reconhecimento mundial, o Dreamcast viu a sua popularidade ser totalmente engolida pelo console da Sony.

O que complicou ainda mais a vida do pessoal da Sega foi o fato de que eles tiveram a infeliz ideia de lançar o Dreamcast apenas 13 meses antes do PS2 na América do Norte, o que fez com que muitas pessoas preferissem economizar seu dinheiro para comprar o console da Sony do que gastar as economias em um Dreamcast que já acumulava críticas desde o seu lançamento no Japão.

A Sega já andava mal das pernas

No final dos anos 90, a Sega estava sendo rapidamente empurrada para fora do mercado de consoles domésticos devido a uma experiência cheia de altos e baixos no setor. O Master System foi destruído pelo NES em meados dos anos 80 e, embora o Sega Genesis tenha se saído relativamente bem na América do Norte, o seu sucessor, o Sega Saturn, não foi muito bem recebido e não se popularizou entre os jogadores que utilizavam o PlayStation e o Nintendo 64.

No final dos anos 90, a Sega já estava muito mal das pernas, especialmente na sua divisão voltada aos consoles domésticos. Desse modo, o resultado da mistura entre o lançamento sem brilho do Dreamcast e a hype inacreditável em torno do PS2 praticamente garantiu o seu fracasso imediato.

O seu custo-benefício não era muito satisfatório

Curiosamente, a tecnologia de DVD também pode ser considerada uma das principais razões para o fracasso do Dreamcast, pois acabou dando origem a uma desvantagem significativa no custo do console. Na prática, ninguém queria comprar o Dreamcast pelo mesmo preço do Playstation 2, visto que o console da Sony era mais avançado tecnologicamente. Ou seja, o custo-benefício do Dreamcast simplesmente não compensava.

Durante uma entrevista à revista Famitsu, um funcionário de marketing da Sega chamado Tadashi Takezaki afirmou: “A Sony fazia parte da equipe que desenvolveu o padrão da tecnologia do DVD, o que fez com que eles pudessem desenvolver facilmente um sistema em torno disso. A Sega, por outro lado, estava comprando todos os seus componentes de terceiros, o que gerou uma desvantagem de custo muito grande. Não podíamos cortar facilmente os custos de fabricação, o que impactou no preço final do produto”.

O seu antecessor também não ajudava

Esse tópico tem uma ligação direta ao fato de que a marca Sega já “estava morrendo” no ramo dos consoles. O desenvolvimento do Sega Saturn foi considerado decepcionante por muitos, levando ao seu fim antes mesmo do esperado. Além de alguns jogos de sucesso como o Virtua Fighter e a série Panzer Dragoon, não havia nada que ajudasse a distinguir esse console dos seus concorrentes.

Enquanto isso, a Sony estava lançando muitas franquias notáveis no PlayStation e o Nintendo 64 lançava alguns dos jogos que viriam a se tornar alguns dos mais conceituados de todos os tempos, como Mario Kart 64, 007 GoldenEye e The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Inicialmente, as decepções com o Saturn até aumentaram momentaneamente as expectativas de que a Sega não iria falhar novamente com o lançamento do Dreamcast, mas o tempo acabou provando o contrário.

A sua estratégia de marketing era repleta de falhas

O marketing é um um instrumento que pode popularizar ou quebrar um produto. No caso do Dreamcast, a última opção se sobressaiu. As estratégias de marketing bem-sucedidas da Sony feitas em cima do PS2 apontavam esse console como a próxima grande máquina do mundo dos consoles, o que fez com que muitas pessoas passassem a ignorar o Dreamcast.

Outro ponto que merece destaque é que, enquanto o PS2 conseguia ótimas análises da crítica especializada, o Dreamcast tentava sobreviver no meio do fogo cruzado entre a Sega japonesa e a norte-americana, que já apresentavam desavenças desde a época do Sega Saturn. Em outras palavras, a divulgação frequente de notícias ruins envolvendo brigas internas desestabilizavam ainda mais uma marca que já tinha muitos problemas para lidar.

Além disso, o rival PS2 apresentava um visual revolucionário, com um exterior preto, bordas ásperas e uma interessante estabilização vertical-horizontal. Por outro lado, o Dreamcast parecia mais com um brinquedo infantil, sem falar no seu controle com visual hilário. Algumas pessoas iam ainda mais longe e diziam que o Dreamcast era uma “imitação barata” do Nintendo GameCube.

Seus jogos de lançamento não eram muito atrativos

Até mesmo aqueles que decidiram ir contra a maré ao comprar o Dreamcast ficaram decepcionados devido à fraca linha de jogos de lançamento do console. Talvez o Dreamcast pudesse ter prosperado, ou pelo menos sobrevivido, se causasse uma boa primeira impressão, mas isso nunca aconteceu. Enquanto o PS2 prometia uma tonelada de títulos interessantes, o Dreamcast foi lançado com nomes não muito atrativos.

Embora alguns jogos até tivessem o seu valor, como Soul Calibur, Mortal Kombat Gold, Sonic Adventure, NFL Blitz 2000 e House of the Dead 2, eles não eram fortes o suficiente para sustentar os sucessivos erros que a Sega cometia em praticamente todas as áreas envolvendo o Dreamcast. Com isso, a situação ficou insustentável e o fim do Dreamcast passou a ser algo iminente.

E você, já conhecia o Sega Dreamcast? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!

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