Em meados de 2010, surgiram relatos de que um restaurante alemão procurava clientes dispostos a doar partes do corpo que posteriormente seriam transformadas em refeições gourmet. Na prática, valia qualquer coisa, desde um dedo a até mesmo os testículos que alguns consideravam “irritantes”. Embora toda essa bizarrice tenha revelado ser um golpe publicitário, o fato é que isso deixou muitas pessoas curiosas em saber como seria o gosto da carne humana.
Curiosamente, uma empresa japonesa supostamente começou a vender “carne humana saudável” anos antes do caso anterior, mais especificamente por volta de 2005. No entanto, tal empreendimento acabou sendo desmascarado como apenas uma “brincadeira”.
Desse modo, se quisermos obter uma análise verdadeira do sabor da carne humana, precisamos descobrir isso através das pessoas que realmente chegaram a colocar o canibalismo em prática. E é exatamente isso o que vamos abordar ao longo deste artigo!
O que os canibais têm a dizer sobre o sabor da carne humana?
Já que precisamos levar em conta os relatos de verdadeiros canibais para entender melhor o suposto sabor da carne humana, talvez seja melhor começarmos com o caso de um dos cidadãos mais infames da Alemanha, o canibal Armin Meiwes. Tendo comido cerca de 20 kg de carne proveniente de suas vítimas, Meiwes pode ser considerado um verdadeiro “especialista no assunto”.
Em uma entrevista realizada na sua própria cela de prisão, ele ficou mais do que feliz em explicar o gosto da carne humana, dizendo que ela se assemelha à carne de porco, porém um pouco mais amarga, e com sabor mais forte. No entanto, ele deixou muito claro que, na sua opinião, a carne humana tem um gosto “muito bom”.
Além da questão envolvendo Armin Meiwes, existe também o caso de William Buehler Seabrook, jornalista do New York Times que viajou extensivamente pela África Ocidental há quase um século. Fascinado com o conceito de canibalismo difundido em algumas regiões africanas, ele convenceu um estagiário médico da Sorbonne (Universidade de Paris) a lhe dar um pedaço de carne humana do corpo de um homem saudável morto em um acidente, porém devidamente tratada e cozinhada. Ele descreveu da seguinte maneira:
Não se parecia com nenhuma outra carne que eu já havia provado. Era quase tão boa como uma vitela e tão semelhante que eu acho que nenhuma pessoa com um paladar de sensibilidade normal poderia distingui-la de uma vitela real. Era leve, uma carne realmente boa, sem outro sabor nitidamente definido ou altamente característico, como por exemplo, carne de cabra ou de porco.
Quando o canibalismo se torna um meio de sobrevivência
Embora comer carne humana seja um grande tabu, há alguns casos históricos em que o canibalismo provou ser necessário pelas circunstâncias envolvidas. De fato, antigos marinheiros já colocavam isso em prática. Assim como na natureza, nenhuma “carne boa” era desperdiçada em casos de emergência em alto mar. Isso continuou continuou por séculos até o final do século XIX, até porque, durante essa época, os marinheiros geralmente não tinham ideia de quando pisariam em terra firme novamente se ficassem perdidos ou presos.
Em termos de sobrevivência humana, o canibalismo também salvou a vida dos 16 sobreviventes do desastre aéreo envolvendo o voo 571 da Força Aérea do Uruguai em 1972. O local do acidente era tão remoto que os socorristas levaram 72 dias para encontrar os sobreviventes. O canibalismo dos 29 mortos contribuiu diretamente para a sobrevivência milagrosa dessas 16 pessoas, embora a decisão de comer os mortos não tenha sido fácil, pois eles eram amigos, colegas e companheiros de equipe daqueles que sobreviveram.
O mais curioso disso tudo é que, mesmo se tratando de um evento dos anos 70, a canibalização dos mortos desse acidente continuou assombrando alguns dos sobreviventes por muito tempo. Eles disseram que tiveram que transformar a carne congelada dos cadáveres em tiras que poderiam ser secadas ao sol. Os sobreviventes gradualmente passaram a comer a carne quando a fome se tornou uma coisa absolutamente insustentável.
Por óbvias preocupações relacionadas a questões morais e de saúde, o canibalismo não é uma prática amplamente aceita. No entanto, se você se encontra em uma situação com poucas provisões e com pouca esperança de sobrevivência, pelo menos agora sabe que a carne humana provavelmente não é a proteína com o pior sabor do mundo.
A carne humana cujo consumo é um pouco mais “aceitável”
Embora o seu consumo não seja comum, existe uma forma de carne humana que é geralmente considerada mais “aceitável” de ser consumida: a placenta. Muitas pessoas optam por comer a placenta após o parto, uma prática conhecida como “placentofagia”. Para preparar essa “iguaria, é necessário remover o cordão umbilical e a membrana de uma maneira semelhante ao modo de preparo de um fígado bovino. De fato, quem já comeu diz que o sabor é aproximadamente o mesmo.
Na prática, a pessoa pode cortar, fritar ou até mesmo triturar a placenta e misturá-la com um molho à bolonhesa. No entanto, como já deve ter ficado claro, a placenta não representa necessariamente o gosto geral da carne humana. O mais interessante de tudo isso é que muitas pessoas transformam o preparo da placenta em algo totalmente “adorável”, como você pode ver no vídeo abaixo.
É importante destacar que tais preparações não destroem completamente as bactérias e vírus infecciosos que a placenta possa conter. De fato, órgãos de saúde já emitiram um alerta contra a ingestão de cápsulas de placenta devido a um caso em que um recém-nascido adquiriu problemas depois que a mãe tomou pílulas de placenta contendo estreptococos do grupo B e amamentou seu recém-nascido. Acredita-se que o leite materno estivesse infectado pelas bactérias que ela adquiriu após ingerir a placenta infectada.
Vale destacar que, embora alguns afirmem que a placentofagia pode prevenir a depressão pós-parto, reduzir o sangramento pós-parto, melhorar o suprimento de leite e fornecer micronutrientes importantes, como o ferro, não há evidências cientificamente comprovadas de que a ingestão de placenta traga benefícios reais à saúde.
Um assunto bem bizarro, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!