O fim de ano está chegando e com ele vem aquela enorme vontade de tomar um bom champanhe para celebrar o momento ao lado de quem a gente ama. De certo modo, não há nada melhor do que experimentar uma boa garrafa de champanhe em certas ocasiões especiais, embora o processo de compra dessa bebida não seja uma coisa muito animadora.
Com uma enorme variedade de opções brilhantes e atraentes sendo exibidas nas prateleiras de supermercados ou de lojas específicas, é um tanto estranho pensarmos que uma simples garrafa de champanhe pode exigir um preço duas vezes mais alto (no mínimo) do que as outras garrafas de espumantes menos badalados. De fato, é exatamente por isso que muitas pessoas acabam preferindo as sidras. Mas, afinal de contas, por que o champanhe é tão caro?
Embora essa pergunta pareça ter uma resposta simples, a verdade é que existem muitas razões que tornam o champanhe uma bebida tão cara. Por isso, listamos alguns tópicos ao longo desse artigo que podem ajudar você a compreender mais facilmente os motivos por trás do alto preço desse espumante.
A grande busca pelo “champanhe verdadeiro”
Antes de abordarmos questões mais complexas, é importante entendermos primeiro o equívoco geral do que, de fato, é um champanhe. De certo modo, o termo “champanhe” se tornou um termo genérico para descrever um vinho espumante, mas o fato é que o verdadeiro champanhe deve vir da região de Champagne, no norte da França. Quaisquer outros espumantes, mesmo vindo de outras regiões francesas, devem ser rotulados de maneira diferente, o que é muitas vezes ignorado.
Os produtores do tal “champanhe verdadeiro” devem certificar que seus produtos passem por um processo de vinificação muito mais rigoroso do que outros tipos de vinho espumante. No entanto, isso nem sempre é fácil, pois certas variações no clima podem fazer com que o processo de vinificação seja ainda mais difícil do que o normal, contribuindo, portanto, para um preço mais elevado do produto final.
Com uma temperatura média anual de apenas 11 graus Celsius, o clima da região francesa de Champagne-Ardenne não é nem de longe tão exuberante e tropical quanto o de países mais quentes. Por isso, produzir uma garrafa de um champanhe de altíssima qualidade pode ser uma tarefa bem mais complicada do que parece, assim como escolher uma determinada marca entre tantas disponíveis. No entanto, o vídeo abaixo dá algumas dicas interessantes sobre isso:
Também vale destacar que um sistema climático duplo, composto por influências oceânicas e continentais, também não ajuda na vinificação, pois a influência oceânica permite pouca variação nas temperaturas sazonais, enquanto a influência continental pode trazer geadas matadoras durante os meses do inverno.
Um processo de produção complexo e demorado
Outro ponto que merece destaque é o fato de que os champanhes de alta qualidade são geralmente produzidos através do “méthode traditionnelle”, também conhecido como “méthode champenoise”, que por sua vez é um processo rigoroso e demorado. Primeiro, o vinho deve passar por sua fermentação primária antes do engarrafamento e depois por uma fermentação secundária dentro da garrafa. A segunda fermentação ocorre quando uma mistura de fermento e açúcar, é adicionada à garrafa.
Após a fermentação pós-secundária, as leveduras mortas (conhecidas como borras) devem ser removidas por meio do “crivling”, um outro processo demorado pelo qual as garrafas invertidas são viradas aos poucos para sacudir gradualmente as borras da parte inferior para o pescoço da garrafa. Quando todas as borras atingem a parte superior do pescoço, os gargalos são resfriados para congelar a coleção de borras, a tampa temporária é removida e a pressão dispara o bloco congelado de borras.
O pequeno espaço restante onde estavam as borras congeladas é preenchido com a exposição do licor, que determinará o nível de doçura do vinho. Este processo é chamado de “dosagem”. No entanto, o que mais complica todo esse ritmo de produção é que tais processos podem levar anos para serem concluídos. Para se ter uma ideia, os champanhes devem envelhecer por pelo menos 15 meses nas borras.
A “simplicidade” que reflete nos preços de outros espumantes
Como você já deve ter percebido, a produção do champanhe é cheia de detalhes. No entanto, outros espumantes passam por processos muito menos complexos. Veja o Prosecco, por exemplo. O Prosecco é um vinho branco italiano produzido pelo método charmat (tanque). Basicamente, o vinho é feito em tanques de aço inoxidável pressurizado, de modo que os açúcares são convertidos em dióxido de carbono e álcool, enquanto as leveduras são filtradas e o vinho é posteriormente engarrafado.
Na prática, essa não é apenas uma maneira muito mais barata de produzir um bom espumante, mas também consome muito menos tempo, o que afeta diretamente o preço repassado para o consumidor final. Por outro lado, o tempo de produção mais acelerado tende a afetar o resultado final, especialmente para os consumidores que possuem paladares mais exigentes. Na prática, períodos de fermentação e envelhecimento mais longos tendem a produzir espumantes com bolhas mais finas, aromas mais fortes e melhor potencial de envelhecimento.
Ou seja, podemos concluir que quando você compra uma garrafa de champanhe, você não compra apenas uma simples garrafa de um vinho espumante. Na verdade, você está comprando um líquido que passou por vários processos cheios de detalhes minuciosos e testes de qualidade. Daí a principal razão por trás do seu preço capaz de deixar qualquer trabalhador assalariado de boca aberta.
No entanto, é importante destacar que o champanhe não é adequado apenas para ocasiões especiais, mas também para qualquer refeição de qualidade, especialmente aquelas que possuem aperitivos de queijo. De fato, um bom champanhe faz uma combinação perfeita com uma infinidade de pratos diferentes. Por isso, não deixe de colocar uma garrafa de espumante na sua mesa para saborear essa bebida apreciada em todo o mundo, até porque vale a pena gastar um pouquinho a mais em nome do lazer de vez em quando.
O champanhe é produzido através de um método muito complexo, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!