Em média, as glândulas salivares dos seres humanos produzem de um a dois litros de saliva por dia! Desse modo, podemos concluir que nossos dentes vivem “nadando em um mar de baba”, embora na maioria das vezes não prestamos muita atenção à saliva, a menos que ela esteja saindo da boca de alguém.
Embora a saliva seja bastante nojenta, a questão é que ela é realmente um dos fluidos mais fascinantes do planeta. Na prática, este líquido borbulhante possui multitarefas, desde transferir hormônios a servir como um analgésico natural.
Pensando nisso, listamos aqui alguns fatos curiosos que você provavelmente não sabia sobre a saliva. Confira!
Pouca gente sabe, mas o DNA da nossa saliva tende a mudar com o tempo. Na prática, isso acontece porque à medida que envelhecemos, nosso DNA passa por um processo chamado metilação. Esse processo químico ativa certos genes e desliga outros, com base em fatores ambientais, como a dieta. Ou seja, à medida que ficamos mais velhos, a metilação muda a maneira como nossos genes se expressam.
Tendo isso em mente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Los Angeles analisaram o DNA de quase 130 pessoas. Ao se concentrarem nos dois genes mais afetados pela mudança, os cientistas puderam determinar a idade de uma pessoa dentro de uma margem de erro de apenas cinco anos, o que é bastante preciso se levarmos em conta o fato de que esse tipo de estudo é algo totalmente novo. Na prática, isso poderia ajudar investigadores de polícia que tentam localizar criminosos.
Além disso, essa descoberta também pode ajudar os médicos. Isso porque, estranhamente, a idade do nosso DNA, conhecida como idade biológica, nem sempre corresponde à nossa idade cronológica, sendo exatamente por isso que os cientistas levam em consideração uma margem de erro de cinco anos. Se os médicos soubessem a idade biológica de alguém (sua idade real) eles teoricamente poderiam decidir melhor quais tratamentos os pacientes deveriam receber e combater com mais eficácia as doenças relacionadas à idade.
Se você se deparar com alguém espumando pela boca, não entre em pânico. Embora isso possa dar a entender que a pessoa em questão tenha enlouquecido e queira arrancar sua cara, ela pode estar apenas falando no celular há muito tempo. De acordo com pesquisadores da Faculdade de Odontologia e Centro de Pesquisa de Vidya Shikshan Prasarak Mandal, na Índia, pessoas que passam muito tempo falando em seus telefones babam mais do que as pessoas quem não usam esse dispositivo com frequência.
Em 2012, os cientistas dividiram 142 participantes em dois grupos: um agregava os participantes que conversavam em seus telefones por mais de duas horas por dia, enquanto o outro contava com os indivíduos mais restritos. Durante o estudo, alguns cientistas infelizes tiveram que registrar o fluxo de saliva nas glândulas parótidas dos voluntários. No fim do estudo, descobriu-se que aqueles que usavam celulares mais frequentemente produziam 26% mais saliva na região da bochechas onde colocavam seus celulares do que os participantes do outro grupo.
Os cientistas apontaram que a radiação eletromagnética, proveniente dos celulares, poderia ter feito com que as glândulas parótidas aumentassem bastante a produção de saliva. Portanto, fica a dica de que talvez você devesse limpar seu telefone com mais frequência.
Beijar é realmente um costume interessante. Mais de 90% das culturas humanas praticam beijos, assim como animais como chimpanzés pigmeus e bonobos. Para se ter uma ideia, até mesmo as raposas lambem umas às outras e os elefantes enfiam seus troncos na boca uns dos outros. Então, por que todo mundo adora toda essa beijação?
Basicamente, o beijo libera dopamina, serotonina e ocitocina, substâncias que desempenham um papel importante no estímulo à paixão. No entanto, os homens têm uma razão secreta para travar os lábios. De acordo com estudos, os homens preferem beijos mais úmidos porque sua saliva contém vestígios de testosterona, sendo que a própria testosterona estimula a libido da mulher, aumentando sua vontade de fazer sexo. É por isso que os homens geralmente iniciam o sexo com um bom e velho “beijo de língua”.
Ou seja, é interessante pensarmos que, embora a saliva seja comumente vista como a coisa menos romântica do mundo, ela realmente desempenha um papel mais importante na reprodução humana do que se imaginava.
A boca humana é um lugar estranho. Não só ela abriga cerca de 72 variedades de bactérias, como também produz um dos analgésicos mais poderosos conhecidos pelo homem. Isso acontece porque a saliva humana é rica em uma substância chamada opiorfina, um analgésico seis vezes mais poderoso que a morfina.
A opiorfina funciona protegendo substâncias químicas chamadas encefalinas, que impedem que os sinais de dor cheguem ao cérebro. De fato, quando as encefalinas se “quebram”, esses sinais alertam o sistema nervoso e soam os alarmes de dor. É aí que a opiorfina entra em cena, impedindo que as encefalinas se dissipem, evitando o surto do corpo.
Também vale destacar que não só a opiorfina é mais eficaz que a morfina, como também não apresenta nenhum dos seus efeitos colaterais viciantes. Os pesquisadores acham que ela também pode funcionar como antidepressivo. Ou seja, se a opiorfina corresponder ao hype, ela realmente poderá revolucionar a medicina! Por outro lado, também seria irônico saber que os humanos passaram milênios procurando maneiras de aliviar a dor, sendo que durante todo esse tempo a resposta estava dentro de nossas próprias bocas.
Os morcegos-vampiros são animais bastante desprezados, mas talvez todo esse ódio seja um tanto exagerado. Claro, é inegável que eles bebem sangue e ocasionalmente transmitem raiva, sem falar que parecem demônios provenientes do inferno, mas o fato é que a saliva dessas criaturas pode salvar a sua vida algum dia.
A saliva do morcego-vampiro está cheia de uma enzima chamada desmoteplase (DSPA), que impede a coagulação do sangue. Por conta disso, muitos cientistas acham que isso pode realmente ser usado para ajudar pacientes com AVC.
Pesquisadores da Universidade Monash, na Austrália, realizaram uma série de testes em ratos de laboratório, comparando os efeitos da DSPA. Eles descobriram que a DSPA não só era eficiente na desintegração de coágulos sanguíneos, como também era muito mais segura que outras substâncias do tipo. Embora os resultados tenham sido satisfatórios, a DSPA ainda não chegou ao mercado porque ainda está sendo testada de outras formas.
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