Os faraós do Antigo Egito reinavam de forma suprema. Além de representarem as forças políticas da época, os faraós eram tão importantes para o seu povo que eles eram comumente comparados com deuses egípcios como Hórus e Osíris. Os faraós herdavam o trono através da linhagem real, onde o rei, o pai, deixava o trono após a sua morte para o seu filho mais velho.
Inúmeros faraós governaram o Egito, tornando-a uma das maiores civilizações de todos os tempos. No entanto, nem todos eles tiveram um papel fundamental na moldagem da grande história do país, embora alguns realmente ficaram marcados para sempre.
Obviamente, toda a força política dos faraós consequentemente se transformava em riqueza, o que levanta uma questão interessante: afinal de contas, quem foi o faraó mais rico do Antigo Egito.
Em busca do faraó mais rico
Para início de conversa, é importante deixar bem claro que é uma tarefa bastante difícil tentar definir quem foi o faraó mais rico do Antigo Egito, até porque a resposta envolve uma análise profunda de vários fatores como a expansão de território, o número dos seus exércitos e até mesmo o fluxo comercial sob o seu domínio.
Por isso, os historiadores costumam apontar como o faraó mais rico aquele que governou o período mais próspero, quando o país era uma superpotência militar e comercial. Portanto, se formos levar esses fatores em conta, podemos dizer que o campeão é Amenófis III, da 18ª dinastia.
Quando Amenófis III (que reinou entre 1390 e 1352 aC) se tornou faraó em 1390 aC, o Egito se tornou a nação mais rica e poderosa do mundo. Embora boa parte do sucesso do país estivesse ligado às guerras e às conquistas anteriores, o novo rei tentou uma abordagem diferente: a diplomacia. Na prática, os antecessores de Amenófis III, como Amósis I e Tutemés III, haviam lutado bastante para expandir as fronteiras do Egito e praticamente não havia mais guerras para combater.
Consequentemente, o longo reinado de cerca de quarenta anos de Amenófis III ficou conhecido como uma era de paz, prosperidade e de esplendor artístico no Antigo Egito. Chegando ao trono com apenas 12 anos, Amenófis III herdou um país com fronteiras amplas, que sob o seu governo, rendeu uma riqueza que se fosse convertida para os padrões monetários atuais estaria estimada em 5 trilhões de dólares, tornando-o o homem mais rico de toda a história do Antigo Egito.
Um faraó extremamente diplomático
Embora o seu reinado fosse considerado muito bem-sucedido no quadro geral, Amenófis III chegou a enfrentar certos desafios. Na época, o Egito era muito rico, o que o transformou em um país muito invejado. Consequentemente, nações como Babilônia, Assíria e Mitani passaram a emergir como possíveis novos rivais. Amenófis III precisava proteger o Egito desses rivais, mas por ter uma abordagem mais pacificadora, ele sempre quis evitar novas guerras a qualquer custo. Por isso, uma outra solução era necessária.
Em vez de lutar contra seus inimigos, Amenófis III decidiu conversar com eles. Para tal, ele começou a escrever para os outros governantes do Oriente Próximo, gravando caracteres em pequenas tábulas de pedras que os mensageiros levavam aos príncipes estrangeiros.
As Cartas de Amarna, como ficaram conhecidas depois que foram encontradas em 1887, foram a chave do sucesso de Amenófis III. Na prática, esse conjunto de tabuletas em escrita cuneiforme mostravam que o faraó preferia controlar seu mundo com palavras, não com armas. Com suas invejáveis habilidades de persuasão, o faraó havia se tornado um diplomata de sucesso, convencendo possíveis rivais de que um acordo amigável poderia ser uma escolha muito mais sábia do que uma nova guerra.
Além disso, Amenófis III contava com uma grande vantagem ao negociar com seus rivais: a enorme riqueza do Egito. Seu controle das minas de ouro da região de Núbia deu ao país riquezas com as quais outras nações só podiam sonhar. Desse modo, embaixadores egípcios costumavam levar presentes de amizade para as nações vizinhas, sendo que alguns desses países retribuíam o Egito com infinitas homenagens que variavam desde animais exóticos a tesouros para demonstrar a sua lealdade.
O fascínio por grandes construções
Com a riqueza florescendo no Egito, Amenófis III decidiu que seria interessante mostrar suas riquezas e reforçar sua posição política com um enorme programa de construções. Isso incluiu dois templos impressionantes construídos ao sul, na região de Núbia. Um foi construído para si mesmo, enquanto o outro era destinado para a sua esposa, a rainha Tiy.
Embora a tradição ditasse que o faraó deveria fortalecer o sangue real casando-se com alguém da sua própria família, Amenófis III ignorou isso e escolheu se casar com Tiy, um plebeia que não era oriunda do meio nobre. Tiy era uma mulher obstinada e de posições fortes, o que possivelmente teria atraído o interesse do faraó.
Vale destacar que tais templos não foram construídos apenas para o faraó e sua rainha, pois eles também eram dedicados aos vários deuses do Egito, particularmente Amon-Rá, deus mais importante no auge do império egípcio
Amenófis, cujo nome significa “Amon está satisfeito”, investiu grandes quantias de dinheiro no templo principal de Amon-Rá. Com o tempo, os sacerdotes do templo ficaram mais ricos e cada vez mais poderosos, o que consequentemente fez com que somente eles pudessem interpretar a vontade de Amon-Rá. Frustrado, Amenófis mudou seu interesse para outro deus, Áton, uma decisão que traria grandes consequências sociais após sua morte.
Acredita-se que Amenófis III morreu por volta dos seus 54 anos, possivelmente por conta de uma inflamação generalizada causada por um abscesso dentário. No entanto, a causa de sua morte ainda é motivo de debate entre historiadores.
Os faraós do Antigo Egito eram realmente poderosos, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!