Nos últimos 200 anos, a humanidade desenvolveu um certo vício pela obtenção de recursos naturais para a produção de energia. Mais notavelmente, o petróleo e o gás natural se infiltraram em todos os aspectos de nossas vidas, desde o transporte e a indústria pesada até a geração de eletricidade e a produção de plásticos. De fato, há uma boa razão para o petróleo ser frequentemente chamado de “ouro negro”, pois esse recurso finito se tornou uma peça importante da economia global e das manobras políticas.
No entanto, apesar de muitas pessoas pensarem no Oriente Médio como o coração da produção de petróleo no mundo e, portanto, uma sede perpétua de agitação sedenta de poder, as maiores reservas comprovadas de petróleo do planeta podem ser encontradas na Venezuela. Mas, afinal de contas, por que a Venezuela tem uma reserva de petróleo de tamanho invejável?
Se a proximidade geográfica de fontes de petróleo fosse uma loteria global, a Venezuela certamente teria acertado o grande prêmio. Para se ter uma ideia, existem cinco formações primárias de reserva de petróleo sobre as quais a Venezuela tem controle, algumas das quais são incrivelmente massivas: a Bacia de Maracaibo, a Bacia de Barinas-Apure, a Bacia de Falcón, a Formação Oficina e a Faixa de Areia de Óleo Orinoco.
A Bacia de Maracaibo costuma receber a maior atenção, até porque foi nela que as infiltrações de petróleo foram descobertas inicialmente no país, sem falar que essa reserva ainda continua sendo o coração da produção de petróleo na Venezuela. Subjacente a muitos desses depósitos de petróleo e locais valiosos, também se encontra a Formação La Luna, uma formação da época do Cretáceo que se estende para algumas partes da Colômbia.
De fato, esta reserva de La Luna é extremamente rica em hidrocarbonetos e em matérias orgânicas. A maior parte da matéria orgânica desses depósitos é gerada por algas, plâncton, bactérias e material vegetal, que sob pressões e profundidades extremas, essas substâncias orgânicas começam a se transformar em petróleo e gás bruto de várias formas. Além disso, esses hidrocarbonetos são capazes de se acumular devido a várias condições geológicas ideais.
Na prática, esses diferentes reservatórios no território venezuelano podem conter diferentes tipos de gás, dependendo das especificações das condições ambientais. O Cinturão de Areia de Óleo Orinoco, por exemplo, é o maior depósito de petróleo pesado do mundo e contém até 1.200 bilhões de barris, aproximadamente o equivalente às reservas mundiais de petróleo leve.
No entanto, extrair petróleo pesado de areias betuminosas é um processo caro e ineficiente, enquanto a extração de petróleo na Bacia de Maracaibo, onde a infiltração de petróleo está próxima da superfície, torna todo o trabalho muito mais fácil. A Bacia de Maracaibo contém cerca de 15% das reservas comprovadas de petróleo da Venezuela e cerca de 50% da exportação de petróleo bruto deste país é originária dessa bacia.
No total, a Venezuela tem potencial para ser a potência mundial do petróleo, com mais de 303 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo, enquanto os barris recuperáveis do Cinturão do Óleo do Orinoco são estimados em outros 500 bilhões de barris.
Isso fica ainda mais interessante se compararmos com a Arábia Saudita, que possui cerca de 270 bilhões de barris de reservas comprovadas de petróleo, juntamente com cerca de 90 bilhões de barris de reservatórios ainda não descobertos. Em outras palavras, as reservas totais de petróleo da Venezuela, comprovadas e não comprovadas, resultam em mais do que o dobro da Arábia Saudita!
É natural associar o petróleo à riqueza, mas a Venezuela tem passado por uma sequência de várias crises econômicas nos últimos 50 anos que resultaram em mudanças radicais e tumultuadas, apesar desse enorme conjunto de riquezas diretamente abaixo de seus pés. Para entender corretamente o paradoxo da Venezuela, é necessário um pouco de história.
No início dos anos 60, a Venezuela passava por um momento de grande prosperidade, produzindo cerca de 10% das exportações mundiais de petróleo bruto e faturando bilhões de dólares. Essa tendência durou mais de uma década e a Venezuela chegou a ser considerada um ícone de estabilidade e sucesso na América do Sul. No entanto, em 1976, a indústria petrolífera de todo o país foi nacionalizada, em um esforço para impedir a influência estrangeira, controlando totalmente seu recurso mais valioso.
Quando o preço do petróleo despencou na década de 1980, a economia da Venezuela começou a se deteriorar, pois era muito dependente da indústria petrolífera. Na tentativa de reestabilizar a economia, as empresas estrangeiras foram novamente convidadas a voltar à Venezuela para extrair petróleo bruto pesado do Cinturão do Óleo do Orinoco. Uma década depois, quando os preços do petróleo caíram mais uma vez, Hugo Chávez chegou ao poder, prometendo assumir o controle do país e colocá-lo de volta nos trilhos.
Uma das maneiras pelas quais Chávez tentou fazer isso foi livrar-se de possíveis rivais ou líderes empresariais, incluindo aqueles que dirigiam a indústria petrolífera estatal, colocando nomeados políticos em seus lugares. No entanto, isso provaria ser um grande erro por parte do governo venezuelano.
Uma das estratégias implementadas por Chávez foi usar a receita da indústria de petróleo do país para financiar programas e iniciativas sociais em massa, nas quais ele havia feito campanha. Essa estratégia também foi usada para alavancar outras indústrias no país, muitas das quais foram negligenciadas e falharam grandemente, como no caso da manufatura, agricultura, etc.
Em meados da década de 2000, os preços do petróleo em todo o mundo estavam subindo, de modo que a Venezuela estava gerando receita suficiente para cobrir os erros e as despesas de Chávez. No entanto, ao longo dos anos, sua estratégia de estímulo social continuou a fracassar e, em 2014, cerca de 95% da economia da Venezuela passou a depender exclusivamente do petróleo. Desse modo, quando os preços caíram para um valor que representava menos da metade do custo orçado de cada barril, o país entrou em uma terrível recessão.
Sendo assim, algumas das soluções e estratégias usadas ao longo dos anos para manter a Venezuela nos eixos acabaram enterrando o país em dívidas. Consequentemente, o governo venezuelano passou a vender petróleo com prejuízo para permanecer um pouco mais competitivo no mercado e tomou empréstimos maciços da China e da Rússia.
Vale destacar que, embora a Venezuela tenha uma enorme reserva de petróleo, o “ouro negro” não é particularmente fácil ou barato de extrair, especialmente em tempos de grave crise econômica. Portanto, apesar de ter uma abundância de riqueza sob seus pés, a Venezuela luta para prosperar como uma potência de petróleo no cenário global e atualmente está lutando para se manter como uma nação estável. Ter petróleo é ótimo, mas ser capaz de extrair, usar e gerir sabiamente esse óleo é a verdadeira chave do sucesso!
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