Poucas coisas provenientes da Idade Média conseguem atrair tanta atenção quanto o Manuscrito Voynich. Graças à datação por carbono, sabemos que esse livro misterioso foi escrito no início do século XV, mas nenhuma pessoa viva jamais conseguiu compreendê-lo totalmente. Basicamente, ninguém consegue decodificar o idioma em que o livro foi escrito. Além disso, ele não tem título nem autor, intrigando ainda mais os especialistas em criptografia pelo mundo.
Por décadas, historiadores, linguistas e decifradores de códigos têm trabalhado diligentemente na decifração dos símbolos contidos nas páginas antigas do Manuscrito Voynich. Embora haja teorias tentando explicar o seu significado e origem, o manuscrito ainda se mostra incompreensível na maior parte, continuando como um dos maiores mistérios não resolvidos do mundo.
Nomeado em homenagem ao homem a quem foi vendido em 1912, Wilfrid Voynich, esse livro do século XV contém textos enigmáticos que lembram a alquimia e uma linguagem não identificada entrelaçada com ilustrações científicas primitivas e caprichosas ao mesmo tempo.
Por ser um negociante de livros de antiguidades, Voynich adquiriu o misterioso livro dos jesuítas italianos da Villa Mondragone, que precisavam vender uma parte de sua impressionante coleção de manuscritos para poder restaurar parte de sua faculdade. Com sua compra, ele também recebeu uma carta detalhando alguns dos proprietários anteriores do texto, todos os quais estavam vivos no início do século XVII, o que comprovava que o livro havia sido escrito antes disso.
Dadas as informações da carta, Voynich achou que o autor poderia ser o frade inglês Roger Bacon. Provavelmente, ele defendia essa teoria porque isso tornaria a sua compra ainda mais valiosa, já que Bacon estava no centro do intelectualismo europeu. No entanto, essa ideia seria descartada mais tarde, pois Bacon estava morto no momento em que se diz que o manuscrito foi escrito. Alguns até acreditam que Voynich pode ter criado o livro através das habilidades adquiridas na coleta de livros antigos.
Ao longo dos séculos, o Manuscrito Voynich atraiu tanto interesse quanto críticas. Especialistas em criptografia como o Dr. Marcello Montemurro e o Dr. Damian Zanette sugeriram que existem padrões específicos relacionados à organização e estrutura que ocorrem em outros idiomas. Em suma, eles acreditam que isso não é apenas bobagem, ou seja, alguém (ou um grupo de pessoas) sabia muito bem o que estava escrevendo.
O estranho alfabeto usado para escrever o livro continua a ser desconhecido e possui poucas semelhanças com outros alfabetos, de modo que a única coisa que se sabe é que ele contém entre 23 e 40 caracteres. Outro detalhe interessante é que existem seis seções do manuscrito: botânico, astrológico, médico, biológico, cosmológico, farmacêutico e estrelas. Dependendo de como você conta as páginas, existem aproximadamente 240 delas, sem considerar as que parecem estar faltando.
Ainda que não haja uma solução definitiva para o enigma da linguagem nunca antes vista, as ilustrações no Manuscrito Voynich são interessantes por si mesmas. A partir desses desenhos, os especialistas deduziram que o livro pode ser de natureza medicinal ou algo do campo da botânica, pois apresenta representações de plantas e flores que são surpreendentemente familiares, mas que ainda não foram reconhecidas como espécies modernas.
Juntamente com as imagens de plantas e flores, é possível identificar gravuras de mulheres sem roupa se divertindo, brincando e tomando banho em pequenos recipientes estranhos, o que levou a muitos historiadores imaginar o que poderia unir todas essas imagens.
Em 2017, um especialista britânico em textos medievais chamado Nicholas Gibbs disse ter finalmente decifrado o misterioso manuscrito. Segundo Gibbs, ele passou três anos analisando o livro e passou a acreditar que os textos não foram redigidos em um idioma ou um código desconhecido, mas em uma forma simplificada do latim.
Gibbs também citou que o problema com os especialistas e criptógrafos que tentaram analisar os textos e as ilustrações anteriormente é que nenhum deles tinha um profundo conhecimento em manuscritos medievais. Além disso, Gibbs cita que a coleção de imagens de mulheres nuas, plantas estranhas, textos e símbolos astronômicos e zodiacais não tem nada de sobrenatural, pois tratam-se de condições ginecológicas.
Gibbs disse ter chegado a essa conclusão depois de descobrir uma certa relação entre os símbolos presentes no manuscrito e outros volumes medievais sobre medicina, incluindo o Trotula, uma coleção de livros do século 12 dedicados a uma compreensão arcaica da saúde da mulher. No caso das imagens das mulheres se banhando, isso poderia representar algum tipo de técnica usada na época em que o volume foi redigido para tentar melhorar a saúde feminina.
O especialista britânico também cita que um outro indicativo de que o Manuscrito Voynich é um livro sobre medicina pode ser notado através da forma como ele foi organizado. Assim como outros volumes característicos dos tempos medievais, em vez de os nomes das plantas e os males tratados no livro aparecerem com a sua devida descrição em cada capítulo, eles são listados no índice, juntamente com a informação de qual página eles podem ser encontrados. Nesse caso, o único problema é que o índice está faltando no manuscrito.
Mesmo com as hipóteses levantadas por Nicholas Gibbs, muitas pessoas continuam céticas com relação à sua explicação. No fim das contas, a verdade é que, embora a tese de Gibbs seja interessante, poderemos nunca ter a total certeza das verdadeiras origens ou autores deste pedaço de história incrivelmente bajulado e intrigante, dada a sua complexidade de compreensão.
No entanto, muitos leitores provavelmente nunca deixarão de formular teorias e formar comunidades de discussão com base nos segredos do manuscrito. De fato, os seres humanos sempre gostaram de tecer narrativas sobre coisas intrigantes e o Manuscrito Voynich não parece ser exceção.
Além disso, os objetos da história pré-moderna, como os manuscritos medievais, servem como a tela perfeita sobre a qual podemos projetar nossas preocupações sobre o misterioso, o assustador e o intrigante, até porque esses objetos vêm de um tempo distante da cultura moderna como a concebemos. Dessa forma, este manuscrito de características únicas nos encoraja a analisar o conceito de verdade e a refletir que existem mistérios cujos significados exigem anos para ser decifrados.
E você, já tinha ouvido falar no Manuscrito Voynich? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!
Em 2023, as cinco raças de gatos mais populares no mundo foram: 1. **Siamês**: Conhecidos…
Existem itens que parecem ser convenientes, vantajosos ou, no mínimo, inócuos. Contudo, ao longo do…
A ideia de que o Sol poderia ter consciência própria é altamente especulativa e não…
A afirmação de que um único impacto em Marte criou 2 bilhões de crateras no…
O umbigo para dentro, também conhecido como umbigo "inny" em inglês, é simplesmente uma variação…
Claro, aqui estão informações sobre quatro animais híbridos que realmente existem: 1. **Narlugas**: Este é…
Leave a Comment