Seja você um fã de esportes ou não, é uma parte inevitável da vida torcer para um determinado time em algum tipo de campeonato. De fato, a cada quatro anos, quando as Olimpíadas ou a Copa do Mundo acontecem, é difícil não entrar no espírito esportivo quando o seu país se apresenta no cenário mundial. Nesses eventos, até mesmo alguém que evita esportes a todo custo acaba sendo suscetível a sentir uma pontada de orgulho se um atleta ou o time representante de seu país chegar à grande final.
No entanto, uma vez conquistado o troféu da Copa do Mundo ou várias medalhas de ouro nas Olimpíadas, que benefício real é sentido pelo próprio país? Ganhar um evento desse porte realmente promove algum tipo de benefício para o país campeão? São essas as questões que vamos abordar ao longo deste artigo!
Se você acompanha o mundo do futebol, já deve saber que a Copa do Mundo da FIFA é o maior evento deste esporte, sendo realizada a cada quatro anos. Nesse evento, várias equipes nacionais competem entre si em um calendário que mistura uma fase de grupos com jogos de mata-a-mata até que um único campeão seja coroado. A Copa do Mundo da FIFA de 2018 foi vencida pela França, que levou para casa cerca de US $ 38 milhões dos mais de US $ 400 milhões em prêmios em dinheiro atribuídos a todas as 32 equipes participantes do torneio.
Mais especificamente, a quantia de US $ 38 milhões foi concedida à Federação Francesa de Futebol, que poderia optar por fazer o que quisesse com a grana. A maior parte desses US $ 38 milhões foi distribuída na forma de bônus aos jogadores (geralmente associados ao nível de progresso do torneio), além de salários mais altos para treinadores, novos campos e instalações e mais poder de compra para a implementação de melhorias no campeonato nacional.
Jogadores individuais também podem se beneficiar com o aumento de patrocínios e conveniência no esporte, mas isso não beneficia o país como um todo. Ainda assim, ao longo da Copa do Mundo, particularmente à medida que os jogos progridem para as fases posteriores, os olhos do mundo se voltam para os países de maior destaque. Na prática, isso pode aumentar o apelo de um país por viagens e turismo, o que pode até melhorar a posição do país na esfera atlética do mundo.
Também vale destacar que, embora não exista uma correlação direta, a relevância do país no cenário global do esporte é frequentemente equiparada a uma relevância em termos de economia, desenvolvimento e força política. Isso pode ser facilmente observado no caso do Brasil, que apesar de ser um país constantemente rodeado de problemas econômicos e políticos, ainda consegue ser elogiado pelas populações dos outros países por conta do ótimo histórico em competições futebolísticas internacionais, o que lhe rendeu o apelido de “país do futebol”.
Nas últimas 28 edições dos Jogos Olímpicos, 206 nações diferentes participaram das competições. Por cerca de um mês a cada quatro anos, todos os maiores atletas do mundo se reúnem para competir no maior evento poliesportivo do mundo. Os Jogos Olímpicos se originaram com os antigos gregos antigos, através de atletas que competiam entre si para trazer honra e glória à sua cidade-estado.
Em termos monetários, não há benefícios financeiros diretos relacionados à conquista do ouro olímpico, pois o Comitê Olímpico Internacional apoia-se na ideia de que a competição atlética é uma questão de excelência esportiva. No entanto, a maioria dos países possui algum nível de patrocínio do governo para a formação de atletas e equipes nacionais. Portanto, ganhar medalhas adicionais pode levar a uma mudança no orçamento, alocando mais dinheiro a esses esforços.
Atletas nacionais de sucesso também tendem a popularizar o esporte no seu país, inspirando mais jovens a se tornarem atletas profissionais. Consequentemente, é provável que esses mesmos atletas se tornem conhecidos internacionalmente, transformando-os em valiosas vitrines para patrocínios e publicidade, como as estrelas da Copa do Mundo.
Também em linha com as nações da Copa do Mundo, as nações olímpicas que levam medalhas de ouro para casa são mostradas de maneira positiva no cenário global, o que pode levar a um aumento no turismo, investimentos estrangeiros e outros benefícios indiretos.
Além de analisarmos os benefícios obtidos pelas nações campeãs, é interessante observarmos os efeitos que esses eventos desempenham nas cidades e nos países que sediam as competições. Embora ganhar o direito de sediar uma Copa do Mundo ou as Olimpíadas seja visto como uma grande honra, os moradores dessas áreas costumam ter sentimentos contraditórios.
Do ponto de vista mais otimista, ser o país anfitrião de um evento desse porte pode resultar em um impulso à economia, principalmente porque novos estádios e instalações precisam ser construídos. Esses eventos também podem servir como um ponto de partida para atualizar a infraestrutura e o transporte público. Além disso, as cidades e nações anfitriãs também experimentam um impulso econômico temporário durante o próprio evento, pois dezenas de milhares de estrangeiros movimentarão a economia local durante os eventos.
No entanto, muitos moradores acabam não percebendo os benefícios a longo prazo. Grandes reformas e projetos de infraestrutura podem atrapalhar o tráfego e ser um incômodo por anos. Além disso, os benefícios financeiros costumam ir para as instalações e indústrias que se acumulam ao redor do evento, sem falar que o grande fluxo de obras pode dar origem a vários casos de corrupção e desvio de dinheiro público.
Por último, sempre há a chance do evento ser malsucedido (seja por baixa participação, baixa audiência, etc.), o que pode ser devastador para uma nação ou cidade anfitriã. Por isso, sediar um evento esportivo de grande porte pode ser visto tanto como uma bênção como uma maldição, a depender dos fatores que geralmente só ficam claros anos depois da realização das competições.
Por isso, podemos dizer que ser campeão do mundo é algo raro e invejável, mas para a nação que “vence” o campeonato, há poucos benefícios diretos ou quantificáveis. Em alguns casos, as organizações esportivas do país até ganham algum dinheiro como parte das premiações, mas na maioria dos casos, os benefícios são mais abstratos e incomensuráveis, como uma pequena melhoria da reputação do país no cenário mundial.
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