Curiosidades

O tamanho do cérebro pode determinar o nível de inteligência dos animais?

Por muitos anos, os humanos eram criaturas enigmáticas e, de muitas maneiras, ainda somos. Basicamente, nós temos a capacidade de andar com duas pernas, enquanto a maioria das outras criaturas anda com quatro, sem falar que a capacidade de nos comunicarmos através de palavras é bem mais complexa do que a que é vista em outros animais, que costumam produzir sons muitos mais simples.

Com todas essas características complexas, fica claro que nós, seres humanos, podemos ser considerados animais altamente “inteligentes”, embora nem sempre costumamos fazer jus a essa fama. Mas de onde vem toda essa capacidade cognitiva? Será que o tamanho de nossos cérebros é o motivo por trás disso? Animais com cérebros maiores são mais inteligentes? São essas as questões que vamos abordar ao longo desse post!

Tamanho do cérebro e inteligência

Para início de conversa, já posso ir avisando que não, o tamanho do cérebro por si só não determina o nível de inteligência de um animal. Para se ter uma ideia, os elefantes têm cérebros muito maiores que os nossos, mas não são mais avançados cognitivamente que nós.

Na prática, todo animal tem um cérebro que é relativo ao tamanho do seu corpo. Baleias e elefantes têm os maiores cérebros da classe dos mamíferos. O cérebro humano pesa cerca de 2 kg, enquanto o musaranho é o mamífero que possui o menor cérebro. Nos seres humanos, os homens têm cérebros um pouco maiores que as mulheres, sendo que este órgão continua a crescer até os 30-40 anos de idade.

Curiosamente, existe um grande número de fatores deve ser considerado sobre se o tamanho do cérebro pode realmente ser aumentado. Em um estudo realizado em 1980, verificou-se que em primatas não humanos, o tamanho do cérebro estava correlacionado à dieta e a outros fatores do estilo de vida. Nesse estudo, um estilo de vida e nutrição melhores tiveram um impacto direto no tamanho do cérebro, mas qual é o real sentido por trás de ter um cérebro maior?

Compreendendo o conceito de habilidade cognitiva

As habilidades cognitivas são um grupo de funções que podem ser desempenhadas pelo cérebro. Essas funções variam desde um simples pensamento e resolução de problemas à criatividade suficiente para pintar um quadro digno de exposição em um museu. Em outras palavras, a atividade cognitiva nos ajuda a pensar abstratamente, compreender ideias complexas e a aprender com nossas próprias experiências, sendo que todo ser humano tem graus variados de cada uma dessas habilidades.

Vários psicólogos já projetaram muitos testes para medir nossa capacidade cognitiva, incluindo o Teste de Inteligência de Weschler e o Teste de Inteligência de Binet Kamat, etc. Alguns testes consideram o uso da capacidade cognitiva para medir o quociente de inteligência de alguém, em vez de basear o QI do conhecimento acadêmico aprendido. No Teste de Inteligência de Weschler, por exemplo, a pessoa é submetida a vários subtestes que examinam a capacidade de raciocinar, tomar decisões e reter coisas na memória de longo e de curto prazo.

No entanto, muitos fatores podem afetar as habilidades cognitivas, incluindo idade avançada, acesso restrito a experiências, entre outros. Além disso, vale destacar que as habilidades cognitivas aumentam até uma certa idade e, na melhor das hipóteses, melhoram o desempenho profissional e acadêmico, bem como nossas relações interpessoais. O grande problema é que, à medida que envelhecemos, isso tende a declinar.

Tamanho do cérebro e capacidade cognitiva

O cérebro humano é composto de dois tipos de tecidos: matéria cinzenta e matéria branca. A matéria branca age como uma espécie de mensageiro, conduzindo informações de um neurônio para outro, enquanto a matéria cinzenta analisa as informações que são trazidas a ela. O mais curioso disso tudo é que acredita-se que a densidade da matéria cinzenta contribui para uma alta capacidade cognitiva.

De fato, um estudo recente do Dr. Richard Haier mostrou que a densidade da massa cinzenta é o que parece estar relacionado à inteligência, e não o tamanho do cérebro. Basicamente, ele usou exames de ressonância magnética enquanto os participantes faziam testes de inteligência para medir essa hipótese. Ele concluiu que mais massa cinzenta em certas regiões do cérebro é um indicador de um quociente de inteligência mais alto.

Consequentemente, um outro estudo mostrou que, em pássaros, havia regiões cerebrais específicas para desenvolver uma maior capacidade vocal, que variavam em tamanho à medida que a complexidade do som entoado aumentava. Ou seja, embora o tamanho do cérebro não se correlacionasse com essa capacidade, o tamanho de uma região específica no cérebro realmente tinha relação com a extensão na qual essa capacidade cognitiva poderia ser exercida.

Um outro estudo foi ainda mais longe e mostrou que, nos golfinhos-nariz-de-garrafa, o cérebro é grande em termos de tamanho, mas não há dobras suficientes para indicar uma grande complexidade. Além disso, esse estudo mostrou que os cérebros desses animais não contavam com sinapses suficientes (matéria cinzenta) para contribuir para uma maior complexidade. Em vez disso, a maior parte do cérebro era composta de células e tecidos gordurosos.

Uma palavra final

Com tudo o que foi analisado por todos os estudos apresentados, podemos concluir que, embora o tamanho de determinadas regiões do cérebro (especialmente a matéria cinzenta) até podem indicar uma maior habilidade cognitiva, mas o tamanho geral do cérebro não aparenta ter uma correlação direta com a inteligência de cada animal.

Vale destacar que os poucos estudos disponíveis na área não dão uma imagem clara de que a execução de tarefas complexas exige cérebros maiores. Ainda assim, o fato é que, na prática, não há dados suficientes que possam sustentar de maneira abrangente a hipótese de que um cérebro maior significa automaticamente uma maior inteligência e mais capacidade cognitiva.

Quanto a nós, seres humanos, a complexidade da formação do nosso cérebro (que é uma das primeiras coisas a se desenvolver quando o zigoto se transforma em feto) parece ser o principal responsável por trás da nossa alta capacidade cognitiva, além da já mencionada alta densidade da massa cinzenta.

O cérebro é um órgão repleto de detalhes altamente complexos, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!

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