Nos dias de hoje, usar arco e flecha não é mais o método preferido para caçar animais ou atacar um combatente inimigo, mas por milhares de anos, essas armas bastante simples foram as ferramentas de combate mais eficazes que os humanos tinham!
Ainda que você nunca tenha caçado com arco e flecha, existe uma grande possibilidade de você já ter assistido a filmes com personagens como Robin Hood ou Merida, do filme Valente, da Pixar. E, por falar nesses personagens, você já percebeu que todos esses arqueiros usam flechas com penas presas na parte traseira do projétil.
Embora as penas não estejam presas a todas as flechas produzidas na era moderna, elas desempenharam um papel importante no desenvolvimento desses projéteis por milhares de anos. Mas por quê?
As estimativas mais confiáveis de arqueólogos e antropólogos datam o desenvolvimento do arco e flecha há aproximadamente 70.000 anos! Com base nas evidências de pinturas rupestres e achados arqueológicos (como pontas de flechas), é possível estipular que os arcos rudimentares eram construídos com materiais prontamente disponíveis, como madeira flexível e barbante feito com cipó, sendo usados principalmente para a caça.
O desenvolvimento de arcos e flechas provavelmente foi um grande avanço com relação ao uso de lanças e outros projéteis que ofereciam menos controle e precisão, especialmente à distância. No entanto, passariam milhares de anos até que os arcos e flechas fossem usados como verdadeiras armas de guerra, o que também deu origem a arcos mais complexos (arcos compostos, arcos recurvados, entre outros).
Por outro lado, o design das flechas sempre foi extremamente simples e consiste em três partes básicas: o eixo, a ponta e o rêmige. Enquanto os dois primeiros elementos são geralmente compreendidos pela maioria das pessoas, o rêmige é o local onde fica a maior parte da confusão. Na prática, o rêmige é o nome coletivo das três ou quatro estruturas em forma de aleta que ficam presas na parte traseira de uma flecha.
De certo modo, a palavra “rêmige” é um termo genérico usado para descrever qualquer dispositivo de estabilização aerodinâmica que esteja anexado a um projétil, seja um foguete, uma lança, uma flecha ou até mesmo um dardo.
Para entender por que o rêmige é importante, precisamos examinar a física de uma flecha em voo. Imagine que um arqueiro está puxando uma flecha que está encaixada na corda do arco. A tensão gerada ao puxar a corda do arco representa a energia potencial, o que em outras palavras significa que o arqueiro está transformando o arco em uma espécie de mola. Quando o arqueiro libera a corda do arco, a energia potencial é convertida em energia cinética, movendo o projétil para a frente.
Dependendo das condições do vento e da precisão do tiro, bem como da força aplicada pelo arqueiro, várias forças podem começar a atuar na flecha, fazendo com que ela se desvie do curso ou atinja o seu alvo em cheio. Considerando que o objetivo de uma flecha é penetrar em um alvo com o máximo de força possível, podemos dizer que é necessário que a flecha apresente um voo reto e inabalável. Assim, ter a ponta do projétil afiada e um eixo reto é fundamental para esse propósito, mas o rêmige é talvez o fator mais importante.
Basicamente, o rêmige ajuda a estabilizar a flecha durante o voo, corrigindo pequenas variações que possam desviá-la do curso ou fazer com que ela não atinja o alvo com precisão. Na prática, o rêmige gera uma pequena quantidade de arrasto, de modo que, se a flecha começar a se mover de maneira inadequada, o arrasto na parte traseira da flecha entra em cena para manter o projétil em um movimento previsível.
No entanto, é importante deixar claro que o comprimento, a altura e a forma do rêmige variam a depender do tipo de arco e da finalidade pretendida da flecha (ou seja, esporte, caça, guerra, entre outros fins).
Até o século 20, o rêmige na parte traseira de qualquer flecha era tradicionalmente constituído de penas de aves, geralmente de um galo ou galinha (no arco e flecha inglês), embora as penas de ganso e de peru também fossem bastante populares. As penas das asas e da cauda da aves eram as escolhas mais populares, pois estas costumam ser mais rígidas e mais fáceis de manipular, cortar e aderir a uma flecha.
Tradicionalmente, havia 2, 3 ou 4 trechos presos nas costas da flecha, embora se saiba que algumas tribos africanas usavam até 8 penas para aumentar ainda mais a estabilidade. Penas de tamanho e formato uniformes eram fixadas nas costas das flechas com algum tipo de cola adesiva ou poderiam ser até mesmo costuradas no eixo usando fios de seda. A colocação do rêmige era um passo muito importante do processo, pois todas as penas têm uma curva natural, com base na asa de um pássaro da qual são retiradas.
Além disso, as penas têm um lado liso e um lado áspero, o que cria um leve diferencial aerodinâmico. De fato, é isso o que dá às flechas esticadas a sua rotação natural à medida que elas se movem pelo ar. Assim, esse tipo de complemento aerodinâmico ajudou os arqueiros a melhorar os disparos por milhares de anos, promovendo a precisão e a letalidade de suas flechas. No entanto, com o advento dos plásticos modernos, muitas penas foram substituídos por palhetas, que servem ao mesmo objetivo de aumentar a estabilidade, ao mesmo tempo em que também são mais rígidas e duráveis.
De certo modo, as penas são mais leves e promovem mais giro e arraste do que as palhetas, mas elas também são mais suscetíveis à umidade e ao desgaste. As palhetas de plástico também tendem a durar mais tempo sem serem danificadas, mesmo que a flecha seja lançada através de arbustos ou outros obstáculos mais duros. Algumas palhetas de plástico mais modernas são projetadas com uma forma helicoidal, o que induz o mesmo tipo de rotação que uma pena comum geraria.
Como você pode ver, as penas na parte traseira das flechas são formalmente conhecidas como rêmige e ajudam a manter o projétil em movimento na direção desejada, introduzindo uma pequena quantidade de arrasto estabilizador.
Nos primórdios das flechas, os caçadores prendiam penas aos projéteis com resina para estabilizar seu movimento, mas com as tecnologias atuais, tornou-se muito mais prático prender palhetas de plástico nas flechas para conseguir o mesmo resultado. No fim das contas, qualquer tipo de rêmige, seja ele orgânico ou de plástico, tem como objetivo estabilizar as flechas, criando um arrasto e fazendo com que elas girem corretamente à medida que avançam em direção ao alvo pretendido.
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