Certas práticas simples, como comer bolo e soprar velas, tornaram-se grandes tradições de aniversários em todo o mundo hoje. De fato, é muito difícil imaginar as festinhas de aniversário sem essas coisas! Comumente, pensamos nessas tradições como rituais inseparáveis que devem ser feitos em um aniversário simplesmente porque são os fundamentos de uma festa desse tipo.
Mas você já parou e se perguntou por que comemos bolo nos aniversários? Além disso, por que colocamos velas nos mesmos bolos e as apagamos? De onde vêm essas tradições? São essas as questões que vamos abordar ao longo desse artigo!
Tudo começou com os gregos e egípcios antigos
A deusa grega Ártemis era a deusa da lua, castidade e caça. Como Ártemis era uma deusa muito popular, os gregos faziam várias celebrações em seu nome, nas quais produziam bolos redondos e acendiam velas para simbolizar a lua. A forma redonda obviamente representava a lua cheia, enquanto as velas representariam a luz do nosso vizinho celeste mais próximo.
Mas de onde os gregos tiveram a ideia de realizar tais celebrações? Acredite ou não, eles meio que extraíram isso dos egípcios e, mais especificamente, de sua cerimônia de coroação para um faraó.
Para os antigos egípcios, a coroação de um faraó representava a celebração do momento em que o líder egípcio se tornava um deus. Portanto, a cerimônia de coroação era amplamente comemorada. Desse modo, acredita-se que os gregos “pegaram emprestado” esse costume de grandes celebrações em homenagem a uma pessoa ou a um deus e elaboraram isso de acordo com as suas tradições.
A estreita ligação com o Kinderfest
Além do que já foi falado, também existem especulações de que, antes do surgimento das “festas de aniversário tradicionais”, os romanos já costumavam assar bolos para celebrar os aniversários das pessoas de classes mais elevadas na sociedade. No entanto, a história de como os aniversários se tornaram “celebrações com bolo” começa muito mais tarde. De fato, acredita-se que os aniversários com bolos da forma como conhecemos hoje tenham surgido na Alemanha, por volta de 1400-1500 dC.
Na Alemanha, o “Kinderfest” era uma celebração voltada especialmente para crianças. A palavra “Kinder”, em alemão, significa “crianças”. Assim, como o próprio nome sugere, tratava-se de um festival para celebrar as crianças. No entanto, os alemães costumavam acreditar que as crianças eram altamente suscetíveis a qualquer dano que pudesse surgir de demônios e espíritos malignos. Assim, em seus aniversários, os bolos eram assados pela manhã recebiam velas de acordo com a idade da criança.
No entanto, é importante destacar que, em muitas dessas ocasiões, as velas não eram colocadas sobre o bolo se uma só vez. Os bolos recebiam apenas uma vela por vez, de modo que, assim que esta vela se apagava, ela seria substituída imediatamente por outra, até completar a quantidade de velas previamente definida pela idade da criança em questão.
Esse processo continuaria até a noite, quando a criança finalmente era instruída a apagar todas as velas de uma só vez, caso ainda restasse alguma. Curiosamente, isso era feito porque se acreditava que as velas ajudavam a transferir os desejos da criança para Deus.
O papel do fermento em pó na popularização do bolo de aniversário
No final de 1600, alemães e outros povos europeus migraram para terras americanas, trazendo esse tipo de festa para o “novo mundo”. O colonialismo estava no auge no século XVI, então essas práticas também foram levadas a lugares como África, Ásia Ocidental, Ásia etc. No entanto, a preparação dos bolos naquela época era muito diferente da que é vista hoje. Naqueles dias, o preparo só era possível com o uso de um tipo de fermento complexo que tornava o processo longo e complicado.
Foi então que, nos anos 1800, um químico britânico chamado Alfred Bird passou a trabalhar em uma série de produtos alimentares. Sua esposa, Elizabeth Bird, era alérgica a leveduras e ovos. Por isso, em vez de usar ácido clorídrico (anteriormente conhecido como ácido muriático, que era usado para aprimorar o preparo), ele combinou ácido tartárico, amido de milho e bicarbonato de sódio para formar o “fermento em pó”. Por mais simples que pareça, essa mudança foi grandemente importante para a popularização do bolo de aniversário.
Com a invenção do fermento químico moderno, os bolos agora podiam subir mais alto, ficar mais leves e o seu processo de fabricação passou a ser muito mais rápido se comparado ao antigo processo que utilizava leveduras. O bolo ainda continuava sendo uma guloseima plana, redonda e cheia de frutas, mas as iguarias resultantes do fermento em pó passaram a ser muito mais sofisticadas e deliciosas.
Uma palavra final
É interessante pensarmos na longa jornada que o bolo de aniversário atravessou ao longo da história, seja por conta das suas tradições ou até mesmo por causa do seu processo de fabricação. Muitas vezes negligenciamos esses rituais e tradições de longa data que existem há longos períodos de tempo, mas o simples ato de questionar a origem de tal coisa nos fornece mais significado e, assim, ajuda a moldar as nossas ações.
O que foi ontem, o que é hoje e o que poderá ser amanhã é uma linha de pensamento interessante para muitas coisas diferentes. Agora, combine essa reflexão com uma deliciosa fatia de bolo e desfrute de uma excelente experiência!
Quem não gosta de bolo de aniversário, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!