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Como os paleontólogos conseguem determinar as cores dos dinossauros?

A forma como vemos os dinossauros mudou drasticamente desde que Hollywood transformou esses animais em superestrelas. Eles começaram como gigantes marrons, verdes ou brancos pálidos, mas muita coisa mudou desde então, como o fato de que agora sabemos que muitos dinossauros no final do Cretáceo, como o Anchiornis huxleyi, na verdade tinham penas! Mas, será que as suposições baseadas nas cores dos dinossauros estão corretas? Como os paleontólogos conseguem determinar as cores dessas criaturas já extintas?

São estas as questões que vamos abordar ao longo desse post!

Determinando as cores dos dinossauros através de fósseis

Para determinar os detalhes dos dinossauros, os paleontólogos trabalham juntamente com paleoartistas, que são os profissionais que se dedicam à reconstrução de imagens de animais extintos. Na prática, eles devem acompanhar constantemente novas pesquisas e descobertas para representar os dinossauros com a maior precisão possível.

Isso é possível quando se trata da análise da estrutura corporal e textura da pele, pois restos esqueléticos e impressões fossilizadas da pele fornecem informações suficientes para renderizar fielmente esses animais. No entanto, uma coisa que os fósseis nem sempre podem nos dizer é a cor dessas criaturas.

Para que os fósseis indiquem alguma cor, deve haver matéria orgânica, o que significa que analisar apenas o osso em si não é suficiente. Até o início dos anos 2000, os paleontólogos não haviam encontrado pigmentos em nenhum dos fósseis, mas eles estavam, na verdade, procurando no lugar errado!

Em 2006, Jacob Vinthers, paleontólogo da Universidade de Bristol, analisou uma lula fossilizada e ficou, como o próprio cientista disse, “fascinado”. Vinthers notou a presença de pequenas bolhas que se assemelhavam a melanossomas, organelas nas quais ocorre síntese e deposição de melanina. Ele e sua equipe, empolgados com a possibilidade das melanossomas permanecerem nos fósseis, analisaram uma pena do período cretáceo e, posteriormente, descobriram que isso poderia ajudar a determinar as cores dos fósseis.

O papel das melanossomas na descoberta das cores dos dinossauros

Inicialmente, as melanossomas encontradas nos fósseis eram consideradas bactérias queratinofílicas do biofilme, pois as melanossomas e essas bactérias tinham aproximadamente o mesmo tamanho. No entanto, essas pequenas bolhas mostravam um padrão específico que não existiria se fosse realmente um biofilme bacteriano, que colonizaria indiscriminadamente.

Em 2010, foram publicados dois artigos com uma semana de intervalo, descrevendo os padrões de cores de dois terópodes, Anchiornis e Sinosauropteryx. O Anchiornis exibia tons vibrantes de vermelho nas penas da cabeça e estampas em preto e branco nas asas. Do outro lado, descobriu-se que o Sinosauropteryx possuía uma tonalidade brilhante de tons castanhos, com faixas vermelhas e brancas alternadas na cauda.

Logo, mais dinossauros foram rotulados com suas cores reais. Descobriu-se, por exemplo, que o microraptor, um pequeno dinossauro alado que viveu cerca de 120 milhões de anos atrás, tinha uma plumagem preta iridescente semelhante a dos corvos dos dias de hoje. Já o psitacossauro, um grande dinossauro com chifres na cabeça, tinha uma cor vermelho-ferrugem, com as costas mais escuras e a barriga mais clara.

Uma palavra final

Com tudo o que foi explanado, podemos concluir que os cientistas determinam as cores dos dinossauros através da análise das melanossomas presentes nos fósseis descobertos. No entanto, as melanossomas estão presentes apenas na matéria orgânica, o que faz com que todo esse processo seja um tanto desafiador.

Vale destacar que a análise das melanossomas não é a única maneira de determinar a cor de criaturas extintas, pois outras cores podem advir da dieta do animal, como a cor rosa dos flamingos. Basicamente, esses pigmentos não envelhecem particularmente bem com o tempo e se degradam, acabando principalmente como carbono preto e fuligem.

Determinar as cores dos dinossauros é importante porque elas podem dizer aos cientistas muito sobre o estilo de vida dessas criaturas que não existem mais. Uma coloração opaca, por exemplo, pode significar que o dinossauro preferia não ser visto, ou que a cor não era importante para encontrar parceiras sexuais.

Assim, as melanossomas, como vimos, podem ter desempenhado papéis mais importantes do que a simples coloração dos dinossauros. Se esse for  o caso, faz sentido para os pesquisadores dedicarem tanto tempo e esforço adicionais à pesquisa das cores dessas criaturas.

Muito interessante, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!

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