Se você já estudou sobre a história da União Soviética, ou simplesmente assistiu a vários filmes sobre o tema, já deve ter ouvido falar na KGB. A KGB foi a principal agência de segurança da União Soviética desde 1954 até o seu colapso em 1991. A KGB desempenhou um papel importante fora e dentro da União Soviética, servindo como agência de inteligência e força de “polícia secreta”, algumas das mesmas funções que o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos desempenha nos dias de hoje.
Como a própria União Soviética deixou de existir em 1991, você pode assumir que a KGB desapareceu com ela. De fato, oficialmente, o primeiro presidente da Federação Russa, Boris Yeltsin, desativou a agência e dispersou suas funções entre várias outras partes do novo governo. Porém, especialistas em inteligência dizem que a KGB pode nunca ter sido desativada como muitos imaginam.
Embora a KGB propriamente dita não exista mais, ela simplesmente ressurgiu com um nome diferente, FSB, cujas letras em russo remetem à abreviação de Serviço Federal de Segurança. Como Vladimir Putin, um ex-agente da KGB, tem sido o presidente do país nos últimos anos, a organização que antes era conhecida como KGB parece ter recuperado grande parte de seu antigo alcance e poder.
As raízes da KGB e FSB remontam à criação da União Soviética. Em dezembro de 1917, o líder soviético Vladimir Lenin criou uma agência policial secreta chamada Cheka. Basicamente, a agência se autodenominava a espada punitiva da revolução. Seu objetivo era manter a liderança no poder, de modo que parte dessa missão envolvia prender e aprisionar oponentes em potencial, manter a população sob vigilância e exercer pressão para impedir que uma oposição surgisse.
Além disso, a organização e seus braços administrativos se ramificaram em áreas de espionagem e ação secreta fora da URSS para defender o país e atacar os seus inimigos externos. Embora o nome da organização tenha mudado várias vezes ao longo dos anos, os seus agentes ainda podem estar fazendo coisas parecidas desde então.
Em 1954, a agência de inteligência soviética foi oficialmente reorganizada como KGB (que significa “Comitê de Segurança do Estado”), mas continuou com a mesma missão da antiga Cheka. Seus 250.000 funcionários (uma força de trabalho muito maior do que qualquer agência ocidental de inteligência) lidavam com amplas responsabilidades no exterior, desde espionagem até campanhas de desinformação contra inimigos estrangeiros.
Embora a KGB não tenha trabalhado diretamente nas repúblicas satélites que faziam parte da União Soviética na época (ou o bloco soviético ou comunista que incluía, por exemplo, Ucrânia, Geórgia e Letônia), cada um desses países tinha suas próprias versões da agência, projetadas da mesma maneira e cumprindo muitas das mesmas tarefas que a matriz.
Após o colapso da União Soviética em 1991, a KGB foi dissolvida e substituída por um novo serviço de segurança doméstica, o FSB. O FSB passou a ocupar a antiga sede da KGB em Moscou e alguns alegam que a agência ainda realiza muitas das mesmas tarefas que sua antecessora, em nome da proteção dos interesses do governo russo e de seus líderes.
Depois de se tornar presidente russo, Vladimir Putin lançou uma grande reorganização do FSB. Primeiro, o FSB foi colocado sob controle direto do Presidente por um decreto emitido em 17 de maio de 2000. Consequentemente, a estrutura interna da agência foi reformada por um decreto assinado em 17 de junho de 2000. Na estrutura resultante, o FSB passou a ter um diretor, um primeiro vice-diretor e nove outros vice-diretores, incluindo um possível secretário de estado e os chefes de seis departamentos.
Embora as relações entre a Rússia e os Estados Unidos tenham melhorado desde 1991, no ano em que se diz que a Guerra Fria terminou, as tensões entre os países foram retomadas após as alegações de que os russos se intrometeram nas eleições presidenciais de 2016 nos EUA.
Apesar de muitos americanos ficarem chocados com a ideia de que uma potência estrangeira poderia interferir dessa maneira, essa tática pode ser algo comum do antigo manual da KGB. Analistas acreditam que na década de 1980 a agência antecessora do FSB realizou uma campanha de desinformação semelhante, em especial a Operação INFEKTION, através da qual o país plantou notícias falsas na imprensa internacional de que o Pentágono havia criado o vírus da AIDS para usá-lo contra países em desenvolvimento.
Atualmente, o FSB, maior serviço de segurança em toda a Europa, é extremamente eficaz em serviços de contra-inteligência, além de focar seus esforços no combate ao terrorismo e outros tipos de crimes graves e violações da lei federal. No entanto, os métodos utilizados pela agência e a ausência de informações sobre os seus bastidores alimentam constantemente o surgimento de várias teorias conspiratórias em torno dos principais objetivos da agência de inteligência.
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