É bem provável que você já tenha assistido a vários documentários da vida selvagem. Em sua grande maioria, esses programas trazem uma combinação de imagens incríveis, cenas inacreditavelmente íntimas e uma narrativa que desperta o nosso interesse pela natureza. Você também já deve ter percebido que a capacidade dos cineastas em capturar cenas tão detalhadas de animais selvagens em alguns dos lugares mais longínquos do planeta é inegavelmente impressionante. Mas, afinal de contas, como eles fazem isso em segurança?
Embora ser um cinegrafista da vida selvagem seja uma carreira desafiadora e potencialmente perigosa, existem muitas estratégias e fatores em jogo que mantêm esses profissionais e a vida selvagem em segurança. Ao longo desse artigo, nós vamos explorar os meios encontrados pelos cinegrafista para capturar imagens de polvos se escondendo em recifes de corais ou leões atacando um elefante no meio da noite sem serem atacados pelos seus alvos de filmagem.
A perceptível distância de filmagem dos documentários da vida selvagem
Talvez a melhor estratégia para se manter seguro em uma situação como essa seja manter distância dos animais selvagens. Para isso, os cinegrafistas precisam levar consigo uma lente com zoom suficientemente bom que permita filmar imagens limpas e cativantes de um alcance seguro.
A maioria das câmeras de smartphones e até mesmo as câmeras profissionais mais básicas não possuem recursos impressionantes de zoom, resultando em imagens tremidas ou granuladas quando cortadas ou ampliadas. No entanto, cineastas que trabalham em documentários da vida selvagem têm os melhores equipamentos que o mundo cinematográfico pode oferecer.
Com lentes que contam com zoom de 400 mm ou até mesmo 800 mm, eles podem capturar imagens nítidas do rosto de um elefante a centenas de metros de distância. A chave para conseguir imagens tão incríveis da natureza é não perturbar os animais ou permitir que sua presença os torne desconfortáveis. De fato, manter distância e conhecer o melhor equipamento a ser usado é algo crucial para manter a segurança de todos e captar imagens incríveis.
O dever de conhecer o comportamento dos animais
Ainda que você compre a melhor câmera disponível no mercado e caminhe livremente pela natureza, isso não garante que você será capaz de capturar imagens interessantes. Saber com precisão quais animais selvagens você está tentando identificar, onde eles vivem, quando estão ativos e como gastam seu tempo são essenciais para maximizar seu tempo na natureza.
De fato, os melhores cinegrafistas trabalham em colaboração com cientistas e especialistas para se familiarizar melhor com os animais. Se o cinegrafista compreende os movimentos cíclicos ou os padrões de migração dos animais, ele pode se posicionar em um local ideal. Assim, ele pode simplesmente esperar que os animais passem por sua localização para registrar o momento. Essa estratégia é aplicável em todos os ecossistemas e contextos.
De certo modo, se você não estiver familiarizado com um animal, gastará muito mais tempo e energia tentando obter a imagem perfeita ou terá que cruzar os dedos e esperar ter sorte.
Paciência é crucial para a produção de documentários da vida selvagem
Como mencionamos no tópico anterior, muitos cinegrafistas do ramo costumam esperar o “momento certo”. De fato, as cenas dos bastidores dos documentários da vida selvagem geralmente incluem comentários dos produtores sobre os longos dias necessários para gravar tais sessões. No geral, os melhores cinegrafistas da vida selvagem são pacientes e calmos. Eles esperam dias ou semanas por uma única oportunidade de capturar uma dança de acasalamento, uma batalha territorial, uma caçada ou um nascimento.
Este não é um hobby para quem procura gratificação instantânea. Além disso, ter paciência também mantém as equipes de filmagem seguras. Tentar desencadear artificialmente um evento notável ou ser muito invasivo resultará em mais perigo para os cinegrafistas e os animais. A natureza é imprevisível, mas para os profissionais que respeitam esse fato, a paciência é uma dádiva.
Pelo mesmo motivo que você não pode simplesmente comprar equipamentos caros e se tornar um famoso cinegrafista de vida selvagem, também é necessária uma quantidade incrível de prática e experiência em campo para obter um trabalho consistente como cinegrafista ou operador de câmera. É preciso ser capaz de ler os sinais sutis da natureza, como uma mudança no comportamento das criaturas e o instinto de saber quando algo está para acontecer.
De certo modo, um bom trabalho em filmar a vida selvagem só se desenvolve após muitos anos de contato com a natureza. Na prática, esse “sexto sentido” ajuda a manter os cinegrafistas profissionais dos documentários da vida selvagem em segurança, ao mesmo tempo em que obtêm imagens impressionantes.
O auxílio da tecnologia
Décadas atrás, capturar imagens impressionantes da vida selvagem era uma tarefa muito mais assustadora e perigosa. É preciso levar em conta que os cinegrafistas careciam de câmeras com zoom de alta tecnologia, satélites de posicionamento geográfico e helicópteros para acessar locais remotos. À medida que a demanda por fotos e vídeos incríveis da vida selvagem aumentou, também aumentaram os avanços tecnológicos que facilitaram muito esse trabalho.
O avanço das câmeras e das lentes certamente mudou o jogo, mas os drones desempenharam uma contribuição ainda maior. Aquelas fotos aéreas que mostram grandes manadas só são possíveis por causa da tecnologia de drones que têm estabilidade quase perfeita e câmeras 4D conectadas. Em locais remotos, como ilhas, Antártica e regiões onde o uso de helicópteros não é viável, esses drones estão possibilitando a visualização de lugares inacessíveis por qualquer outro meio.
Da mesma forma, as armadilhas fotográficas representam outro truque muito usado pelos cinegrafistas, especialmente para animais que suspeitam de qualquer presença humana. Basicamente, esses dispositivos são câmeras ativadas pelo movimento e, embora haja algum elemento de sorte envolvido nisso, alimentos ou iscas podem ser usados para atrair animais para o enquadramento.
Em suma, ser um cinegrafista de documentários da vida selvagem é uma profissão desafiadora e inspiradora. No entanto, para desempenhá-la com segurança, existem várias coisas em jogo a considerar e planejar. Definitivamente, obter a filmagem perfeita de um animal selvagem simplesmente não vale a pena se você colocar sua vida ou a segurança dessas criaturas em risco.
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