O ritmo apressado dos tempos modernos fez com que nossas mentes passassem a ser simultaneamente ocupadas por muitas coisas. No entanto, para nossa sorte, nosso corpo não falha nos processos vitais indispensáveis para nossa sobrevivência. Sem que percebamos, nosso corpo realiza processos importantes continuamente. Um desses processos é a respiração, especialmente quando inalamos poeira e outras coisas nocivas.
Nossa vida cotidiana nos expõe a vários elementos atmosféricos. O ar de uma região industrial tem mais material particulado (partículas microscópicas de matéria sólida ou líquida suspensas no ar) do que em uma área residencial comum. Não apenas isso, mas os níveis de material particulado na atmosfera mudam ao longo do dia. Mas, como nossos principais órgãos respiratórios, os pulmões, lidam com essa situação? O que acontece com as partículas de poeira inaladas?
Ao longo desse artigo, nós vamos explorar o que acontece com nosso corpo quando inalamos poeira. Você vai ver que, se não tivessem um mecanismo adequado para livrar-se de partículas estranhas, nossos pulmões provavelmente acabariam como dois sacos cheios de sujeira.
Como a poeira entra no corpo humano?
Para entendermos melhor como nossos órgãos respiratórios lidam com a poeira, precisamos entender primeiramente como a poeira entra no corpo humano. No geral, a poeira tende a entrar nos pulmões da mesma maneira que outros gases. Basicamente, como o ar é uma mistura de vários elementos constituintes, isso significa que respiramos grandes quantidades dessas partículas sem percebermos.
Enquanto respiramos, esse ar entra através do nosso par de narinas externas. Isso leva à câmara nasal, que leva à nasofaringe. A nasofaringe é a porção da faringe que é comumente usada para a passagem de alimentos e ar. Consequentemente, isso se abre através da glote da região da laringe para a traqueia, um tubo que se estende até a cavidade torácica. No “meio do caminho”, a traqueia se divide nos brônquios primários direito e esquerdo. Nesse ponto, o ar entra nos dois pulmões à medida que a passagem de ar se divide.
Cada brônquio sofre várias divisões para formar brônquios secundários e terciários e, finalmente, bronquíolos terminais muito finos. Cada bronquíolo dá origem a várias estruturas vasculares finas, semelhantes a bolsas, chamadas alvéolos. Os alvéolos são cercados por uma rede de capilares.
Simultaneamente, o ar entra nos sacos alveolares e ocorre a troca de gases. Ao mesmo tempo, o oxigênio do ar inalado é absorvido pelos capilares em troca do dióxido de carbono. Consequentemente, esse dióxido de carbono, juntamente com outros gases, segue o mesmo caminho de volta pelo trato respiratório e é exalado na atmosfera. Logo, é exatamente em meio a esse processo de respiração que a poeira pode entrar e ficar alojada no trato respiratório.
Como o trato respiratório opera quando inalamos poeira?
Para nos proteger desses contaminantes externos, temos as mucosas e os cílios como reforços. A mucosa nasal (ou mucosa respiratória) reveste toda a cavidade nasal, desde as narinas até a traqueia. Por sua vez, as células caliciformes secretam muco, enquanto os cílios são pequenas estruturas semelhantes a pelos que se projetam a partir do epitélio e revestem a mucosa nasal.
Quando ocorre a inalação, o ar que contém gases e partículas de poeira entra pelas câmaras nasais. Nesta fase, as maiores partículas ficam presas pelos cabelos e muco nasais. Depois disso, partículas menores chegam à faringe, onde o muco as prende novamente. Assim, se partículas menores ainda chegam à traqueia e aos bronquíolos, essas partículas acabam ficando presas no muco. A partir desse ponto, os agentes estranhos podem ser cuspidos na forma de expectoração ou engolidos e digeridos pelos sucos estomacais.
Obviamente, alguma quantidade de inalação de ar sempre vai ocorrer pela boca, mas não há razão para se preocupar. Na prática, o ar inalado pela boca também deve passar pela faringe, que possui uma camada mucosa protetora. Além de capturar apenas partículas estranhas, o muco consiste em componentes importantes que ajudam no combate e na destruição dessas partículas.
Também vale mencionar que o muco consiste em lisozimas (enzimas que decompõem bactérias), que ajudam na degradação de micróbios patogênicos. Além disso, a camada epitelial da mucosa no trato respiratório é constantemente substituída por células da camadas regenerativas. Em suma, isso é feito para garantir que os patógenos capazes de invadir as camadas da mucosa sejam eliminados regularmente.
Uma palavra final
Como você pode ver, o corpo possui vários mecanismos de defesa, incluindo muco, cílios e glóbulos brancos que ajudam o organismo a combater partículas estranhas inaladas. Porém, apesar dos cuidados intensivos tomados pelo organismo para impedir a entrada de partículas estranhas, algumas partículas ainda conseguem chegar aos alvéolos. Como o objetivo principal dos alvéolos é a troca de gases, cílios e muco não estão presentes dentro deles.
Isso ocorre porque o muco é muito espesso e diminui a troca de oxigênio e dióxido de carbono e, portanto, é necessário outro modo de defesa. Sendo assim, os “macrófagos alveolares” chegam para salvar o dia. Eles são grandes células capazes de ingerir substâncias estranhas prejudiciais. Os macrófagos alveolares procuram partículas depositadas e depois se ligam a elas, matam as que estão vivas e digerem o produto restante.
Então, da próxima vez que você passar por um beco empoeirado ou for pego pelos ventos fortes antes de uma tempestade, lembre-se que seu corpo tem vários guerreiros prontos para entrar em ação!
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O corpo humano desempenha muitas ações protetoras quando inalamos poeira, não é mesmo? Compartilhe o post e deixe o seu comentário!