O Brasil sempre foi o país da América do Sul com o menor número de jogadores estrangeiros em seus times de futebol. Começou a aumentar a presença deles somente nesse século e, mais recentemente, também técnicos estrangeiros começaram a sentar-se nos bancos de reservas de clubes de primeira e segunda divisões.
O sucesso do técnico português Jorge Jesus no ano passado dirigindo o Flamengo só aumentou o tamanho da onda. Em contrapartida, o fracasso do espanhol Domenec Torrent em substituir Jesus no Flamengo, e de Jesualdo Ferreira, no Santos, levanta questões sobre porque os clubes brasileiros se voltaram para a Europa em primeiro lugar.
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Domenec Torrent não conseguiu reproduzir o sucesso de Jesus, foi demitido e substituído por Rogério Ceni, que eliminado da Libertadores, já sente o perigo de ser demitido prematuramente do cargo. Jesualdo Ferreira, outro português, entrou e saiu do Santos rapidamente, demitido após apenas 15 jogos. Foi substituído por Cuca que, de fato, apresentou alguma melhora no desempenho do time.
Como muitos clubes brasileiros, o Santos provou ser um ambiente instável para os treinadores. De fato, entre 2011 e 2020, apenas três vezes o técnico do clube permaneceu em seu cargo durante todo o ano: Mauricy Ramalho em 2012, Dorival Junior em 2016 e o argentino Sampaoli no ano passado.
Augusto Inácio foi outro português que veio ao Brasil no começo do ano e não durou muito no comando do Avaí, que vinha de rebaixamento na campanha do ano passado da Série A para B. Inácio chegou com um currículo invejável, e trouxe consigo uma vasta experiência de gestão. Parece que nada disso importou, durou apenas sete partidas como técnico do Avaí.
O aumento de patrocínio das casas de aposta nos clubes brasileiros também parece realmente ter desencadeado uma mudança significativa na maneira de pensar de clubes brasileiros. Trouxe mais dinheiro e consequentemente, mais possibilidades. O site aposta10.com, por exemplo, reúne alguns dos melhores sites de aposta que chegaram no mercado brasileiro com dinheiro de fora e são quem realmente possibilitam os clubes a contratar mais e melhor.
Cada vez mais clubes estão olhando para o velho continente em busca de dirigentes e essa é uma tendência que parece que veio para ficar. A emigração de jogadores de futebol brasileiro não é um fenômeno recente, mas a busca de técnicos estrangeiros nunca foi tão popularizada.
Apesar de alguns reveses de treinadores estrangeiros em clubes brasileiros – como os argentinos Edgardo Bauza (São Paulo), Ricardo Gareca (Palmeiras), Juan Carlos Osorio (São Paulo) e Reinaldo Rueda (Flamengo) – há um clima favorável para estrangeiros, que nessa edição do Brasileirão chegou a ter Eduardo Coudet, argentino, no Internacional e conta ainda com Jorge Sampaoli, também argentino, no comando do Atlético Mineiro.
Agora, as mais novas ‘aquisições’ são novamente portugueses: Ricardo Sá Pinto e Abel Ferreira alinharam respectivamente no Vasco e no Palmeiras. É uma situação nova e que desperta introspecção em nosso país. Uma das conclusões tiradas desse momento é que os clubes querem algo diferente e acreditam que isso virá da Europa. Por outro lado, ainda existe uma corrente dos que afirmam, convictos, em todos os 5 títulos mundiais da Seleção Brasileira, o técnico era brasileiro.
Entretanto, o que parece faltar por aqui é paciência. Apenas seis clubes dos vinte da 1ª divisão nacional mantêm o mesmo técnico com o qual começaram a temporada. Se um treinador perder três partidas consecutivas, provavelmente perderá o emprego no Brasil, enquanto na Europa, o modelo é exatamente o contrário. Parece loucura, mas é assim que as coisas funcionam por aqui. Não existe um plano de longo prazo.
Há uma cultura arraigada no futebol brasileiro entre presidentes, dirigentes, assessores, torcedores e mídia, que parece dizer que o técnico deve ser demitido mesmo se houver poucos resultados ruins. Isso leva a situações absurdas que ocorrem por causa dessa cultura de impaciência e as consequências desta cultura são prejudiciais. Existem alguns projetos futebolísticos sérios no Brasil, mas infelizmente são exceções.
O futebol brasileiro não incentiva os treinadores a correr riscos e testar novas ideias. A tendência é ficar na zona de conforto, por causa da cultura implacável de demissão de treinadores. Uma sugestão é tornar um pouco mais difícil para os clubes brasileiros trocarem treinadores. Na Itália, por exemplo, se um treinador for despedido, o seu contrato continua a ser pago e esse indivíduo não pode dirigir outro clube na mesma competição nessa época. A introdução de leis nesse sentido podem ajudar a gerar mudanças positivas.
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